"Vou ter saudades de ser o vilão da pantomima", disse Farage

"Vou ter saudades de ser o vilão da pantomima", disse Farage
De  Isabel Marques da Silva  com Reuters

Nigel Farage renunciou à liderança do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), mas quer acompanhar as negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia, pelo que confirmou no Parlamento

Nigel Farage renunciou à liderança do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), mas quer acompanhar as negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia.

Adorei quando todos começaram aos gritos e a vaiar-me.

Numa conferência de imprensa, no Parlamento Europeu, o político anti-União Europeia e anti-migração confirmou que se mantém como eurodeputado, mas promete ficar na retaguarda.

“A nível pessoal vou sentir muitas saudades. Tive uma experiência incrível. Vou ter saudades do drama, da forma teatral como se está no Parlamento Europeu. A nível pessoal, vou ter saudades de ser o vilão da pantomima. Adorei quando todos começaram aos gritos e a vaiar-me, tem sido maravilhoso”, explicou.

Um colega britânico socialista não lhe reconhece muito mérito e até suspeita que Farage não ficará nos bastidores.

“Nigel Farage tem sido um veneno, uma parte tóxica da política britânica. Ele tem uma opinião muito elevada de si próprio, mas na realidade não foi ele que mais contribuiu para que o referendo resultasse na saída do país. É apenas uma pequena nota de rodapé esta renúncia de Nigel Farage. E, tendo já demitido-se duas vezes no passado, só espero que desta vez esteja a falar a sério”, disse à euronews Richard Howitt.

Farage disse que já advertiu o governo de Londres contra aceitar o tipo de acordo comercial que a Noruega tem com a União Europeia.

A Noruega tem acesso ao mercado único, pelo que é obrigada a aceitar as quatro liberdades de circulação (serviços, mercadorias, capitais e pessoas), mas a liberdade de movimento de pessoas é um dos aspetos mais contestados pelo Reino Unido.

Farage afirmou, também, que vai trabalhar com outros movimentos eurocéticos na Europa para os ajudar na sua causa.

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