Parlamento Europeu escolhe novo presidente

Theresa May deve levantar um pouco o véu da estratégia sobre o Brexit. A primeira ministra britânica vai fazer um discurso sobre a sua visão das futuras relações entre a União Europeia e o Reino Unido. Um discurso particularmente aguardado porque até agora Theresa May não quis revelar o jogo. Agora deve dar pistas sobre o tom e o conteúdo das negociações que devem começar até ao final de março. Uma das questões diz respeito à livre circulação de pessoas, como explica o eurodeputado Jacek Saryusz-Wolski. “Existem 1.2 milhões de cidadãos britânicos na Europa e o Reino Unido gostaria de salvaguardar os seus direitos no continente. Vai ser uma negociação difícil e deve haver reciprocidade, um tratamento favorável dessas comunidades, de cidadãos europeus que estão no Reino Unido e de cidadãos Britânicos que estão no continente”, garantiu o polaco de centro direita.
Theresa May pode contar com um apoio de peso nesta matéria. O presidente eleito dos Estados Unidos considera o Brexit como “um sucesso”. Donald Trump, que entra na Casa Branca no final desta semana, fez, numa entrevista, uma análise sobre a situação europeia. Defende que o acolhimento de refugiados na Alemanha é um “erro catastrófico” e que a NATO é uma organização “obsoleta”. Estas considerações pouco diplomáticas tiveram reações na Europa.
É hoje que os eurodeputados vão escolher o seu presidente. Ao contrário do que acontecia antes, este escrutínio não será o fruto de um compromisso entre os principais grupos políticos do Parlamento. Estas eleições devem ser renhidas. Vejamos o que está em jogo com o nosso enviado especial a Estrasburgo, Sandor Zsiros. “Estas eleições podem ser recordadas como aquelas cujo resultado é completamente imprevisível. Depois de se ter rompido o acordo da grande coligação, tanto o Partido Popular Europeu como os Socialistas querem lutar até ao último voto e os pequenos partidos não parecem muito interessados em ajudar os grandes candidatos a chegar ao poder. De qualquer forma, o futuro presidente desta casa vai ter a difícil tarefa de parar a desintegração da União Europeia, que está cada vez mais sob pressão. Nestes tempos difíceis, o Parlamento Europeu tem de ter um líder forte e carismático, mas muitos dizem que nenhum dos candidatos tem as qualidades de Martin Schulz, que deixa a presidência esta terça-feira e vai ser substituido por Gianni Pittella, por Antonio Tajani…ou por outro dos candidatos”.
Pode seguir em direto na Euronews a nossa cobertura da eleição do presidente do Parlamento Europeu a partir das 8 da manhã, hora de Lisboa.