Michel Barnier, principal negociador do Brexit por parte da União Europeia, vai revelar, em detalhe, quarta-feira, as orientações negociais que foram aprovadas na cimeira de líderes, sábado passado. M
Michel Barnier, principal negociador do Brexit por parte da União Europeia, vai revelar, em detalhe, quarta-feira, as orientações negociais que foram aprovadas na cimeira de líderes, sábado passado.
O encontro mostrou uma forte unidade dos 27 países, que Barnier nega ser sinónimo de hostilidade para com o Reino Unido.
“Esta unidade não existe em oposição ao Reino Unido, penso mesmo que é do interesse desse país, porque é uma unidade que demonstra que estamos juntos porque temos razões para ficarmos juntos no longo prazo”, disse Barnier.
Mas a situação é tensa desde que o governo britânico pediu eleições antecipadas e recusa tomar certas decisões atá lá.
Margaritis Schinas, porta-voz da Comissão Europeia, reiterou que “as negociações só vão começar efetivamente depois de 8 de junho, ou seja, após as eleições britânicas. Mas seria desejável que o Reino Unido desse rapidamente o seu acordo às perspetivas financeiras”.
O Reino Unido não quer ouvir falar de uma fatura que pode chegar aos 60 mil milhões de euros, por compromissos já assumidos enqunto Estado-membro.
O governo britânico recusou mesmo, na semana passada, assinar a habitual revisão intercalar do orçamento plurianual da União até que se realizem as eleições antecipadas, para obter maior legitimidade negocial.
Numa ação de campanha, domingo, a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que “estas negociações são, por vezes, difíceis e, para conseguirmos o melhor acordo para o Reino Unido, precisamos de garantir que existe uma liderança forte e estável durante as negociações”.
“Como disse, cada voto em mim e na minha equipa servirá para fortalecer a minha posição nessas negociações”, acrescentou May.
Segundo relatos da imprensa, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considera que May está longe de perceber a complexidade do Brexit.