"As relações Turquia-União Europeia ainda se poderão deteriorar mais"

"As relações Turquia-União Europeia ainda se poderão deteriorar mais"
De  Isabel Marques da Silva
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O fracassado golpe militar na Turquia, a 15 de julho de 2016, motivou uma vasta purga política, que ainda prossegue. Seda Gurkan, especialista em Assuntos Europeus, na Universidade Livre de Bruxelas,

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O fracassado golpe militar na Turquia, a 15 de julho de 2016, motivou uma vasta purga política, que ainda prossegue.

Se a deriva autoritária explica a atual frieza da União Europeia, a reação inicial do bloco foi mal compreendida, segundo Seda Gurkan, especialista em Assuntos Europeus na Universidade Livre de Bruxelas.

“Não só o governo turco, mas também a sociedade turca em geral, nos seus vários segmentos, criticou a União Europeia após o golpe fracassado devido à falta de solidariedade, principalmente por parte da União Europeia. A União Europeia condenou o golpe muito tarde e com declarações muito fracas. Além disso, as primeiras visitas oficiais para expressar solidariedade à Turquia ocorreram muito tarde, quase seis semanas após a tentativa de golpe de Estado”.

O referendo constitucional foi a gota de água para o Parlamento Europeu, que quer a suspensão das negociações para a adesão da Turquia à União Europeia.

“É um claro sinal, um claro aviso de que, nos próximos anos, as relações entre a Turquia e a União Europeia se poderão deteriorar. Ainda mais importante, na minha opinião, é que os Estados-membros e a opinião pública europeia poderão colocar algumas novas condições para a adesão da Turquia. Não é só no âmbito da adesão, mas também em qualquer área concreta de cooperação. Por exemplo, a modernização da união aduaneira ou o dossiê sobre a liberalização de vistos poderão depender de condições políticas muito rigorosas”, explica a professora universitária.

O Presidente islamita-conservador, Recep Tayyip Erdogan, parece eternizar-se no poder, mas migração e economia levam o bloco europeu a não virar costas a este vizinho poderoso.

“A falta de empenho da União Europeia na Turquia desestabilizaria ainda mais o país. Por outras palavras, ter uma Turquia política e economicamente estável é benéfico para a União Europeia”, concluiu Seda Gurkan.

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