Europa e África unidas na luta contra o tráfico de seres humanos

A União Europeia e a União Africana querem criar uma força de intervenção conjunta para lutar contra o problema da escravatura e tráfico de seres humanos. A França, a Alemanha, a Itália e Espanha são os países interessados do lado europeu, aos quais se juntam o Chade, a República Democrática do Congo, a Líbia, o Níger e Marrocos. Falando na cimeira a decorrer em Abidjan, o presidente do Conselho Europeu deixou claras as suas intenções.
“Deixem-me repetir o meu apelo à imposição de sanções da ONU sobre os responsáveis pelo tráfico de seres humanos”, afirmou Donald Tusk.
Os países sub-saharianos estão preparados para apoiar quaisquer ações contra os traficantes humanos mas a rota do Saara não será segura enquanto os migrantes conseguirem chegar ao Mediterrâneo através da costa líbia.
O presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, disse que já estão em marcha iniciativas para lutar contra os traficantes.
“Nós decidimos nessa reunião fazer com que a União Africana e a ONU ativem um mecanismo que identifique as redes de traficantes, de forma a sancionar e punir os responsáveis porque se trata, como já disse, de um crime contra a Humanidade”, adiantou Mahamadou Issoufou.
Organizações internacionais como a Organização Internacional para as Migrações, OIM, também tem um papel a desempenhar na luta contra os comerciantes de escravos, como afirma Marina Schramm, diretora do OIM na Costa do Marfim.
“Para nós, salvar vidas e evitar o tratamento desumano é a prioridade absoluta. Todos eles dizem que vão falar com os outros e que não devem partir mas há sempre aqueles que acreditam que vão ter mais sorte do que os outros”, afirma.
A jornalista da euronews Isabel Marques da Silva acompanhou os trabalhos da cimeira a partir de Abidjan.
“Vários líderes não hesitaram em descrever a situação nos campos de detenção da Líbia como um palco de crimes contra a Humanidade. A União Europeia, a União Africana e a ONU vão tentar resgatar os migrantes assim que possível mas uma solução para a caótica situação política na Líbia vai exigir da comunidade internacional uma estratégia bem mais complexa”.
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