Macron criticado em Estrasburgo pelo ataque à Síria

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De  Nelson Pereira
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Os eurodeputados apontaram a Macron que o ataque contra Damasco foi realizado sem um mandato das Nações Unidas e sem esperar pelos resultados da missão de investigação da Organização para a Proibição das Armas Químicas

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Emmanuel Macron criticado esta terça-feira no Parlamento Europeu pela participação francesa na operação militar contra Damasco.

Alguns dos líderes de grupos parlamentares europeus lembraram ao presidente francês que a operação militar contra a Síria, na madrugada de sábado, foi realizada sem um mandato das Nações Unidas e sem esperar pelos resultados da missão de investigação da Organização para a Proibição das Armas Químicas, que chegou horas depois a Damasco.

O ataque contra a Síria remeteu a União Europeia a uma posição irrelevante - frisou a eurodeputada Marisa Matias, presidente da Delegação do Parlamento Europeu para as Relações com os países do Levante.

Macron apelou a uma reforma da UE contra o nacionalismo e o egotismo, que diz ameaçarem a coesão europeia. O antigo primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt, presidente da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa (ALDE), recordou ao presidente francês que Paris bombardeou Damasco sem ouvir os parceiros europeus:

"Esta intervenção militar demonstra a nossa fraqueza, pois foi a França que atacou, foi o Reino Unido que lançou mísseis, não foi a União Europeia. Sessenta e cinco anos depois de o parlamento francês ter torpedeado o projeto da Comunidade Europeia de Defesa - o que alguns já esqueceram - a Europa continua sem um exército."

Irritado pelas críticas dos eurodeputados, Macron recorreu ao tipo de argumento usado na véspera pela primeira-ministra britânica Theresa May: os bombardeamentos foram realizados "para defender a honra da comunidade internacional."

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