Greve na Ryanair afeta 600 voos diários

Access to the comments Comentários
De  Bryan Carter
Greve na Ryanair afeta 600 voos diários

Cerca de 600 dos 2400 voos diários da Ryanair serão cancelados, quarta e quinta-feira, devido à greve da tripulação de cabine em Espanha, Portugal, Itália e Bélgica.

Infelizmente, temos colegas que nem sequer têm o salário mínimo, são pagos em horas de voo

Sarkis Simonjan Funcionário, Ryanair

A lista com 34 exigências inclui "um salário digno" e contratos de trabalho com base na legislação do país do trabalhador.

"Há trabalhadores que são chefes de família, têm filhos, mas não têm segurança. O salário que a empresa promete não tem nada a ver com a realidade. Nunca ganhei mais de 1200 euros. Infelizmente, temos colegas que nem sequer têm o salário mínimo, são pagos em horas de voo. Isso significa que, no final do mês, ganham apenas 480 euros ou, no máximo, 700 euros", disse, à euronews, Sarkis Simonjan, tripulante de cabine, em protesto no aeroporto nacional de Zaventem, em Bruxelas.

Os tripulantes de cabine dizem que a operadora não melhorou as condições mesmo depois de ter aceitado dialogar com os sindicatos, a partir de dezembro.

"A empresa deve mostrar respeito pelos trabalhadores, pelas autoridades, pelos passageiros, por todos. A Ryanair não tem respeito nenhum. A greve de dois dias pode não ser suficiente. Se a Ryanair não mudar, faremos mais greves até que mude de atitude", afirmou Didier Lebbe, membro do sindicato belga CNE.

A Ryanair pediu desculpas aos 50 mil clientes afetados em cada dia de greve. A empresa diz que aplica as melhores condições existentes no setor de companhias aéreas de baixo custo, alegando que a greve não é justificada e que algumas exigências "são inaceitáveis".

"A Ryanair nunca diz a verdade. Nunca, a ninguém. São mentirosos", respondeu Didier Lebbe.

No último exercício anual, a companhia operou em 37 países, transportou 130 milhões de passageiros e teve lucros que rondaram os 1400 milhões de euros.