Movimentos pan-europeus vão à conquista de votos

Movimentos pan-europeus vão à conquista de votos
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De  Isabel Marques da Silva
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Movimentos pan-europeus vão à conquista de votos

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"O Parlamento Europeu entrou na pausa para verão mas, depois das férias, os partidos políticos vão acelerar os preparativos para as eleições europeias, em maio que vem. Apesar das listas transnacionais terem sido recusadas, há alguns meses, há novos movimentos pan-europeus a tentarem conquistar um lugar no hemiciclo", explica Isabel Marques da Silva, correspondente da euronews em Bruxelas.

Diem25 é um deles, que se autodenomina progressista, e que quer fazer parcerias estratégicas com movimentos da esquerda mais radical, tais como o Livre, em Portugal. Uma das principais figuras do movimento é Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças grego.

"A nossa mensagem defende uma Primavera Europeia, em que não se tem de escolher entre as vias existentes, mas ir por uma via alternativa, que se posiciona como progressiva", disse, à euronews, Davide Castro, responsável pela comunicação do movimento nas redes sociais.

"Podemos ser europeístas empenhados, mas estamos contra a Europa atual, das políticas de austeridade, que está a contribuir para a ascensão da direita nacionalista e que pode levar ao desmembramento da Europa", acrescentou.

O movimento é composto por coletivos nacionais e já estabeleceu alguns deles no Reino Unido, Bélgica, Alemanha, França, Portugal, Espanha, Grécia e Itália.

Durante a campanha, tentarão cumprir os requisitos da lei eleitoral para criar um novo grupo no Parlamento Europeu: pelo menos 25 eurodeputados eleitos em sete Estados-membros diferentes.

"Temos 70 mil membros no Diem25, a que se somam centenas de milhares de membros dos outros partidos e movimentos envolvidos neste projeto da Primavera Europeia. Estão prontos para ir para as ruas fazer campanha e para usar as redes sociais de maneiras inovadoras", afirmou Davide Castro.

VOLT é outro movimento semelhante, que surgiu em 2016, após o referendo para o Brexit. Defende a reforma da União Europeia, mas recusa a tradicional divisão política de esquerda e direita.

O movimento registou-se como partido político em Espanha, Itália, Bulgária, Alemanha, Holanda, Bélgica e Suécia, mas também têm grupos de trabalho em todos os Estados-membros, para defender as suas seis propostas-chave,

"Em vez de nos posicionarmos como há 70 anos, ou de regressarmos a conceitos que começaram a ser defendidas nos anos 30 do século passado, com consequências que podem ser catastróficas em várias áreas - crise migratória, crise económica, questões ambientais -, queremos subir de nível e ter uma abordagem completamente inovadora, nunca vista na política", disse à euronews, Stéphanie Le Clercq, diretora de comunicação do VOLT na Bélgica.

Tal como os partidos tradicionais, os movimentos deverão escolher candidatos principais para mobilizar o eleitorado e organizam a estratégia de campanha em diferentes níveis: europeu, nacional e local.

"Temos uma equipa que está a organizar eventos em toda a Europa. Além disso, apostamos na comunicação através das redes sociais, que queremos expandir. Basicamente, articulamos as redes sociais com as campanhas no terreno", explicitou Stéphanie Le Clercq.

No outro lado do espectro politico, o norte-americano Steve Bannon está a criar uma fundação, denominada O Movimento, para aumentar os votos nos partidos de extrema-direita, populistas e eurocéticos europeus. O ex-conselheiro da Casa Branca já se reuniu com a francesa Marine le Pen e o húngaro Viktor Orban.

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