Europa: Direitos LGBTI sob ataque

Europa: Direitos LGBTI sob ataque
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Por toda a Europa, os movimentos populistas e de extrema-direita colocam em causa os direitos da comunidade LGBTI. A Comissão Europeia promete mais apoio.

PUBLICIDADE

Mirka Makuchowska é uma ativista LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexuais) de Varsóvia, na Polónia. Um desafio num país que, desde 2004, não assistiu a nenhuma mudança legal para a igualdade da comunidade LGBTI.

"Quando saio para passear ou faço compras com minha esposa, não damos as mãos. Por vezes damos as mãos, mas muito raramente e geralmente olhamos em redor para perceber se está alguém por perto que nos possa ver pois é perigoso na Polónia. E é aqui em Varsóvia, então imagine-se como é nas outras cidades. Quando vamos para uma marcha na Polónia, fora de Varsóvia, temos de estar preparados para garrafas e outros objetos que as pessoas nos possam atirar... Essa é a realidade", desabafa Mirka.

Mirka está em Bruxelas para um encontro de ativistas de toda a Europa. Os organizadores - a Ilga Europe - que representam a comunidade lésbica, gay, bissexual, transexual e intersexual, no velho continente, estão preocupados.

"Muitos dos ativistas com os quais trabalhamos, por toda a Europa, estão sob uma pressão crescente. Eles estão na linha de frente de muitas tendências negativas como ataques à democracia, a diminuição do espaço para a sociedade civil, o movimento populista, a extrema-direita. Entre outros... A situação política na Europa está muito diferente. Há cada vez menos Governos a tomar novas medidas quando sabemos que a legislação sobre crimes de ódio é necessária, quando sabemos que a legislação antidiscriminação é necessária e sabemos que é necessária proteção para os requerentes de asilo LGBTI e muito mais para os direitos dos transexuais. A Roménia e a Bulgária estão, neste momento, no final do nosso índice, um país como a Itália, que é um dos membros fundadores da União Europeia, está abaixo de alguns dos países dos Balcãs Ocidentais", afirma a diretora executiva da ILGA-EUROPE, Evelyne Paradis.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, prometeu mais dinheiro, mas reconheceu os desafios que se avizinham: "Há um longo caminho a percorrer em muitos dos nossos estados-membros. Só podemos encorajar a comunidade a ter coragem, a continuar a lutar por isso. Estaremos ao seu lado para apoiá-los na sua luta", assegura.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Amnistia Internacional defende direitos LGBTI na Rússia

Acordo político na UE para sancionar os colonos israelitas extremistas

Programa "On Air" lança cobertura eleitoral da Euronews e revela sondagem exclusiva