"Estado da União": Juízo final, Hungria não teme UE e entrevista a Kuturica

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Segundo o Boletim de Ciência e Segurança, o relógio do Juízo Final está a dois minutos da meia-noite, ou seja do Apocalipse

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Não é dos adereços mais bonitos mas tem uma mensagem fundamental para a Humanidade. O relógio do Juízo Final está a dois minutos da meia-noite, ou seja do Apocalipse.

O Presidente do Boletim de Ciência e Segurança e professor da Universidade de Chicago, Robert Rosner avisa que "chamamos a isto o novo anormal. Parece que estamos a banalizar um mundo em que o risco de uma guerra nuclear e as mudanças climáticas evidentes estão cada vez mais presentes e não estão a ser tratadas de forma capaz".

Os cientistas dizem que as coisas são agravadas pela guerra de informação, e ainda esta semana, na Europa, houve mais uma guerra de palavras. Desta vez entre Roma e Paris.

O vice-primeiro-ministro de Itália culpou a França de alimentar os fluxos migratórios, ao continuar a "colonizar" África. Ao que a ministra francesa dos Assuntos Europeus respondeu: que não ia entrar numa "competição de estupidez".

Na próxima semana, o parlamento europeu vai debater "a situação na Hungria", numa altura em que as tensões entre Bruxelas e Budapeste conheceram mais um capítulo, como relembra o jornalista da Euronews, Sandor Zsiros.

"O Parlamento Europeu apoiou os planos de congelar os fundos da União Europeia para os países que violam o Estado de Direito - uma decisão que visa a Polónia e a Hungria. Esta semana, falámos com o Ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, para discutir o assunto. E também lhe perguntámos sobre a fortuna do homem mais rico da Hungria, Lőrinc Mészáros, um bom amigo do primeiro-ministro Viktor Orbán. É que grande parte do dinheiro que tem, vem sobretudo dos fundos europeus."

Eis as respostas do Ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros, Péter Szijjártó. 

"Este tipo de chantagem de que vão retirar os fundos europeus e todo este género de coisas é basicamente uma questão de vingança contra a Hungria e contra os húngaros. Percebemos bem que os burocratas em Bruxelas, os grandes media e os principais políticos não gostem do facto de que o povo húngaro elegeu 3 vezes o Fidesz para o governo. E eles estão frustrados com isso."

"Não estamos nada preocupados. Existem tratados e regras na União Europeia que deixam bem claro como funciona a distribuição dos fundos europeus. E se alguém quiser mudar essa metodologia, deve mudar os regulamentos e tratados. Agora, mudar Tratados é um procedimento muito complicado, que requer a decisão unânime de todos os Estados membros: Portanto, é óbvio que essa mudança não vai acontecer."

"Para lhe ser honesto, não quero saber de onde vêm as receitas do Sr. Mészáros. Não sei se é da União Europeia ou de outras fontes. Ele consegue o seu dinheiro ou as suas empresas obtêm as suas receitas. Não me importo com este tipo de negócios. Por outro lado, não entendo porque alguém deveria ser excluído dos concursos públicos por conhecer políticos do Fidesz, ou políticos socialistas ou políticos de outros partidos. "

Entrevista a Emir Kusturica

Génio do cinema para uns, apoiante de ideias políticas controversas para outros.
A Euronews falou com o realizador sérvio Emir Kustirica que revelou os seus pontos de vista sobre a União Europeia.

Emir Kusturica, realizador: "O sistema da União Europeia lembra-me muito o da União Soviética: você não tem pessoas votadas e eleitas, você tem pessoas que são escolhidas para fazer o que têm de fazer".

Elena Cavallone, Euronews: "Bem, mas pessoas votam no Parlamento e os deputados votam os Comissários por isso de certa forma..."

EK: "Mas esta não é a tradição democrática. A Europa é uma entidade económica, não política e esse é o problema".

Euronews: "Você acha então que a União Europeia está condenada ao fracasso, como a União Soviética?"

EK: "Não, poderia falhar da mesma forma que a Jugoslávia. Porque não vejo... Por exemplo, nos Estados Unidos, quando algo acontece no Luisiana, em Washington ou Nova Iorque, eles podem ajudar imediatamente com o orçamento de reserva. Mas se algo acontecer na Transilvânia ou noutro lugar, não acho que a liderança alemã seja sensível às questões de alguém que não considera bom trabalhador ou preguiçoso ou qualquer outra coisa ".

Euronews: "E culpa a União Europeia por aumentar as diferenças?

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EK: "Por não ter poder político. Eu não estou a culpar, é o que você pode ver: Têm poder em Bruxelas, mas não têm poder nos subúrbios da Europa. E eles não têm o poder em Londres: olhe para o que fizeram em Londres. Eles disseram NÃO! A Rainha não quer receber ordens de Bruxelas ".

Quando questiona sobre a intromissão russa no referendo do Brexit, o diretor sérvio respondeu que Moscovo não é o problema e acusou os Estados Unidos de provocar instabilidade em várias partes do mundo.

EK: "Eles acusam a Rússia de se intrometer o tempo todo. Então temos vivido nos últimos 50 ou 40 anos a ser instrumentalizados, com quedas de regimes, e fazendo em todo o mundo coisas que apenas são úteis para eles. Bombardearam-nos aqui, mudaram a face da Ucrânia, tentam mudar a Venezuela com todos esses movimentos de ONG's e financiam isto".

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