Eurodeputados apelam à solidariedade no combate à pandemia

Eurodeputados apelam à solidariedade no combate à pandemia
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De  Isabel Marques da SilvaDarren McCaffrey
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A euronews convidou três eurodeputados, de várias cores políticas e países, para debater a falta de solidariedade na resposta à pandemia da covid-19 na União Europeia.

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Face à indignação que se faz sentir em Itália, Espanha e em outros Estados-membros por causa da falta de resposta solidária da União Europeia à Covid-19 na dimensão de saúde pública, mas também na crise económica, a euronews conversou com três eurodeputados de diferentes países e cores políticas sobre como deve o bloco reagir neste momento.

"O que os italianos esperam da União Europeia é uma total mudança de atitude, porque com posturas nacionais egoístas não daremos a resposta europeia necessária neste momento", disse  Ignazio Corrao, italiano eleito pelo Movimento Cinco Estrelas e que está como independente no Parlamento Europeu.

"Quando passarmos esta fase de emergência de saúde pública, teremos que levar a cabo um plano europeu de reconstrução e não teremos dinheiro suficiente nos orçamentos nacionais para gerir essa situação", afirmou Jonás Fernández, espanhol do centro-esquerda.

"Não faz sentido apenas uma solução holandesa, alemã, italiana e assim por diante; precisamos de uma solução europeia", defendeu Samira Rafaela, nerlandesa liberal.

Questionada pelo editor de política da euronews, Darren McCaffrey,  sobre se os Países Baixos, Estado-membro de onde é originária,  são o principal obstáculo a essa solidariedade, a eurodeputada Samira Rafaela disse: "Estou muito contente por o ministro das Finanças dos Países baixos ter admitido que o tom e a atitude não foram os mais corretos".

Em causa está a polémica criada com declarações do ministro das Finanças neerlandês, Wopke Hoekstra, de que deveriam ser auditadas as contas dos países que não têm margem de manobra orçamental para fazer face à crise económica desencadeada pela pandemia.

Os líderes de Itália, Espanha, e também de Portugal, foram dos mais contudentes em consideraram essas declarações contrárias ao espírito necessário para vencer a crise na União.

O eurodeputado espanhol Jonás Fernández realçou que"a pandemia começou no sul por razões de saúde, não há decisões políticas que tenham causado o sofrimento atual nesses países".

Tal como na crise financeira de 2008 e na recente discussão sobre o futuro quadro orcamental plurianual para a União (2021-2027), vários países mais desenvolvidos do norte e do centro (Alemanha, Áustria, Países Baixos, Finlândia, Dinamarca, Suécia) mostram-se contra a ideia de gastar mais dinheiro conjuntamente e, em concreto, em emitir títulos de dívida pública conjunta. O contrário é defendido, sobretudo, por nove países, com destaque para os do sul, tais com França, Itália, Espanha e Portugal.

“Os italianos esperam que haja solidariedade entre os países. Sempre formos solidários com os demais. Obviamente que não estamos a pedir que partilhem o peso da nossa dívida atual, mas se queremos reconstruir a Europa após essa pandemia, precisamos de fazê-lo juntos", acrescentou o  eurodeputado italiano Ignazio Corrao.

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