"Estado da União": Pandemia poderá exigir controlos até 2022

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Direitos de autor Manu Fernandez/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
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De  Isabel Marques da SilvaStefan Grobe
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Neste programa destacamos uma entrevista sobre a melhor maneira de aligeirar as medidas de isolamento para conter a pandemia. David Alexander é professor na University College of London e especialista em redução de riscos em calamidades.

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Alguns países voltaram a prolongar as medidas de emergência para controlar a pandemia de Covid-19, mas outros estão a começar a relaxá-las cautelosamente, como é caso da Áustria, Dinamarca e República Checa.

Apesar do alívio de algumas restrições, ainda estamos longe de qualquer noção de normalidade. Os especialistas dizem que as coisas ainda podem ficar fora de controlo.

Um deles é David Alexander, especialista em redução de riscos em calamidades, professor na University College of London, entrevistado por Stefan Grobe, que destacamos neste programa.

Stefan Grobe/euronews: Investiga situações de calamidade há quatro décadas, atualmente dá aulas e gere planos de emergência para gerir calamidades. Como classificaria as respostas dos governos na Europa até agora?

David Alexander/Professor na University College of London: Não foram particularmente bons no início, mas foram melhorando à medida que avançavam. O planeamento e a gestao de emergências têm três componentes. Existem planos, procedimentos e improvisação. Os planos coordenam os procedimentos. Devemos agir sempre com planificação, a fim de identificar o que precisa de ser antecipadamente previsto e evitar improvisação excessiva. A improvisação não pode ser descartada, mas qualquer excesso é uma forma de negligência. O que vimos, particularmente no início da resposta à Covid-19, foi uma improvisação frenética.

Stefan Grobe/euronews: Os governos foram sendo alertados, regularmente, sobre riscos de pandemias. E, no entanto, foram apanhados de surpresa. Porque é que não estavam melhor preparados?

David Alexander/Professor na University College of London: Penso que é por causa da mentalidade de "curto prazo" quando chegam ao governo e pelo fato de se avaliar qual é a probabilidade de que algo não aconteça durante um determinado ciclo de governaçao. Quando, de facto, algo acontece, há um desnorte total como vimos.

Stefan Grobe/euronews: O que esperar a partir daqui? As coisas ainda vao piorar antes de melhorar?

David Alexander/Professor na University College of London: Existe um sério risco de uma segunda vaga. A gripe de 1918-1920 durou na Europa 14 meses e a segunda foi muito pior, mais letal. Esperemos que isso não aconteça porque a medicina e tecnologia são mais modernas, apesar da população ser muito maior e as sociedades viverem muito interligadas. Isso é uma forma de vulnerabilidade que não existia em 1918. Portanto, existem riscos distintos se aligeirarmos as medidas muito rapidamente e não o devemos fazer. Temo que vão ser precisas formas mais e menos apertadas de confinamento ao longo de muito tempo, possivelmente até 2022.

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