A euronews falou com eurodeputados sobre o que se espera da cimeira de líderes da União Europeia, por videoconferência, que começa quinta-feira. Os governos dividem-se sobre o recurso a empréstimos, subsídios a fundo perdido ou emissão de dívida pública conjunta.
Como relançar a economia na União Europeia, reabrindo o setor produtivo com medidas de segurança para os trabalhadores? Com muito dinheiro, mas os governos dividem-se sobre o recurso a empréstimos, subsídios a fundo perdido ou emissão de dívida pública conjunta.
A euronews falou com eurodeputados sobre o que se espera da cimeira de líderes da União Europeia, por videoconferência, que começa quinta-feira.
Andreas Schwab, eurodeputado alemão de centro-direita: “O que precisamos neste momento é de ajuda para as pessoas mais necessitadas. O que não podemos fazer é mudar as regras do tratado da União Europeia, porque esse processo não é oportuno. A chanceler alemã Angela Merkel diria que não é uma opção, mas dirá que um grande aumento no orçamento da União Europeia, combinado com outras medidas tais como o Mecanismo Europeu de Estabilidade e outras linhas de crédito, poderá ajudar os Estados-membros a superar esta crise juntos”.
Jonáz Fernández, eurodeputado espanhol de centro-esquerda: "A questão é que precisamos de subsídios a fundo perdido para os Estados membros, porque quando acabar esta primeira fase da crise, a dívida pública nacional será muito, muito alta. Alguns países terão um grande problema em se financiarem nos mercados".
Elisabetta Gualmini, eurodeputada italiana de centro esquerda: "Não é correto dizer que os eurobonds sejam uma questão de vida e morte para a União Europeia, porque já existe um amplo conjunto de instrumentos financeiros".
A difícil questão da dívida
Itália e Espanha são dois dos países mais afetados pela pandemia e que têm dívidas públicas muito elevadas, o que dificulta o seu financiamento nos mercados. Que instituições e que instrumentos financeiros podem servir esse propósito?
Jonáz Fernández, eurodeputado espanhol de centro-esquerda: “Haverá alguns países com menos dívida pública que terão maior capacidade para alavancar a economia nacional após a crise. E haverá outros países que não conseguirão dar esse apoio economia, pelo que essa é a questão que se tem de resolver. Se quisermos manter o mercado interno unido e assegurar o futuro para a União Europeia, precisamos de uma resposta comum".
Andreas Schwab, eurodeputado alemão do centro-direita: "Esse objetivo é muito justo. Penso que a Comissão Europeia mostrou que se preocupa e tomou medidas importantes, nomeadamente o programa SURE para travar o desemprego. Muito do debate que decorre agora nos Estados-membros é de âmbito puramente nacional e não faz nenhum serviço à causa europeia”.