O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, pediu hoje aos líderes da União Europeia que recorram a “todos os instrumentos possíveis” para combater a crise gerada pela Covid-19 e garantir a recuperação das economias pós-pandemia.
"A proposta do chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, de criar uma "bazuca" de 1,5 biliões de euros para enfrentar a pandemia no curto e médio prazo é considerada razoável pelo primeiro-ministo de Portugal, António Costa", explica Isabel Marques da Silva, correspondente da euronews em Bruxelas.
"Os l´ideres do sul têm sido dos que mais defendem um pacote de financiamentos volumoso ao nível do orçamento da União Europeia para os próximos sete anos e de um fundo de resposta a recessão que se avizinha. Nessa postura terão o apoio do Parlamento Europeu, que tem poder de veto sobre estes instrumentos financeiros, e no qual a grande maioria dos grupos políticos apela a uma solidariedade europeia", acrescenta a correspondente.
Pedro Silva Pereira, socialista e um dos vice-presidentes do Parlamento Europeu, considera que os eurodeputados deram um sinal forte aos líderes ao aprovarem uma resolução forte nesse sentido, assinada pelos quatro maiores grupos parlamentares (centro-direita, centro-esquerda, liberal e verdes) na sessão plenária, na passada sexta-feira.
"Não antecipo transformações mágicas nas dificuldades políticas na reunião do Conselho Europeu, mas espero que a posição clara do Parlamento Europeu e o apoio dos maiores grupos políticos, que são também os que suportam os governos que estão a volta da mesa, ajudem a influenciar uma decisão mais solidária e mais forte de resposta a esta crise", disse o eurodeputado numa videoconferência de imprensa para jornalistas portugueses.
O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, pediu aos líderes da União Europeia que recorram a “todos os instrumentos possíveis” para combater a crise gerada pela Covid-19 e garantir a recuperação das economias pós-pandemia.
Os eurodeputados falam agora em "obrigações de recuperação"para se referirem a títulos de dívida pública a serem emitidos pela Comissão Europeia, que tem grande reputação nos mercados financeiros, garantidas pelo orçamento comunitário e que poderiam, ainda, ter garantias dadas por Estados-membros.
Apesar de estar contra a emissão de dívida pública conjunta pelos Estados-membros, a Alemanha deverá fazer um esforço suplementar para que se chegue a acordo até porque vai receber a presidência da União Europeia já em julho.