A chanceler promete, no entanto, uma ajuda mais generosa por parte da Alemanha.
Angela Merkel está disposta a abrir os cordões à bolsa do governo alemão e dar uma contribuição maior ao orçamento da União Europeia para ajudar os parceiros afetados pela crise gerada pela epidemia de Covid-19. Neste discurso no Bundestag, a chanceler alemã voltou, no entanto, a rejeitar a ideia da emissão de dívida comum aos vários Estados da União Europeia - as "eurobonds", agora também chamadas "coronabonds".
Justifica a posição com a necessidade de reformar os tratados europeus para que isso fosse possível.
"Vamos supor que existe tempo e vontade política de partilhar a dívida, Nesse caso, todos os parlamentos nacionais da UE e também o parlamento alemão teriam de decidir rever os tratados europeus, de forma a que uma parte das leis orçamentais passasse para o controlo europeu. Isso seria um processo difícil e demorado e nada disso poderia ajudar na atual situação, porque o que é preciso agora é uma ajuda rápida, com ferramentas que possam aliviar as consequências desta crise", disse a chanceler.
Estima-se que a epidemia de Covid-19 e as medidas de prevenção ditadas por governos de todo o mundo, incluindo os europeus, cause uma crise económica sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial.
Com um plano de recuperação a ser discutido pelos chefes de Estado e Governo da UE, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, diz que este plano tem de ser pelo menos do dobro do montante da resposta de emergência, ou seja, 1 bilião de euros. Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, fala mesmo em vários biliões.