Orbán em guerra aberta com Vera Jourová

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Direitos de autor Virginia Mayo/AP
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De  Ricardo Figueira
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Governo húngaro recusa-se negociar com a Comissão Europeia enquanto a vice-presidente se mantiver no cargo.

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Viktor Orbán entrou em conflito aberto com Vera Jourová, vice-pesidente da Comissão Europeia e exige que seja demitida. Isto depois de Jourová afirmar que a paisagem mediática da Hungria é "alarmante", A propósito do primeiro-ministro húngaro, diz que "está a construir uma democracia doente". Numa carta aberta a Ursula Von Der Leyen em que pede a demissão de Jourová, diz o seguinte: "Estas declarações não são apenas um ataque ao governo húngaro democraticamente eleito. São ofensivas para a Hungria e também para o povo húngaro".

Mas a Comissão deixou claro que isso não é assim. Diz Dana Spinant, Porta-voz da Comissão Europeia: "Vimos a carta do Primeiro-Ministro Orbán e claro que lhe responderemos. A Presidente Von Der Leyen trabalha de perto com a Vice-Presidente Jourová sobre o Estado de direito e a Vice-Presidente tem toda a confiança da Presidente. As nossas preocupações no que diz respeito à situação do Estado de direito na Hungria são bem conhecidas".

Este mais recente episódio entre a Comissão e Viktor Orban surge apenas um dia antes da publicação de um relatório sobre questões de Estado de direito em toda a Europa, no qual se espera que a independência dos meios de comunicação social húngaros e a pluralidade política estejam em destaque.

Além disso, muitos eurodeputados estão também interessados em ligar o futuro orçamento da UE ou transferências de pagamentos para países com base na adesão a questões como a independência da justiça, imprensa livre e transparência.

Um mecanismo que conta com a oposição da Hungria e da Polónia: "Nas futuras negociações com Jourová, a Hungria não vai participar. Porque ela fez uma declaração política e não tem mandato para isso. A Hungria recusa-se a falar com um membro com um vice-presidente da Comissão que seja politicamente tendencioso. Preferimos falar com os comissários que mantêm os seus compromissos vinculados nos tratados que exigem imparcialidade e plena objectividade por parte dos membros da Comissão", diz Zoltán Kovács, porta-voz do governo húngaro

As escaramuças entre Bruxelas e Budapeste não vêm de agora. Desde que Orbán tomou posse há dez anos que são muitos os confrontos entre o governo húngaro e as instituições comunitárias. Este novo episódio pode ser um sinal de que os próximos meses vão ser tensos.

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