Ambientalistas questionam desempenho de veículos híbridos

Os veículos híbridos plug-in não são tão ecológicos como dizem os fabricantes, segundo um estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente, uma organização não-governamental.
Testes com três modelos revelaram que os veículos emitem em média, quase 30% mais de dióxido de carbono face ao que é anunciado pelas marcas.
"Mesmo quando os carros estão a ser conduzidos só com recurso a eletricidade, não é verdade que sejam neutros em emissões poluentes. Nós demonstramos que o motor elétrico é muito pequeno ou muito fraco e não produz energia suficiente. Mesmo quando se está a conduzi em modo elétrico, precisa-se de do motor de combustão para o aquecimento, acender as luzes ou acelerar! O motor de combustão é usado e produz emissões de dióxido de carbono", explicou Julia Poliscanova, membro da Federação Europeia de Transportes e Ambiente.
Informações erradas sobre os reais níveis de emissões poluentes dos carros a gasóleo, em 2015, conduziram ao chamado Dieselgate, escândalo que levou à recolha de milhões de veículos e processos em tribunal.
Mas a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis não reconhece a validade deste estudo, como disse em declaração, por escrito, à euronews: "Questionamos a metodologia deste estudo que analisa o desempenho apenas nas viagens longas, o que não é representativo do uso típico dos veículos híbridos plug-in".
"No próximo ano, todos os carros registados na União Europeia serão equipados com um dispositivo de monitorização de emissões que permitirá ter um quadro real da situação, cabendo à Comissão Europeia fazer uma reavaliação e as adaptações legislativas adequadas", acrescentou.
Os carros totalmente elétricos estão a ter cada vez melhores desempenhos e, nalguns casos, as baterias são suficientes para fazer mais de 300 km sem terem de ser recarregadas.
Alguns grupos ambientalistas defendem, por isso, que sejam eliminados os subsídios públicos ao fabrico e compra de veículos híbridos.