Reparação de aparelhos eletrónicos ganha apoio parlamentar

Telemóveis para reciclar
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De  Isabel Marques da SilvaAida Sánchez Alonso
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O texto aprovado no Parlamento Europeu requer a obrigatoriedade de colocar no rótulo a longevidade estimada do aparelho e informações sobre como repará-lo.

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Assim que se avariam, a maioria dos aparelhos eletrónicos acaba no lixo. Repará-los é muito difícil ou muito caro. O Parlamento Europeua provou, quarta-feira, um relatório que pede nova legislação comunitária para promover a reparação de forma eficaz e economicamente acessível.

Quem faz esse trabalho vê-se confrontado com as estratégias dos fabricantes para dificultar o acesso a peças de substituição, mas diz que quase tudo pode ser reparado.

"A maioria dos problemas advém das pessoas deixarem cair os telemóveis nas sanitas. Ou de partirem um parte, sobretudo o ecrã. Podemos reparar o ecrã, arranjar novas baterias. O cabo para o carregamento também costuma ser muito frágil. Essas são as principais reparações que fazemos", explicou Areg Badalian, técnico em loja de reparação eletrónica, em Bruxelas.

Uma recente sondagem do Eurobarómetro revela que 80% dos inquiridos consideram que os fabricantes devem ser obrigados a facilitar a reparação dos dispositivos digitais.

Recomendação aprovada com abstenção do centro-direita

A proposta do Parlamento Europeu foi aprovada com 395 votos a favor. A abstenção do centro-direita permitiu salvar o projeto, que os ativistas consideram ir na direção certa.

“Apesar da divisão política, que é bastante óbvia entre os conservadores e os progressistas nesta matéria, vemos que o Parlamento Europeu está, finalmente, manter a sua reputação de defensor dos direitos dos consumidores e das questões ambientais”, disse Chloé Mikolajczak, ativista do Movimento Direito à Reparação.

O texto aprovado requer a obrigatoriedade de colocar no rótulo a longevidade estimada do aparelho e informações sobre como repará-lo.

Deverão, também, ser tomadas medidas para acabar com a chamada "obsolescência programada" que reduz propositadamente o desempenho dos aparelhos ao longo do tempo, podendo os fabricantes serem processados judicialmente.

Caberá à Comissão Europeia desenvolver a legislação para que seja adotada por todos os Estados-membros.

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