Como outras regiões vizinhas da União Europeia sem muitos recursos, os Balcãs Ocidentais esperam receber vacinas através da Covax, uma iniciativa mundial para tornar o processo acessível a todos.
A campanha de vacinação contra a Covid-19 começou esta semana na Albânia, depois de um país da União Europeia ter cedido parte do lote que recebeu.
Depois da Sérvia, a Albânia é o segundo país a iniciar o processo na região dos Balcãs Ocidentais, na fronteira com a União. São cerca de 20 milhões de habitantes divididos por seis países que aspiram a entrar no bloco, mas o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, está desiludido.
"Se analisarmos como é que a União Europeia concebeu este processo, vemos que decidiu pensar apenas em si própria, deixando ao critério de cada um dos Estados-membros negociar bilateralmente com países terceiros", explicou Edi Rama, em conferência de imprensa, após ter sido vacinado.
O governo de Tirana diz que o país que deu a ajuda quer manter o anonimato.
Covax para quando?
Como outras regiões vizinhas da União Europeia sem muitos recursos, os Balcãs Ocidentais esperam receber vacinas através da Covax, uma iniciativa mundial para tornar o processo acessível a todos.
A União Europeia contribuiu financeiramente para esse fundo e promete ajudar os países menos desenvolvidos, mas ainda não se sabe a partir de quando.
Sendo um dos quatro países já com estatuto de candidato a Estados-membro, a Albânia esperava mais.
"A iniciativa Covax funcionará um dia. Mas não sabemos, e ninguém sabe, quando isso será possível. Como vimos, os países têm corrido para fazer o que podem segundo o princípio de cada um por si, Deus por todos. Foi isso que a União Europeia fez e é lamentável. Afirmo desde o primeiro dia que não é apenas moral e politicamente inaceitável, mas também injustificado”, acrescentou Edi Rama.
No momento em que o Parlamento Europeu pede explicações sobre o ritmo de vacinação nos Estados-membros, Vlad Gheorge, eurodeputado liberal romeno, concorda que a União Europeia pode fazer mais para ajudar estes países vizinhos num momento difícil.
“Tenho a certeza que poderemos obter melhores soluções e devemos pensar em expandir a área pela qual monte sentimos responsáveis. Se a União Europeia reagir melhor num momento de crise, tal pode definir o tipo de relação que terá com, por exemplo, a Albânia e a Sérvia nos próximos dez ou vinte anos. Essa relação dependerá do que fizer agora", explicou Vlad Gheorge.
Além da solidariedade política e social, a vacinação mais rápida na região é também do interesse da União Europeia em termos de controlo da pandemia no seu território face aos riscos de contaminação transfronteiriça.
A Albânia prometeu doar uma pequena parte do lote que recebeu ao vizinho Kosovo.