As propostas da Comissão Europeia serão apresentadas no dia 17 de março
À medida que o inverno fica para trás as atenções viram-se para o próximo verão.
Muitos esperam o fim da pandemia e o regresso à normalidade, ou quase.
Parte do plano inclui os certificados de vacinação sobre os quais a Comissão Europeia prepara legislação.
O novo certificado de vacinação pode conter várias informações como se a pessoa foi vacinada ou o resultado dos testes.
Os peritos contudo levantam questões.
"Sabemos que as vacinas protegem as pessoas contra doenças graves mas o que não sabemos é a duração da imunidade, esta deve durar um período de tempo limitado. Outra questão são as variantes emergentes. Existem várias variantes e alguns estudos preliminares sugerem que a eficácia das vacinas pode ser limitada por isto, por isso há que pensar na capacidade de revogar os certificados", afirma a professora Melinda Mills da Universidade Oxford no Reino Unido.
Existem igualmente questões que se prendem com a proteção de dados e privacidade.
"Quem teria acesso a estes dados? Será o governo ou empresas comerciais e, neste caso, como utilizariam estes dados? Há muitas pessoas que atravessam fronteiras e querem saber se estes dados estarão ligados a informações fiscais, ou ao estatuto de imigração; outras questões seriam, por exemplo, se tenho um código de telemóvel e utilizo-o para entrar no meu local de trabalho, a seguir vou ao bar e depois ao ginásio, será que me vão seguir? Isto será utilizado para seguir os meus passos ou comportamento? As pessoas também vão querer saber se isto é seguro? Pode ser pirateado?" questiona a académica britânica.
Entre questões éticas e logísticas, o acordo adivinha-se difícil.
A estratégia será anunciada no dia 17 de março e poderão decorrer três meses até à decisão final.
Por enquanto, o verão normal permanece uma miragem.