Agência Europeia dos Medicamentos revalida vacina da AstraZeneca/Oxford

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De  Isabel Marques da Silva com AFP
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Emer Cooke, diretora da EMA, garantiu ser "uma opção segura e eficaz na proteção contra a #Covid1", mas bulas devem mencionar os eventuais efeitos secundários

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A vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 é "segura e eficaz", declarou, quinta-feira, Emer Cooke, diretora da Agência Europeia dos Medicamentos (EMA, na sigla em inglês).

Vários países decidiram, por precaução, suspender a administração da vacina da AstraZeneca após relatos de coágulos sanguíneos suspeitos, que provocaram a morte de algumas pessoas vacinadas.

O regulador europeu reafirma, agora, a confiança na vacina após os especialistas terem concluído não haver associação entre o medicamento e os coágulos sanguíneos reportados e que "os benefícios do uso superam os riscos".

Portugal foi um de quase duas dezenas de países que suspenderam o uso da vacina até que a EMA pudesse fazer uma investigação mais detalhada.

Emer Cooke disse que a EMA "não pode descartar definitivamente uma ligação'' entre os tipos raros de coágulos sanguíneos e a vacina.

Embora não exista qualquer evidência de ligação entre ambos, os especialistas recomendam adicionar uma descrição desses casos às bulas, os folhetos de informação sobre a vacina, para que os profissionais de saúde e os pacientes fiquem alerta para os casos raros de coágulos sanguíneos.

"A nossa posição científica é que esta vacina é uma opção segura e eficaz para proteger os cidadãos contra a Covid-19, que demonstrou pelo menos 60% de eficácia em ensaios clínicos. De facto, as evidências no mundo real sugerem que a eficácia pode ser ainda maior do que isso", acrescentou Emer Cooke.

Noruega tem visão diferente

Três horas antes do anúncio do regulador europeu, o chefe do departamento de hematologia do Hospital Universitário de Oslo, na Noruega, revelou uma conclusão contrária.

Pal Andre Holme disse que a sua investigação revelou que a vacina foi responsável pelos três casos graves de coágulos sanguíneos.

Por seu lado, uma cientista da Universidade de Oxford, entidade que ajudou a desenvolver a vacina da Astrazena, alerta que estas polémicas podem criar receio na população.

"Quando vários reguladores dizem coisas diferentes sobre quando aprovar ou suspender uma vacina, isso cria dúvidas nas pessoas. Quando aumentam as dúvidas, as pessoas que estavam um pouco hesitantes - e mesmo aquelas que não estavam - começam a pensar que talvez o produto não seja seguro. Vão começar a fazer perguntas sobre as diferentes vacinas e quererão saber qual é aquela que vão receber. Mas estas vacinas foram sujeitas a testes clínicos padrão”, disse a professora Melinda Mills.

Além da questão dos efeitos secundários, a farmacêutica anglo-sueca tem estado na mira da Comissão Europeia devido aos atrasos na entrega de vacinas à União Europeia.

Tal como já tinha acontecido no início do ano, alegando dificuldades na cadeia de produção, a empresa anunciou, no fim de semana passado, que haverá atrasos nos lotes previstos para o segundo trimestre, invocando agora as restrições impostas pela União Europeia à exportação.

O caso poderá atrasar a meta da Comissão Europeia de vacinar pelo menos 70% da população adulta da União até ao final de setembro.

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