Líderes europeus, reunidos em Bruxelas, chegaram a acordo para proibição parcial de importações do combustível fóssil
Para a União Europeia, mais importante do que as concessões que tiveram de se fazer, é o acordo alcançado, esta segunda-feira, para cortar 90% das importações de petróleo russo até ao final do ano.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, acabou por se impor na batalha e cantar vitória.
O embargo parcial acertado proíbe por completo o transporte marítimo do petróleo, mas poupa entregas através de oleodutos, como acontece no caso da Hungria.
Os críticos apontam o dedo ao calendário previsto do embargo, até ao final do ano, lembrando que dá ao Kremlin tempo de se ajustar e de continuar a guerra na Ucrânia.
Apesar das críticas, o presidente francês, Emmanuel Macron, defende o acordo, com unhas e dentes: "há dois meses, ninguém acreditava que as sanções contra o petróleo russo seriam possíveis. Muitos líderes diziam: nunca tocaremos no petróleo e no gás, com certeza. Por isso, este sexto pacote de sanções é histórico. Decidimos, de forma muito clara, sancionar e abandonar o petróleo russo o mais rápido possível. E as medidas de exceção que foram decididas são para os Estados-membros que estão muito dependentes, com refinarias que não podem ser convertidas rapidamente e que não têm acesso para o mar."
Os líderes europeus reuniram-se em Bruxelas, onde acabaram por aprovar o sexto pacote de sanções contra a Rússia.
A segurança alimentar foi outro assunto em cima da mesa e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apontou baterias a Moscovo: "o fato de haver uma grave crise alimentar em desenvolvimento deve-se, unicamente, à guerra injustificada da Rússia. Sem esta guerra não teríamos essa crise. E devemos repetir sempre que a Rússia não está apenas a bloquear a exportação de trigo ucraniano. Está a bombardear armazéns onde o trigo é armazenado de forma deliberada."
O gás é o único combustível fóssil russo que permanece a salvo das sanções europeias, para já pelo menos.
Mas até quando?