G20: UE mobiliza-se para isolar Rússia e equilibrar relação com China

Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel
Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel Direitos de autor Dita Alangkara/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
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De  Sergio CantoneIsabel Marques da Silva
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A invasão da vizinha Ucrânia pelo Rússia, a 24 de fevereiro, mergulhou a economia global numa crise e reacendeu as divisões geopolíticas do tempo da Guerra Fria.

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A União Europeia (UE) pretende ter maior autonomia estratégica e vai debatê-lo na reunião do G20, na Indonésia, segunda e terça-feira. O G20 é um fórum intergovernamental que reúne a UE e 19 países de todo o mundo, mais e menos industrializados, que controlam 80% da riqueza mundial.

A segurança alimentar, as relações com a Rússia e o crescente poder da China dominam as preocupações europeias.

"Não queremos cometer os mesmos erros que cometemos com a Rússia em matéria de combustíveis fósseis. Éramos muito dependentes da Rússia nessa área e, atualmente, enfrentamos muitas dificuldades. Não queremos ser demasiado dependentes da China nas tecnologias inovadoras de que precisamos, atualmente e cada vez mais no futuro. É importante reequilibrar a relação e teremos de ter maior envolvimento com as autoridades chinesas", disse Charles Michel, presidente do Conselho Europeu.

A invasão da vizinha Ucrânia pelo Rússia, a 24 de fevereiro, mergulhou a economia global numa crise e reacendeu as divisões geopolíticas do tempo da Guerra Fria, precisamente quando o mundo estava a emergir da crise da pandemia.

"Após a primeira ronda de conversações, a Rússia parece mais isolada do que o esperado. Parece não haver nenhum país, nem mesmo a China, que apoie decididamente a Rússia na guerra na Ucrânia. A maioria dos países presentes estão a seguir o exemplo dos EUA, tentando aproximar-se um pouco mais da China, no sentido deste país pressionar a Rússia para acabar com a guerra na Ucrânia", refere a enviada da euronews, Nadia Gancheva.

A UE e os EUA esperam isolar a Rússia, incluindo nas relações priviligiadas que tem tido com a China, bem como com a Índia. Estes dois países parecem estar a favor de um rápido cessar-fogo na Ucrânia.

Os EUA pedem uma declaração clara do G20 contra a guerra na Ucrânia, havendo convergência na ideia de que esse conflito tem um impacto muito negativo na estabilidade económica mundial.

Mas a Rússia disse que a "politização" da cimeira é injusta: "Há uma guerra em curso na Ucrânia, uma guerra híbrida que o Ocidente desencadeou e tem vindo a preparar há anos", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, repetindo o mantra do presidente Vladimir Putin de que a expansão da NATO a leste é uma ameaça para a Rússia.

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