Refugiados ucranianos passam o Natal longe da família

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De  euronews
Governo e autarcas tentam manter o espírito natalício na Ucrânia
Governo e autarcas tentam manter o espírito natalício na Ucrânia   -  Direitos de autor  AP Photo/Vasilisa Stepanenko

Por causa da guerra na Ucrânia, inúmeras famílias vão passar este Natal separadas. O conflito já provocou pelo menos 13 milhões de refugiados. 

Anna Polukhina, 37 anos, natural de Mariupol, é uma destas pessoas. Vive num centro de refugiados em Milão. Tem dificuldades em celebrar o Natal, quando a família que ficou na Ucrânia vive numa zona de guerra. Anna disse à Euronews que a casa da mãe foi destruída. 

“A família é muito importante", realça. "É tudo, mas a guerra mudou tudo. Talvez não tenha hipótese de falar com a minha família e todos os familiares que tenho lá", conta, lembrando que Mariupol está ocupada pelas forças russas. A refugiada gostaria de "ouvir a mãe, falar com ela", mas é muito difícil. 

O centro de refugiados tenta animar quem lá vive, com decorações alusivas à época e um jantar de Natal, com pratos tradicionais da Ucrânia. "Pode haver surpresas para nós, para as crianças, que escreveram cartas ao Pai Natal. Vamos ver... talvez haja presentes para todos nós!"

Celebrar numa zona de guerra

Elizabeth Pulvas está numa situação semelhante à de Anna. Será o primeiro Natal que esta ucraniana de 23 anos vai passar longe da família, que está em Kiev. "É muito difícil entender que não é possível reunirmo-nos todos num lugar", lamenta a refugiada que vive na Roménia. 

"A coisa mais importante não é que eu não esteja com minha família, é que muitas pessoas vão comemorar o Natal numa zona de guerra", sublinha Elizabeth, pensando, por exemplo, na avó de 87 anos que teve que tem tido que enfrentar os ataques aéreos russos e as suas consequências. “Não ter água, nem aquecimento é uma grande tragédia para uma mulher de 87 anos. E nenhum deles terá um Natal de verdade”,

"Na Ucrânia não há espírito natalício, apesar dos esforços do Governo e de todos para melhorar o ânimo das pessoas", vinca a refugiada ucraniana, referindo-se às decorações natalícias existentes em várias cidades ucranianas, apesar da guerra. 

Mas apesar da tristeza, Elizabeth vai tentar aproveitar ao máximo o Natal em Bucareste, cozinhando 12 pratos tradicionais, tal como fez o ano passado na Ucrânia.