Ecossistema do Lago Constança muda e ameaça pesca

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Ecossistema do Lago Constança muda e ameaça pesca
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De  Aurora Velez
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As espécies invasoras estão a tomar conta deste lago na Europa Central, roubando o alimento às espécies nativas prejudicando grandemente a pesca.

Reto Leuch pesca no Lago Constança há 30 anos com as suas redes. Nos últimos anos, este pescador suíço reparou que há menos perca e outros peixes comestíveis. As espécies locais estão privadas de alimento porque outras espécies invasoras tomaram conta das águas, tais como o esgana-gata e o mexilhão quagga. 

A pesca no lago está a acabar: "O maior problema com espécies invasoras é que competem diretamente com espécies locais por alimentos. É assustador. Já não se pode viver da pesca. Não se pode sustentar uma família com uma captura tão pequena", lamenta-se o pescador.

O Lago Constança está a ser estudado por cientistas alemães, austríacos e suíços. No instituto de investigação Eawag, perto de Zurique, medem as populações de espécies invasoras e cruzam dados para compreender o impacto no ecossistema. Contaram 37 espécies de animais e plantas invasoras. Silvan Rossbacher, investigador, trabalha com o mexilhão quagga, uma espécie nativa da Ucrânia. Mas como chegou até aqui?

"Acreditamos que chegou através de navios de carga, através do Canal Reno-Danúbio. Nas regiões mais infestadas deste lago, temos cerca de 30.000 mexilhões por metro quadrado, o que é bastante. Por isso, hoje retirámos uma amostra do fundo do lago. Recolhemos mexilhões, levámo-los para o laboratório, medimo-los e contámo-los", explica.

O orçamento total deste projeto é de cerca de cinco milhões e meio de euros, sendo metade paga com o apoio da Política de Coesão Europeia. Sete institutos de investigação dos três países limítrofes do lago estão a participar no projeto.

Estas espécies invasivas reproduzem-se muito rapidamente. É o caso dos esgana-gatas, que - segundo o líder do projetto - representam agora 90% dos peixes do lago. Mas qual é a solução? Será demasiado tarde?

Piet Spaak, investigador e gestor do projeto, diz: "Para o Lago Constança, é agora demasiado tarde. As medições foram feitas demasiado tarde. Todos podem ajudar. Todos os que vão ao Lago Constança, com um barco ou uma prancha de paddle, devem limpá-los e ter a certeza de que não transportam mexilhões quagga ou larvas de mexilhões de um lago para outro".

Estas espécies invasoras filtram a água do lago, que é límpida e de boa qualidade. Com 536 km2, o Lago Constança é um reservatório de água potável e um dos pontos turísticos mais importantes da Europa Central.

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