Glaciário da Bretanha francesa recuperado como projeto energético

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De  Galina PolonskayaEuronews
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No local onde há 50 anos eram produzidas toneladas de gelo para abastecer o porto local, está agora a surgir um projeto energético que quer recuperar a história e lançar-se num futuro mais amigo do ambiente.

Etel viu o legado histórico recuperado. Antigamente, existia na cidade da Bretanha francesa um grande porto piscatório e o icónico edifício conhecido como "Le Glacier", palavra francesa para glaciar, ou geleira. Recentemente restaurado, o espaço une hoje em dia a história a um futuro mais amigo do ambiente.

"Local emblemático da Bretanha, o Glacière de Etel. Localizado no coração do antigo distrito marítimo, eram feitas lá até 70 toneladas de gelo todos os dias"

Edifício recuperado após anos ao abandono

Construído em 1946, o Glaciário de Etel produzia gelo para o porto local. Mais tarde, o edifício foi abandonado e danificado. Acabou por ser comprado pelas autoridades locais para ser restaurado.

Etienne Pigeon, vice-presidente da Câmara Municipal de Etel, conta que "é o último glaciário em Morbihan, na Bretanha. Até aos anos 50, havia 250 barcos à vela que se dedicavam à pesca, principalmente à pesca do atum e este atum tinha de ser preservado, obviamente, precisava de gelo, pelo que sem este edifício não havia pesca. O principal objetivo do nosso projeto é acolher o público, as pessoas estão ligadas ao edifício, conhecem-no, vêm de toda a região para o ver".

História, tecnologia e ecologia

Apesar de a inauguração do projeto energético estar prevista para 2025, o Glaciere já acolhe exposições e, tanto nos temas abordados, como na tecnologia usada no edifício, ouso de energia verde é o elemento-chave.

"Vamos usar prioritariamente aqui no Glaciere todas as fontes de energia que encontramos nas proximidades. O mar em primeiro lugar, através da capacidade da corrente de fazer girar a hélice da turbina de maré para produzir eletricidade. Também vamos usar a qualidade da água do mar e a sua temperatura relativamente constante ao longo do ano para uma bomba de calor de água do mar que permitirá a recuperação de calor para aquecer o edifício. A bomba de calor funciona como um frigorífico invertido, se quisermos", explica Aurelien Bertin, conselheiro na área da energia para o projeto.

Para aproveitar a energia do sol, o telhado curvo é coberto por painéis solares inovadores, biodegradáveis e flexíveis, concebidos em Nantes.

O excedente da energia verde será partilhado com os edifícios municipais locais.

O projeto energético Glaciere está avaliado em 236564 euros, dos quais mais de 165 mil euros provêm de financiamento europeu.

Os viveiros de peixes nas traseiras do Glaciere, a cargo de Jean-Charles Rimbault, fazem-nos recuar aos tempos em que este local estava cheio de gelo. A história do Glaciere perpetua-se no tempo.

"Etel era um símbolo da cidade há 50 anos, tem uma história ligada à pesca e ara mim era importante encontrar-me num lugar com uma história e poder escrever à minha maneira mais uma página dessa história".

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