Espanha elenca quatro prioridade para presidência da UE

O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, poderá perder o poder nas eleições de 23 de julho
O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, poderá perder o poder nas eleições de 23 de julho Direitos de autor AP Photo/Geert Vanden Wijngaert
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De  Isabel Marques da Silva (Trad.)
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O reforço da soberania industrial europeia, a unidade face aos desafios globais e os esforços para acelerar a transição climática estarão no centro da presidência espanhola do Conselho da União Europeia (UE), afirmou o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez.

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O governo de Madrid assumirá a presidência rotativa do Conselho da UE, substituindo a Suécia, a 1 de julho, o que lhe permitirá definir a agenda e as prioridades políticas do bloco durante os próximos seis meses, antes de passar as rédeas à Hungria.

Num discurso, quinta-feira, o chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, apontou a reindustrialização como a sua primeira prioridade para ajudar a UE a ter mais autonomia estratégica.

"Penso que, nos últimos quatro anos, aprendemos muitas lições sobre o que foi o processo de desindustrialização na Europa e, também, quais foram as consequências e as fraquezas e vulnerabilidades que fomos acumulando", afirmou.

O líder socialistas espanhol apelou à deslocalização para a Europa de indústrias-chave, em particular nos domínios da energia e da saúde, citando, por exemplo, a escassez de equipamento de proteção individual de que padeceram alguns Estados-membros aquando da pandemia de Covid-19.

Mas, também, defendeu que a UE deve assegurar a sua liderança tanto no que respeita à inovação como ao quadro regulamentar para as tecnologias que terão uma importância crescente no futuro, incluindo as energias renováveis, a robótica e os produtos e serviços digitais como a inteligência artificial.

Clima, justiça social e unidade

A transição ecológica é a segunda prioridade. Se a UE não só se adaptar, mas também antecipar o desafio que este representa, "pode, também, transformá-lo numa imensa oportunidade de prosperidade para todo o continente", afirmou Sánchez.

Se for bem sucedida, a UE poderá reduzir a sua dependência em relação à energia e às matérias-primas essenciais, que são cruciais para a produção e utilização de energias renováveis, e "reduzir, substancialmente, a nossa fatura de eletricidade".

Em terceiro lugar na lista de prioridades de Sanchez está a justiça social, afirmando que o crescimento do Produto Interno Bruto é importante mas depois é necessária uma melhor redistribuição da riqueza.

"Precisamos de quebrar a tendência, observada nas últimas décadas, em que os lucros das empresas nem sempre serviram para reduzir a desigualdade ou melhorar as oportunidades e as condições de vida dos cidadãos. Precisamos de uma economia que seja muito mais competitiva, mas também, e não tem de ser contraditório, mais justa e mais solidária", afirmou.

Por último, o líder pretende utilizar a presidência para "reforçar a unidade interna da UE", de modo a que esta possa não só resistir às "crescentes incertezas e tensões geopolíticas", mas também tornar-se "um dos principais arquitectos da Nova Ordem Internacional".

Mais desejos

A sua lista de desejos inclui um aprofundamento do mercado interno, a conclusão da união bancária e o reforço dos instrumentos financeiros sustentáveis e de fundos como o Próxima Geração UE, o fundo de recuperação pós-Covid-19 destinado a acelerar a transição ecológica e digital.

A "otimização dos processos de tomada de decisão" a nível da UE - que se refere à alteração das regras de votação da unanimidade para a maioria qualificada em algumas áreas - e a adoção do  Pacto da UE sobre Migração e Asilo foram também citadas pelo líder espanhol como áreas de interesse.

Os países da UE chegaram a um acordo importante, na semana passada, após sete anos de discussões prolongadas, sobre dois novos  regulamentos que ajudarão a ter um mecanismo de solidariedade na gestão da migração.

As conversações com o Parlamento Europeu, o co-legislador, começaram e a Comissão Europeia mostrou-se confiante de que poderão ser concluídas com êxito antes do final do mandato, em junho de 2024.

No entanto, Sánchez, que lidera um governo socialista em dificuldades, não mencionou no seu discurso as eleições nacionais que se realizarão apenas três semanas após o início da presidência do país na UE e que poderão destituí-lo em benefício de um novo executivo conservador.

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