Armazenamento de gás na UE está nos 90%, acima do definido para esta altura

Um autocolante diz "gás natural" num tubo na fábrica da empresa francesa R-CUA, em Estrasburgo, no leste de França, a 7 de outubro de 2022\.
Um autocolante diz "gás natural" num tubo na fábrica da empresa francesa R-CUA, em Estrasburgo, no leste de França, a 7 de outubro de 2022\. Direitos de autor AP Photo/Jean-Francois Badias
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De  Alice Tidey
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Artigo publicado originalmente em inglês

A União Europeia já armazenou 90% do gás que pretendia para o próximo inverno, mais do que o previsto para esta altura.

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"A Europa já está preparada para o próximo inverno", anunciava Kadri Simson nas redes sociais, esta sexta-feira, que "o armazenamento de gás, na União Europeia, já atingiu os 90%". Mais do que o previsto para esta altura do ano. Para a Comissária para a Energia da UE conseguir atingir as metas definidas permite "aumentar" a capacidade do bloco forte europeu de se preparar para "eventuais novas interrupções e cortes no abastecimento".

Possivelmente, nem todos os países da UE, com instalações de armazenamento, terão atingido os 90% da capacidade, mas entre todos a meta foi alcançada. O porta-voz da Comissão Europeia explicava que "os Estados-membros veem e compreendem que é, extremamente, importante cumprir" esta obrigação.

UE quer evitar ficar prisioneiro da Rússia

O objetivo de armazenar até 90% da capacidade, até 1 de novembro de 2023, tinha sido estabelecido no ano passado, semanas após a invasão da Ucrânia pela Rússia, quando os preços atingiram níveis recorde e entre receios de que Moscovo pudesse cortar o fornecimento.

Estes receios concretizaram-se pouco tempo depois, em retaliação às sanções económicas de grande alcance impostas pela UE, bem como ao compromisso de suspender todas as importações de combustíveis fósseis russos. Antes da guerra da Rússia na Ucrânia, a UE, em geral, comprava 40% do seu gás a Moscovo.

O corte abruto no fornecimento de gás russo suscitou receios de que a UE pudesse sofrer apagões no inverno, o que levou os governos a prepararem os piores cenários, incluindo cortes de energia contínuos. 

Um inverno ameno e uma redução do consumo de energia, sem dúvida em parte ligado ao aumento das faturas energéticas, garantiram que esses planos nunca fossem postos em prática.

Os níveis de armazenamento de gás no início de abril - ou seja, no final da estação de aquecimento - estavam nos 56%, muito acima da média de cinco anos, que era de 34%.

A União Europeia tem uma capacidade de armazenamento de 100 mil milhões de metros cúbicos (bcm), com mais 30 bcm na Ucrânia.

Evitar que 2022 se repita

Ainda assim, para evitar uma repetição de 2022, quando os Estados-membros da UE competiram entre si para importar gás de fornecedores não russos, a Comissão Europeia criou uma plataforma conjunta de compra de gás. O objetivo era tirar partido do poder de mercado do bloco e baixar os preços para os compradores da UE.

O executivo europeu considerou a sua plataforma um "êxito notável", mas manteve-se discreto quanto aos preços, declarando que não participa nas negociações entre compradores e vendedores.

Os preços no mecanismo de transferência de títulos (TTF), plataforma virtual para o comércio de gás, mantiveram-se, esta semana, perto da marca dos 40 euros por megawatt-hora, bem abaixo dos três dígitos observados durante a maior parte de 2022.

No entanto, a dependência de fornecedores estrangeiros de gás significa que a UE continua vulnerável às flutuações de preços.

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