A nova guerra no Médio Oriente e as eleições legislativas na Polónia estiveram em destaque na atualidade política, esta semana, colocando novos desafios e perspetivas para ação da Comissão Europeia e construção de consensos entre os 27 países da União Europeia (UE).
A guerra entre Israel e o Hamas foi analisada na UE ao nível de todas as instituições, tendo levado à convocação de uma videoncoferências dos chefes de Estado e de governo pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e à aprovação de uma resolução no Parlamento Europeu.
Na sessão plenária com os eurodeputados, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que deve haver uma posição de equilíbrio em relação às duas partes.
"Israel tem o direito à auto-defesa, de acordo com o direito internacional. O Hamas é terrorista e o povo palestiniano também sofre com esse terror. Temos de os apoiar. Não existe qualquer contradição entre ser solidário com Israel e agir em prol das necessidades humanitárias do povo palestiniano", disse a chefe do executivo comunitário.
Tusk poderá chegar ao poder na Polónia
Outra notícia em destaque foi o possível volte-face na Polónia, que desde 2015 tem um governo nacionalista e eurocético. Três partidos da oposição estão em condições de criar uma coligação com maioria parlamentar, que deverá ser chefiada pelo ex-primeiro-ministro e ex-presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
"Este resultado fala por si. Ninguém o pode distorcer, ninguém nos pode roubá-lo. Ganhámos a democracia, ganhámos a liberdade, ganhámos de volta a nossa querida Polónia", disse Tusk, no seu discurso após serem conhecidos os resultados das eleições mais concorridas da democracia polaca.
Uma mudança de governo na Polónia poderá ter consequências importantes na UE, dado o historial de tensa relação nos últimos anos (os fundos europeus estão congelados por causa de violações dos Tratados da UE) e o peso deste país a nível geopolítico no continente, sobretudo com a guerra na Ucrânia.
A euronews entrevistou Katarina Barley, vice-presidente do Parlamento Europeu, de centro-esquerda, e antiga ministra da Justiça da Alemanha, sobre o possível impacto desta viragem.
"O anterior governo estava a enveredar pelo caminho da autocracia, abolindo a independência do poder judicial e concentrando os meios de comunicação social nas suas próprias mãos. Por isso, estava a seguir o caminho de Viktor Orbán, na Hungria. É muito, muito bom e aliviante ver que o povo polaco escolheu outro caminho", disse Katarina Barley.
(Veja a entrevista na íntegra em vídeo)