O governo de Israel alegou que age em conformidade com o direito internacional na operação militar na Faixa de Gaza, durante a sua defesa da acusação de genocídio, no Tribunal Internacional de Justiça, movida pela África do Sul.
Os advogados de defesa de Israel disseram que o país tem o direito de se defender após o ataque do Hamas, a 7 de outubro, e citaram até a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na audiência, sexta-feira, em Haia, nos Países Baixos.
"O contexto real imediato e próximo para as alegações específicas de genocídio reivindicadas pela África do Sul reside nos acontecimentos de 7 de outubro. Como disse a presidente da Comissão Europeia, no dia 19 de outubro: "Não havia limite para o sangue que os terroristas do Hamas queriam derramar. Foram casa a casa, queimaram pessoas vivas, mutilaram crianças e até bebés. Porquê? Porque eram judeus"", citou o advogado Malcolm Shaw, sendo visível a frase atarvés de um elemento gráfico mostrado no tribunal.
Os advogados israelitas afirmam que as provas apresentadas pela África do Sul sobre situações que afetam os civis, tais como o aumento da fome e o sofrimento das crianças em particular, são da exclusiva responsabilidade do Hamas por usar a população palestiniana com escudos humanos.
Cumplicidade europeia?
Um ativista palestiniano, Shawan Jabarin, que faz parte da delegação no tribunal disse à euronews que a situação humanitária é crítica e acusa alguns Estados europeus de serem cúmplices.
"Apoiaram e apoiam Israel incondicionalmente. Figuras-chave da UE, os líderes europeus e das instituições da UE deram luz verde a Israel para continuar os crimes. Os europeus estão a perder o seu protagonismo e a sua moralidade", Shawan Jabarin, do Centro Palestiniano de Direitos Humanos Al-Haq.
O tribunal deverá decidir, nas próximas semanas, se aceita o pedido da acusação - África do Sul - para que sejam impostas nove medidas provisórias, que incluem a prevenção de mais danos irreparáveis aos palestinianos em Gaza e também a suspensão total da campanha militar israelita na região.
Israel diz que isso é impossível porque não se aplicaria ao Hamas, que continuaria a enviar rockets para o sul de Israel.