Um muro ao estilo de Trump à volta da UE, mais energia nuclear e a reindustrialização da Europa: estes são alguns dos pontos-chave que o candidato da direita francesa às eleições europeias, François-Xavier Bellamy, espera que impulsionem a sua campanha. Será que os eleitores vão apreciar?
Em desvantagem nas sondagens para as próximas eleições europeias, o candidato da direita francesa, François-Xavier Bellamy, está desesperado para impulsionar a sua campanha.
Ao anunciar o programa do Partido Republicano Francês (Les Républicains), na terça-feira, em Paris, o eurodeputado decidiu centrar a sua campanha em dois temas: a imigração e a soberania europeia.
Imigração: construir um muro europeu?
O candidato diz ser favorável à construção de muros físicos nas fronteiras da UE - uma ideia que faz lembrar a promessa do antigo presidente dos EUA, Donald Trump, em 2016.
A direita também considera a possibilidade de manter uma "cláusula de salvaguarda", na qual cada país poderia restabelecer o controlo das suas próprias fronteiras em caso de emergência.
No que diz respeito à soberania europeia, o programa é vasto. Segundo Bellamy, para voltar a ser forte, "a União Europeia tem de mudar profundamente o seu rumo".
"Todo o nosso continente está a atravessar uma crise profunda. E a questão é dupla: o declínio da Europa no mundo e o declínio da França na Europa."
A soberania significa menos regulamentação e regras e, em vez disso, investir mais em tecnologia e reindustrializar o continente.
Para o candidato de direita, soberania também significa investir mais numa defesa europeia comum.
"Proponho que todos os Estados europeus aumentem a sua contribuição para o esforço de defesa coletiva para 3% do seu PIB", na NATO, um grupo de 32 países da Europa e da América do Norte que existe para proteger as pessoas e o território dos seus membros".
"Não há segundo mandato para Ursula Von Der Leyen"
Para atingir estes objetivos, Bellamy deixa claro: o seu partido não votará na atual presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, que faz parte do seu Partido Popular Europeu (PPE) em Bruxelas.
O candidato de direita garante também que é o líder do único partido de direita em França que pode fazer ouvir a voz do seu país em Bruxelas.
"Seremos os representantes dos franceses no principal partido político europeu, o Partido Popular Europeu, ao qual pertencemos. Somos a única lista que pode permitir à França tomar a decisão de amanhã no debate europeu".
Quando questionado sobre como é que o seu partido poderá influenciar o PPE se Von Der Leyen for reeleita, François-Xavier Bellamy insistiu que outros eurodeputados do partido irão votar contra ela.
"Não queremos dar a Ursula von der Leyen um segundo mandato. O mínimo que podemos dizer é que esta posição está longe de ser marginal e é partilhada por uma grande parte dos grupos políticos que compõem o PPE".
Mas com apenas 8% das intenções de voto, o partido de direita tradicional encontra-se entre o partido da Renascença do presidente francês Emmanuel Macron, que se inclina para o centro-direita, e o partido de extrema-direita Rassemblement National, que lidera atualmente as sondagens com 32%.