Presidente francês revelou que França vai treinar pilotos ucranianos para os Mirage 2005 e que irá anunciar na sexta-feira um novo programa de cooperação com Kiev.
O presidente francês Emmanuel Macron anunciou esta quinta-feira que vai enviar caças Mirage para a Ucrânia. Macron revelou também que os pilotos ucranianos serão formados em França.
Em entrevista à emissora pública francesa, o presidente francês prometeu para sexta-feira o anúncio de uma "nova cooperação" com a Ucrânia, que inclui o envio dos caças Mirage 2005 que permitirão a Kiev, segundo Macron, "proteger o seu território, o seu espaço aéreo" dos ataques da Rússia.
“A partir de amanhã, lançaremos um programa de formação de pilotos e, em seguida, entregaremos estes aviões”, disse Macron, que admitiu não poder "precisar o número" de aviões enviados, uma vez que França está "a construir uma coligação com outros parceiros".
O objetivo é formar pilotos "a partir deste verão", durante "cinco ou seis meses", para ter "pilotos e aviões até ao final do ano", acrescentou o Presidente francês.
Macron reiterou também que a Ucrânia deve ser autorizada a usar armamento fornecido pelos aliados ocidentais para atingir alvos militares russos e "neutralizar os pontos através dos quais [o país] está a ser atacado".
Biden com Zelenskyy em Paris
Esta quinta-feira, o presidente da Ucrânia juntou-se aos líderes mundiais que celebraram o 80.º aniversário do desembarque das tropas aliadas na Normandia, aproveitando a oportunidade para continuar a pressionar no sentido de obter mais auxílio militar. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não foi convidado.
Volodymyr Zelenskyy deverá encontrar-se com altos responsáveis franceses e o Presidente norte-americano na sexta-feira em Paris.
Joe Biden, que discursou por ocasião da efeméride esta quinta-feira, não contornou o tema e reforçou a importância dos EUA nas negociações de paz na Ucrânia. "Não nos vamos afastar porque, se o fizermos, a Ucrânia será subjugada e não acabará aí", disse Biden. "Os vizinhos da Ucrânia serão ameaçados, toda a Europa será ameaçada", alertou ainda.
Joe Biden aproveitou o discurso no memorial do Dia D para fazer um paralelo entre dois episódios da História: a luta pela libertação do controlo nazi na Segunda Guerra Mundial e a luta da Ucrânia face à agressão russa. "É impensável rendermo-nos aos agressores. Se o fizéssemos, estaríamos a esquecer o que aconteceu aqui nestas praias sagradas", afirmou, referindo-se às cinco praias da Normandia onde há 80 anos as tropas aliadas desembarcaram.