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Orbán nomeia Oliver Várhelyi para Comissário da UE apesar do passado de controvérsias

Olivér Várhelyi é atualmente o Comissário responsável pela política de vizinhança e pelo alargamento.
Olivér Várhelyi é atualmente o Comissário responsável pela política de vizinhança e pelo alargamento. Direitos de autor  European Union, 2024.
Direitos de autor European Union, 2024.
De Jorge Liboreiro
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Nos últimos cinco anos, Oliver Várhelyi tem sido frequentemente criticado por ter rompido com a Comissão e alinhado com o governo de Orbán.

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Viktor Orbán escolheu Olivér Várhelyi como nomeado da Hungria para Comissário Europeu, apesar do historial controverso de Várhelyi nos seus cinco anos em Bruxelas.

O primeiro-ministro anunciou a notícia na segunda-feira, após o que descreveu como uma "consulta recente" com Ursula von der Leyen, que no início do mês foi reeleita presidente da Comissão Europeia com uma maioria maior do que a esperada.

O próximo passo de von der Leyen é criar o seu novo Colégio de Comissários, constituído pelos candidatos enviados por cada Estado-Membro. A presidente tem a prerrogativa exclusiva de atribuir as pastas políticas e de conceber a estrutura hierárquica do executivo.

As capitais têm até 30 de agosto para comunicar as suas escolhas, embora muitas já tenham avançado com um nome, sem se preocuparem com o duo homem-mulher exigido por von der Leyen.

No caso da Hungria, o escolhido é o atual comissário para a Vizinhança e o Alargamento, Olivér Várhelyi.

"Durante os últimos cinco anos, o Comissário Várhelyi provou que a UE pode fazer a diferença enquanto força positiva na sua vizinhança e para além dela. Ele fará um excelente trabalho na próxima Comissão!", escreveu Orbán nas redes sociais.

Reagindo à notícia, Várhelyi disse que era uma "imensa honra ser nomeado" e que estava "ansioso por continuar o nosso trabalho comum com a Presidente von der Leyen".

Mas se será dada uma segunda oportunidade a Várhelyi, de 52 anos, continua a ser muito duvidoso.

A sua nomeação depende de uma audição de confirmação no Parlamento Europeu, onde tem sido alvo de críticas implacáveis por ter rompido com a linha oficial da Comissão e ter seguido uma agenda alinhada com o Governo de Orbán.

Com poucas hipóteses de ser confirmada, a nomeação vai alimentar a especulação de que Orbán está a manter a sua verdadeira escolha como plano B, quando a candidatura de Várhelyi for rejeitada pelos eurodeputados.

Em 2019, a primeira escolha da Hungria, László Trócsányi, foi rejeitada devido a um alegado conflito de interesses, o que levou ao aparecimento de Várhelyi como substituto.

Na altura, o partido de Orbán, o Fidesz, pertencia ao Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita. Atualmente, porém, pertence ao partido de extrema-direita Patriotas pela Europa, em torno do qual os partidos centristas construíram um "cordão sanitário".

Um mandato polémico

O mandato de Várhelyi em Bruxelas tem sido marcado por uma série de controvérsias, que deverão ressurgir quando for submetido ao escrutínio do Parlamento.

O seu historial inclui

  • janeiro de 2023: o Parlamento Europeu pede uma "investigação independente e imparcial" para determinar se Várhelyi violou o código de conduta da Comissão. Os eurodeputados acusam o alto funcionário de minimizar o retrocesso do Estado de direito na Sérvia e de apoiar as acões separatistas de Milorad Dodik na Bósnia-Herzegovina. Várhelyi afirma que as acusações são "fake news" e defende o seu trabalho.
  • fevereiro de 2023: durante um debate parlamentar sobre os Balcãs Ocidentais, Várhelyi é apanhado num microfone a perguntar: "Quantos idiotas ainda restam?" O momento torna-se viral nas redes sociais e provoca uma reação furiosa dos deputados ao Parlamento Europeu, que exigem a sua demissão. Várhelyi pede desculpa e diz que o comentário foi "relacionado com uma conversa privada e contínua" com o seu chefe de gabinete e "retirado do contexto".
  • outubro de 2023: imediatamente após os ataques do Hamas contra Israel, Várhelyi anuncia subitamente que "todos os pagamentos" às autoridades palestinianas serão "imediatamente suspensos". A declaração faz manchetes internacionais e desencadeia uma reação negativa em alguns Estados-Membros. Confrontada com questões, a Comissão esclarece que Várhelyi atuou sem a bênção de von der Leyen ou sem consultas prévias.
  • maio de 2024: O primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, acusa um comissário anónimo de "chantagem" sobre a sua controversa lei relativa aos "agentes estrangeiros". Durante uma chamada telefónica, o Comissário referiu-se à tentativa de assassinato de Robert Fico, da Eslováquia, que Kobakhidze considerou uma ameaça "extremamente preocupante". Em comunicado, Várhelyi afirma que a conversa foi deturpada e que utilizou o caso de Fico para falar sobre os perigos de um "elevado nível de polarização" em geral.
  • maio de 2024: Várhelyi desloca-se a Israel a título oficial e reúne-se com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa Yoav Gallant. O encontro tem lugar poucos dias depois de o procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI) ter anunciado que estava a pedir mandados de captura para Netanyahu e Gallant, entre outros, sob a acusação de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Os dois homens são acusados de utilizar a fome de civis como método de guerra na Faixa de Gaza.
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