As tropas russas poderão ficar impossibilitadas de receber reabastecimento ou reforços.
As forças ucranianas destruíram a terceira e última ponte sobre o rio Seym, na região de Kursk, que liga as forças russas ao distrito de Glushkovsky.
Assim, a Rússia não consegue fazer entrar ou sair mantimentos, ou equipamento em cerca de 640 km2, aproximadamente a área que a Rússia ocupou no ano passado na Ucrânia.
Antes desta incursão ucraniana por Kursk, existiam três pontes sobre o rio Seym no distrito de Glushkovskyi.
A primeira a ser atingida foi a ponte de Glushkovo, a 16 de agosto, que ficou seriamente danificada. Glushkovo situa-se a cerca de 12 quilómetros a norte da fronteira ucraniana e aproximadamente 16 quilómetros a noroeste da principal zona de batalha em Kursk.
Dois dias mais tarde, no domingo, 18 de agosto, o comandante da força aérea ucraniana afirmou que tinham destruído a segunda ponte em Zvannoe. A informação foi divulgada pelo tenente-general Mykola Oleshchuk juntamente com um vídeo que mostra a ponte a ser cortada ao meio.
Ao destruir as três pontes, as forças ucranianas provavelmente isolaram até 700 quilómetros quadrados de território na região de Kursk.
Destruir as pontes sobre Seym é considerado um passo crucial para a Ucrânia garantir um flanco seguro para a sua ofensiva em Kursk, dificultando a Moscovo o abastecimento das suas tropas a sul do rio.
Esta estratégia poderá também demonstrar que Kiev procura uma posição na região ou, pelo menos, que tem capacidade para o fazer.
Na sua última avaliação, o Instituto para o Estudo da Guerra afirmou que as forças russas provavelmente redistribuíram mais de 5000 efetivos para a região de Kursk.
Contudo, a análise enfatiza que "é demasiado cedo para tirar conclusões definitivas sobre os efeitos duradouros que os dois esforços russos e ucranianos, muito diferentes, terão no curso da guerra".
A incursão ucraniana na região de Kursk continua a obrigar a Rússia a reorganizar as forças de outros locais do teatro de operações e, provavelmente, futuramente a Rússia terá de deslocar mais efetivos russos e empenhamento de material na região.
Zelenskyy esclareceu, na noite de domingo, pela primeira vez objetivo desta incursão em Kursk e afirmou quer criar "zona tampão" para evitar novos ataques russos. Um dos principais assessores de Zelenskyy, Mykhailo Podolyak, tinha afirmado na rede social X, na sexta-feira, que o objetivo da operação não é ocupar a Rússia.