O bloco diz ter informações "credíveis" de que Teerão está a fornecer mísseis balísticos a Moscovo.
A União Europeia juntou-se aos Estados Unidos, ao Reino Unido, à França e à Alemanha para acusar o Irão de fornecer mísseis balísticos de curto alcance à Rússia para esta travar a sua guerra na Ucrânia.
O bloco de 27 países recebeu provas "credíveis" dos fornecimentos, de acordo com uma declaração vista pela Euronews, que acrescenta que as armas estão provavelmente a ajudar Moscovo na sua "campanha de bombardeamento escalável contra civis ucranianos, cidades e infraestruturas civis, aumentando ainda mais as vítimas civis e a destruição".
"Este apoio à campanha de terror da Rússia contra a população ucraniana será objeto de uma resposta firme por parte da UE", refere o comunicado.
"O Alto Representante (Josep) Borrell já apresentou aos Estados-Membros da UE um conjunto substancial de medidas decisivas e direcionadas como parte da resposta da UE, que terão de ser acordadas por unanimidade por todos os Estados-Membros".
A reação da UE surgiu horas depois de o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, ao lado do Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico David Lammy, em Londres, ter prometido novas sanções contra Teerão pela aquisiçãodas armas mortais. Isto indica que o Ocidente está a reagir em sintonia.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, de França e da Alemanha emitiram também uma declaração conjunta em que descrevem a iniciativa como uma "escalada" do Irão e da Rússia e uma "ameaça direta à segurança europeia".
Os três governos europeus afirmam que irão considerar uma série de medidas de retaliação, incluindo o cancelamento de acordos bilaterais de serviços aéreos com o Irão.
Vão também estudar a possibilidade de sancionar as entidades envolvidas no programa de mísseis balísticos do Irão, bem como a companhia aérea nacional Iran Air.
A União Europeia já impôs sanções a pessoas e entidades iranianas pela entrega de drones utilizados na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. Estas implicam a proibição de viajar, o congelamento de bens e a restrição do acesso a fundos ou recursos económicos.
Mas as últimas acusações poderão levar o bloco a intensificar as suas próprias medidas de retaliação.
Até agora, o Irão tem rejeitado as alegações ocidentais de que está a fornecer mísseis ao Kremlin.
"Rejeitamos veementemente as alegações sobre o papel do Irão na exportação de armas para um dos lados da guerra", afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros na segunda-feira.
As últimas alegações de apoio iraniano ao regime de Moscovo surgem no momento em que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, procura obter a autorização dos aliados ocidentais para atacar alvos no interior da Rússia.
Na terça-feira, a Ucrânia lançou o seu maior ataque com drones desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, visando a região de Moscovo.