Candidato populista de extrema-direita venceu a primeira ronda das eleições presidenciais no país. Dezenas de jovens protestaram em Bucareste contra as mensagens do candidato romeno.
Centenas de jovens estudantes reuniram-se na segunda-feira à noite em frente ao Teatro Nacional de Bucareste em protestos contra os resultados da primeira ronda das eleições presidenciais na Roménia.
Em causa está a vitória de Călin Georgescu, que venceu a primeira volta com cerca de 23 por cento dos votos. O candidato independente de extrema-direita, relativamente desconhecido do grande público romeno, irá enfrentar a reformista Elena Lasconi, na segunda ronda que acontece no próximo dia 8 de dezembro.
Segundo explica a imprensa romena, foram entoados vários cânticos contra o candidato, muitas vezes associado ao presidente Vladimir Putin.
"Călin Georgescu, o novo Antonescu!" e " Estamos fartos, é por isso que não vamos embora, estamos a vencer a luta antifascista", eram entoados pelos manifestantes, que se mostraram preocupados mensagens pró-russas e antieuropeias promovidas pelo candidato independente que nega as acusações de extremismo.
"Não podemos falar de primeiro ou segundo lugar, nem sequer de lugar no pódio. A única posição de que podemos falar é a do povo romeno. Ele está na primeira posição. Sou acusado de extremismo, de ligações a países mais próximos ou distantes, falso, totalmente falso, porque estou inteiramente dedicado com tudo, com o meu coração, com a minha vida ao povo romeno", afirmou Georgescu.
De acordo com os meios de comunicação locais, Georgescu elogiou no passado o presidente russo, Vladimir Putin, como “um homem que ama o seu país” e chamou à Ucrânia “um Estado inventado”. Também gerou controvérsia ao descrever os líderes fascistas e nacionalistas romenos das décadas de 1930 e 1940 como heróis nacionais.
Já a candidata que o irá enfrentar na segunda volta, Elena Lasconi, diz que a atual decisão eleitoral é um confronto entre a "democracia e o Putinismo".
“Hoje deparamo-nos subitamente num confronto histórico entre o passado e o futuro, entre a preservação da jovem democracia da Roménia e o Putinismo, entre o amor ao país e aqueles que querem devolver a Roménia à esfera de influência russa. Sejamos muito claros: Călin Georgescu é um admirador assumido do [Presidente russo] Vladimir Putin", afirmou.
É a primeira vez nos 35 anos de história pós-comunista da Roménia que o partido mais poderoso do país, o PSD, não tem um candidato na segunda volta de uma corrida presidencial, sublinhando o sentimento antissistema dos eleitores.
A derrota chocante de Ciolacu levou-o a apresentar a sua demissão do cargo de líder do partido na segunda-feira.