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"Só acredito quando vir": famílias de reféns detidos em Gaza aguardam acordo para a libertação

Conferência de imprensa das famílias dos reféns do Hamas em Gaza, terça-feira, 14 de janeiro de 2025, em Bruxelas.
Conferência de imprensa das famílias dos reféns do Hamas em Gaza, terça-feira, 14 de janeiro de 2025, em Bruxelas. Direitos de autor  Euronews
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De Amandine Hess
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Estão atualmente a decorrer no Catar negociações indiretas entre o Hamas e Israel sobre um acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns.

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A luz ao fundo do túnel pode estar próxima. As famílias dos reféns detidos em Gaza estão a suster a respiração, pois um acordo de cessar-fogo parece estar ao alcance.

O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou no início da semana que um acordo de tréguas estava "prestes" a ser alcançado. As negociações entre o Hamas e Israel prosseguem em Doha, no Catar.

Gilad Korngold, cujo filho Tal Shoham é refém do Hamas em Gaza, espera pelo regresso dos prisioneiros antes de acreditar:"Estou apenas à espera para ver se é real", disse à Euronews, à margem de uma conferência de imprensa das famílias de reféns em Bruxelas, na terça-feira.

Sete membros da sua família foram raptados pelo Hamas a 7 de outubro.

Seis deles foram libertados a 25 de novembro, durante as tréguas negociadas pelo Catar, o Egito e os Estados Unidos. O filho, no entanto, continua detido em Gaza.

Esperança ou miragem?

"Já passámos por tantas desilusões que eu diria que só acredito quando vir", explica Udi Goren. O primo Tal Haimi, de 42 anos, foi feito refém e levado para Gaza quando combatia os terroristas do Hamas que atacavam o Kibutz de Nir Yitzhak; 68 dias após o início da guerra, a família foi informada de que Haimi tinha sido assassinado a 7 de outubro. Desde então, lutam pelo regresso do corpo para que possa ser enterrado com dignidade.

"Esperamos com dor e ansiedade que ele regresse para ser enterrado no kibutz que os nossos avós construíram, onde nasceu, onde foi educado, onde escolheu constituir família e onde acabou por ser morto", disse Udi Goren à Euronews.

De acordo com uma versão do acordo atualmente a ser negociada pelos mediadores, o Hamas deverá libertar 34 reféns durante a primeira fase do entendimento, segundo os meios de comunicação israelitas.

"Sabemos que o acordo será feito por fases, o que significa que Tal não será libertado tão cedo", acrescentou Udi Goren.

O Hamas continua a manter 94 reféns capturados em Israel a 7 de outubro de 2023. De acordo com o governo israelita, pelo menos 34 deles estarão mortos.

O regresso de Donald Trump

No telemóvel, Yotam Cohen, 23 anos, percorre as fotografias do irmão mais novo, Nimrod Cohen, 20 anos, um soldado israelita capturado pelo Hamas a 7 de outubro, quando se encontrava estacionado na fronteira com Gaza.

Yotam espera que o regresso de Donald Trump à Casa Branca pressione o governo israelita a pôr fim à guerra e a acelerar a libertação dos reféns.

"Trump tem dito publicamente que quer a paz no Médio Oriente e penso que compreende que Bibi [Benjamin Netanyahu] está a empatar e que o governo israelita está a prolongar intencionalmente a guerra", disse à Euronews.

Donald Trump "quer ter uma frente tranquila no Médio Oriente para se concentrar na reconstrução da América", acredita.

"Deviam ter vergonha"

Algumas figuras da extrema-direita israelita, como o ministro israelita Bezalel Smotrich, são totalmente contra qualquer acordo de cessar-fogo em Gaza.

"Só lhes digo que deviam ter vergonha. Por coincidência, consideram-se religiosos. O judaísmo é uma questão de compaixão. (...) O judaísmo tem a ver com comunidade e confiança na comunidade. E isto é exatamente o oposto", afirma Udi Goren.

A União Europeia

As famílias dos reféns estão também a contar com a União Europeia para pressionar as partes a chegarem a um acordo e garantir a sua aplicação.

"Tal (Haimi) é também um cidadão romeno e esperamos que a União Europeia faça parte da solução e seja clara quanto à necessidade de seguir todos os passos e trazer todos os reféns para casa", diz Udi Goren.

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