Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

UE celebra acordo digital com a Coreia do Sul, num esforço para reforçar alianças comerciais

Inkyo Cheong, à esquerda, e Maroš Šefcovic
Inkyo Cheong, à esquerda, e Maroš Šefcovic Direitos de autor  European Union, 2025
Direitos de autor European Union, 2025
De Romane Armangau
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button

Este acordo entre a UE e o país da Ásia Oriental surge numa altura em que o bloco procura estreitar os laços com os seus aliados. O acordo deverá impulsionar o comércio "online" entre os parceiros, embora os críticos alertem para o facto de poder abrir caminho a ameaças aos dados pessoais.

PUBLICIDADE

A Comissão anunciou, esta segunda-feira, que a UE celebrou um acordo com a Coreia do Sul em matéria de comércio digital, estabelecendo regras de proteção dos consumidores e oferecendo um quadro jurídico comum para as operações das empresas e para facilitar os fluxos de dados.

"Imaginem uma empresa europeia de TI [Tecnologias da Informação] que fornece atualizações de software à distância. Ou um engenheiro europeu a executar projetos em 'online'", afirmou o comissário responsável pelo Comércio e Segurança Económica, Maroš Šefčovič, ao anunciar o acordo, acrescentando: "Os consumidores europeus também beneficiarão de uma melhor proteção quando comprarem produtos coreanos 'online', quer se trate de livros, cosméticos ou eletrónica, com salvaguardas contra o spam ou práticas comerciais desleais."

No passado mês de julho, foi celebrado um outro acordo de comércio digital com Singapura, embora a sua ratificação ainda esteja pendente da aprovação do Parlamento Europeu e dos Estados-membros.

Mas nem todos partilham o entusiasmo de Šefčovič relativamente ao entendimento. "O acordo de Singapura parece ser um modelo para futuros acordos de comércio digital, que prevêem fluxos de dados potencialmente irrestritos, limites à supervisão regulamentar e riscos estruturais para os direitos fundamentais", disse Itxaso Dominguez de Olazabal, assessora política da EDRi, uma associação representativa de organizações de direitos digitais.

A consultora manifestou ainda a sua preocupação com o que descreveu como sendo um processo "apressado" e com disposições que podem prejudicar o conjunto de regras digitais da UE. Dominguez de Olazabal acrescentou que a sociedade civil e os grupos de defesa dos direitos digitais estão a analisar estes acordos, mas "a Comissão parece estar a acelerar o processo, fazendo passar estes acordos antes de poderem ser verdadeiramente analisados".

De facto, Šefčovič mencionou que estão também em curso "negociações muito intensas" com a Tailândia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Índia, com acordos semelhantes na calha.

"É do nosso interesse continuar a fazer parcerias com países com ideias semelhantes, como a República da Coreia, para estabelecer padrões globais para regras de comércio digital e fluxos de dados transfronteiriços, ao mesmo tempo que fortalecemos os nossos laços globais de comércio e investimento", referiu.

Com a aplicação de tarifas aduaneiras sobre o alumínio e o aço a partir de quarta-feira, no âmbito de uma estratégia comercial cada vez mais agressiva dos EUA, a UE viu-se obrigada a diversificar as suas alianças comerciais. Os recentes entendimentos com o Mercosul, a Suíça e um acordo de comércio livre com o México em janeiro refletem esta mudança de estratégia.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Coreia do Sul retira DeepSeek das lojas de aplicações enquanto se aguarda análise de privacidade

OpenAI estabelece parceria com a Kakao para expandir serviços de IA na Coreia do Sul

Donald Trump tenta impor a sua agenda política à UE, revela relatório