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Senador republicano critica projeto de reduzir tropas dos EUA na Europa

Um grupo de soldados do 87º Batalhão de Apoio à Manutenção da Divisão do Exército dos EUA embarca num avião fretado durante a sua deslocação para a Europa, a 11 de março de 2022
Um grupo de soldados do 87º Batalhão de Apoio à Manutenção da Divisão do Exército dos EUA embarca num avião fretado durante a sua deslocação para a Europa, a 11 de março de 2022 Direitos de autor  AP Photo
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De Gavin Blackburn com AP
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Embora não tenha havido nenhum anúncio oficial sobre qualquer redução do número de militares dos EUA na Europa, o presidente Donald Trump deixou claro que quer que a NATO faça mais para defender a sua própria região.

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O presidente da Comissão de Serviços Armados do Senado criticou os dirigentes de "nível intermédio" do Pentágono por aquilo que considerou ser um plano mal orientado para reduzir o número de tropas americanas baseadas na Europa.

"Há quem acredite que chegou o momento de reduzir drasticamente a nossa presença militar na Europa", afirmou o senador Roger Wicker numa audiência com os líderes militares do Comando Europeu e do Comando Africano dos EUA: "Estou preocupado com essas opiniões profundamente erradas e perigosas de alguns burocratas de nível intermédio do Departamento de Defesa", disse.

Não é claro de que "burocratas de nível intermédio" Wicker estava a falar, mas avisou que "têm estado a trabalhar para conseguir uma retirada dos EUA da Europa e têm-no feito frequentemente sem coordenar com o Secretário da Defesa".

No entanto, nem o Departamento de Defesa nem o Pentágono tornaram pública qualquer proposta de redução dos níveis de forças na Europa.

Roger Wicker, senador republicano e presidente da Comissão de Serviços Armados do Senado
Roger Wicker, senador republicano e presidente da Comissão de Serviços Armados do Senado AP Photo

As críticas a uma potencial redução do apoio dos EUA à NATO e à Ucrânia foram um tema recorrente durante a audição.

O general do Exército Christopher Cavoli, comandante do Comando Europeu dos EUA e comandante supremo aliado na Europa, disse que um potencial plano da administração Trump para ceder o cargo de comandante aliado a outra nação poderia criar problemas para o controlo das armas nucleares dos EUA e das dezenas de milhares de tropas americanas destacadas em todo o continente.

Há muito que um general dos EUA ocupa o cargo de comandante dos aliados, uma posição que supervisiona todos os planos e decisões militares da NATO. Os EUA são o país que mais contribui com tropas para as operações da NATO.

"Penso que isso traria alguns desafios em termos de comando e controlo nuclear. Colocar-nos-ia numa posição em que, numa situação ao abrigo do Artigo 5º, poderíamos ter, pela primeira vez desde a Primeira Guerra Mundial, um grande número de tropas norte-americanas sob comando não americano", disse Cavoli, referindo-se ao compromisso de defesa coletiva do Artigo 5º da NATO, segundo o qual um ataque contra uma nação aliada é considerado um ataque a todas.

Vista aérea do Pentágono, sede do Departamento de Defesa, em Washington DC
Vista aérea do Pentágono, sede do Departamento de Defesa, em Washington DC AP Photo

"Estas são questões que devem ser consideradas com cautela", afirmou Cavoli, considerando "problemático" qualquer plano para abandonar o papel de liderança. Cavoli salientou ainda que os aliados da NATO estão a investir nas suas forças armadas "a um ritmo que não se via desde o fim da Guerra Fria", com um aumento de 40% nas despesas desde fevereiro de 2022.

Disse ainda que a presença de tropas norte-americanas na Europa tem sido essencial para os esforços de transformação e modernização da NATO e é fundamental para a defesa nacional dos EUA.

Compromisso com a NATO

O presidente Donald Trump e o secretário da Defesa, Pete Hegseth, deixaram claro que querem que a NATO faça mais para defender a sua própria região e que os EUA estão a concentrar-se mais na China e na fronteira sul dos EUA.

Os EUA também abandonaram o seu papel de liderança no esforço alargado de coordenação do apoio militar à Ucrânia e entregaram o leme aos britânicos.

Ambas as medidas preocuparam os aliados, que receiam que os EUA estejam a afastar-se do seu compromisso de longa data com a Europa e a NATO.

Donald Trump com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, na Casa Branca
Donald Trump com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, na Casa Branca AP Photo

O número de tropas norte-americanas estacionadas na Europa aumentou em cerca de 20.000 durante o mandato do antecessor democrata de Trump, Joe Biden, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.

Estas tropas ajudaram com treino e logística de armas e tranquilizaram os aliados no flanco oriental da NATO. Desde então, estão lá cerca de 100 000 tropas, incluindo a 6ª Frota da Marinha, bem como ogivas nucleares. O poder de fogo dos EUA assegura a credibilidade da capacidade da NATO para dissuadir a Rússia.

Os aliados da NATO manifestaram a sua preocupação com qualquer redução das tropas ou do apoio norte-americano na região.

O Secretário de Estado Marco Rubio está em Bruxelas esta semana para tentar tranquilizar os aliados da NATO sobre o compromisso dos EUA com a aliança sob Trump.

Essa garantia militar foi quase posta em causa pelo secretário da Defesa, Pete Hegseth, que aproveitou a sua primeira visita à NATO e ao Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia, em fevereiro, para dizer aos aliados que os EUA iriam reavaliar os níveis de tropas, com vista a uma maior concentração na China.

Hegseth disse aos aliados que estava ali "para expressar de forma direta e inequívoca que as realidades estratégicas impedem os Estados Unidos da América de se concentrarem principalmente na segurança da Europa".

Trump tem tentado mediar um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, mas até agora esse esforço tem falhado.

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