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Grécia: seis casos de malnutrição infantil no campo de migrantes de Samos

Os migrantes esperam à porta do novo centro de controlo fechado na aldeia de Zervou, em Samos, Grécia, 20 de setembro de 2021
Os migrantes esperam à porta do novo centro de controlo fechado na aldeia de Zervou, em Samos, Grécia, 20 de setembro de 2021 Direitos de autor  AP Photo
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De Gavin Blackburn com AP
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Segundo a organização Médicos Sem Fronteiras, as crianças do campo de Samos já tinham passado por viagens muito duras e as condições no interior das instalações agravaram o seu estado de saúde.

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A delegação grega da Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirma ter detetado seis casos de malnutrição em crianças que vivem num centro de acolhimento de migrantes de Samos, ilha da Grécia no leste do Mar Egeu, sendo esta a primeira vez que os médicos fizeram tal diagnóstico desde a abertura das instalações em 2021.

A MSF diagnosticou as crianças, de idades compreendidas entre os 6 meses e os 6 anos, com desnutrição aguda moderada a grave e sublinhou que os menores necessitam de intervenção médica imediata.

"As crianças constituem cerca de 25% da população (do campo), mas os cuidados pediátricos continuam a ser insuficientes, não só no centro, mas em toda a ilha de Samos", declarou a diretora-geral da MSF na Grécia, Christina Psarra, num comunicado de imprensa.

As seis crianças, oriundas do Afeganistão e da Síria, chegaram ao campo com as suas famílias nos últimos dois ou três meses e não foi possível determinar se já sofriam de malnutrição antes da entrada no espaço para requerentes de asilo, disse Psarra.

Vista de um campo para requerentes de asilo na ilha oriental de Samos, na Grécia, 15 de janeiro de 2022
Vista de um campo para requerentes de asilo na ilha oriental de Samos, na Grécia, 15 de janeiro de 2022 AP Photo

No entanto, "definitivamente as condições no campo tornaram as coisas mais difíceis e tiveram um efeito agravante", vincou Psarra.

Questionada sobre as alegações da MSF, o Ministério da Migração e Asilo da Grécia informou que daria uma resposta ainda na segunda-feira.

Psarra referiu que, embora fossem fornecidas refeições aos residentes do campo, a dieta "não é nutritiva para crianças desta idade".

A situação foi agravada pelo corte, há nove meses, de uma bolsa concedida aos requerentes de asilo na Grécia, que lhes permitia comprar alimentos frescos e outros bens de primeira necessidade, adiantou.

Oficialmente designado como um "centro fechado de acesso controlado", o campo de migrantes financiado pela União Europeia em Samos, construído numa encosta a cerca de oito quilómetros do principal porto da localidade de Vathy, foi aberto em 2021 para substituir um campo massivamente sobrelotado que se desenvolveu na periferia da cidade.

O campo, que é vigiado pela polícia e por seguranças privados, tem capacidade para 3664 pessoas e, na segunda-feira, albergava 3176 pessoas, segundo o Ministério da Migração e do Asilo da Grécia.

Psarra referiu que as crianças já tinham suportado viagens difíceis para chegar a Samos e que as condições no campo agravavam a sua situação médica.

Grupos de defesa dos direitos humanos relataram condições terríveis no campo de Samos, incluindo más condições sanitárias e falta de água corrente.

Membros dos Médicos Sem Fronteiras e agentes da guarda costeira ajudam uma mulher grávida a embarcar num navio ao largo da costa de Samos, 23 de setembro de 2024
Membros dos Médicos Sem Fronteiras e agentes da guarda costeira ajudam uma mulher grávida a embarcar num navio ao largo da costa de Samos, 23 de setembro de 2024 AP Photo

"São crianças que passaram por viagens dolorosas. Tiveram muitas dificuldades para chegar", disse Psarra sobre as crianças subnutridas em Samos. "As condições no campo tornam tudo ainda pior."

A Grécia situa-se numa das rotas mais populares de entrada na União Europeia (UE) para pessoas que fogem de conflitos e da pobreza em África, no Médio Oriente e na Ásia.

Muitos fazem a curta mas traiçoeira viagem de barco da costa turca para ilhas gregas próximas, como Samos, muitas vezes em pequenos botes insufláveis sem condições de navegabilidade.

Na semana passada, pelo menos sete pessoas, incluindo três crianças, morreram perto da ilha grega de Lesbos depois de o bote insuflável em que viajavam se ter afundado.

Outras 23 pessoas sobreviveram e foram levadas para um campo de migrantes em Lesbos.

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