Detidos são suspeitos de integrar o Movimento Armilar Lusitano, que tem como objetivo constituir-se como um movimento político apoiado numa milícia armada. Vários serão membros das forças de segurança e há mesmo um agente em funções de chefia na Polícia Municipal de Lisboa.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta terça-feira seis pessoas suspeitas de integrarem o Movimento Armilar Lusitano (MAL), um grupo de extrema-direita que pretendia constituir-se como um movimento político, apoiado numa milícia armada.
Em comunicado, a PJ revelou que desencadeou a operação "Desarme 3D" para cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão (domiciliárias e não domiciliárias) e que "culminou na detenção de seis pessoas, fortemente indiciadas pela prática dos crimes de infrações relacionadas com grupo e atividades terroristas, discriminação e incitamento ao ódio e à violência e detenção de arma proibida".
A declaração das autoridades acrescenta que, em resultado das buscas, "foi possível proceder às detenções em flagrante delito e à apreensão de material explosivo de vários tipos de várias armas de fogo, algumas das quais produzidas através de tecnologia 3D, várias impressoras 3D, várias dezenas de munições, várias armas brancas, material informático, entre outros elementos de prova".
Segundo a PJ, a investigação resultou da "deteção online de indicadores de manifestações extremistas por parte de apologistas de ideologias nacionalistas e de extrema-direita radical e violenta, seguidores de um ideário antissistema e conspirativo, que incentivava à discriminação, ao ódio e à violência contra imigrantes e refugiados".
Um dos detidos, avança o jornal Público, é um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) que desempenha atualmente funções de chefia na Polícia Municipal de Lisboa.
A mesma fonte indica que entre os suspeitos há mais elementos das forças de autoridade, são todos portugueses e maioritariamente homens.
Ainda de acordo com o Público, entre o material apreendido estavam autocolantes do Reconquista, iguais aos que foram deixados para trás a 10 de junho após a agressão ao ator Adérito Lopes - onde se lia "Remigração - Portugal aos Portuguezes", e do 1143, o grupo neonazi liderado por Mário Machado, que está a cumprir desde o mês passado a pena de dois anos e 10 meses de prisão efetiva a que foi condenado por incitamento ao ódio e à violência contra mulheres de esquerda em publicações nas redes sociais.