Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez rejeita o plano de despesa da NATO de 5% do PIB

Uma unidade da Marinha espanhola participa no exercício naval da NATO Dynamic Mariner/Flotex-25 em Barbate, a 28 de março de 2025
Uma unidade da Marinha espanhola participa no exercício naval da NATO Dynamic Mariner/Flotex-25 em Barbate, a 28 de março de 2025 Direitos de autor  AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Gavin Blackburn com AP
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

No ano passado, Espanha foi o país que menos gastou na aliança transatlântica, dedicando menos de 2% do seu PIB às despesas de defesa.

PUBLICIDADE

Espanha rejeitou a proposta da NATO de gastar 5% do produto interno bruto em necessidades de defesa, que deverá ser anunciada na próxima semana, considerando-a "pouco razoável".

Na quinta-feira, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, escreveu uma carta ao secretário-geral da NATO, Mark Rutte, na qual afirmou que Espanha "não pode comprometer-se com um objetivo específico de despesa em termos de PIB" na cimeira da NATO da próxima semana, em Haia.

Qualquer acordo para adotar uma nova linha de despesas deve ser alcançado com o consenso de todos os 32 Estados membros da NATO.

A decisão de Sánchez corre o risco de fazer descarrilar a cimeira da próxima semana, à qual o Presidente dos EUA, Donald Trump, deverá assistir, criando um abalo de última hora com possíveis repercussões duradouras.

A maioria dos aliados dos EUA na NATO está em vias de apoiar a exigência de Trump de que invistam 5% do PIB na sua defesa e necessidades militares. No início de junho, a Suécia e os Países Baixos afirmaram que pretendem cumprir o novo objetivo.

Na quinta-feira, um funcionário da NATO declarou que os aliados estavam a discutir um novo plano de despesas de defesa.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, participa numa conferência de imprensa após a cimeira “Apoiar a Ucrânia” em Kiev, 24 de fevereiro de 2025
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, participa numa conferência de imprensa após a cimeira “Apoiar a Ucrânia” em Kiev, 24 de fevereiro de 2025 AP Photo

"Para Espanha, comprometer-se com uma meta de 5% não só não seria razoável, como também seria contraproducente, uma vez que afastaria o país de uma despesa ótima e dificultaria os esforços em curso da UE para reforçar o seu ecossistema de segurança e defesa", escreveu Sánchez na carta a que a agência noticiosa The Associated Press teve acesso.

No ano passado, Espanha foi o país que menos gastou na aliança transatlântica, tendo dedicado menos de 2% do seu PIB às despesas de defesa.

Em abril, Sánchez declarou que o Governo iria aumentar as despesas com a defesa em 10,5 mil milhões de euros em 2025, a fim de atingir o objetivo anterior da NATO de 2% do PIB.

Na quinta-feira, Sánchez apelou a "uma fórmula mais flexível" relativamente a um novo objetivo de despesa, que o tornasse opcional ou que excluísse Espanha da sua aplicação.

Sánchez escreveu que o seu país está "totalmente empenhado na NATO", mas que cumprir um objetivo de 5% "seria incompatível com o nosso Estado social e a nossa visão do mundo".

Para tal, seria necessário cortar nos serviços públicos e reduzir outras despesas, incluindo as destinadas à transição ecológica.

Em vez disso, Espanha terá de gastar 2,1% do PIB para satisfazer as necessidades de defesa estimadas pelas forças armadas do país.

Donald Trump reúne-se com membros do clube de futebol Juventus na Sala Oval da Casa Branca, 18 de junho de 2025
Donald Trump reúne-se com membros do clube de futebol Juventus na Sala Oval da Casa Branca, 18 de junho de 2025 AP Photo

Escândalos de corrupção

Os escândalos de corrupção internos que envolveram o círculo íntimo e os familiares de Sánchez colocaram o líder espanhol sob crescente pressão para convocar eleições antecipadas, mesmo entre alguns dos seus aliados.

O aumento das despesas militares também é impopular entre alguns dos parceiros da coligação de Sánchez. Em abril, quando Sánchez anunciou que Espanha iria atingir o objetivo anterior de 2% de despesa da NATO, a medida irritou alguns membros da ala mais à esquerda do seu Partido Socialista.

Os aliados da NATO concordaram em gastar 2% do PIB em despesas militares após a Rússia ter iniciado uma invasão em grande escala da Ucrânia em 2022.

No entanto, os planos da aliança para defender a Europa e a América do Norte contra um ataque russo exigem investimentos de, pelo menos, 3%.

O objetivo agora é aumentar a fasquia para 3,5% no que se refere às despesas fundamentais de defesa, nomeadamente em tanques, aviões de guerra, defesa aérea, mísseis e contratação de tropas adicionais.

Outros 1,5% seriam gastos em infraestruturas, como estradas, pontes, portos e aeródromos, para permitir aos exércitos deslocarem-se mais rapidamente, bem como na preparação das sociedades para um possível ataque.

Vários aliados comprometeram-se a atingir o novo objetivo de despesa, embora outras nações tenham dificuldade em encontrar os milhares de milhões necessários.

Na sexta-feira, Rutte deveria ter apresentado uma nova proposta destinada a satisfazer as necessidades de Espanha e a tentar quebrar o impasse. Os aliados europeus e o Canadá pretendem pôr fim ao impasse antes da reunião dos líderes com Trump na quarta-feira.

A Polónia e os países bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia) já se comprometeram publicamente com 5%, e Rutte afirmou que a maioria dos aliados estava disposta a apoiar o objetivo.

No entanto, Espanha não é o único país da NATO que gasta pouco. Também Bélgica, Canadá e Itália terão dificuldade em aumentar as despesas de segurança em milhares de milhões de dólares.

Uma grande questão ainda por responder é o prazo que será concedido aos países para atingir um novo objetivo de despesa acordado.

Inicialmente, a data proposta era 2032, mas Rutte afirmou que a Rússia poderia estar pronta para lançar um ataque ao território da NATO em 2030.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Líder da NATO pede “salto quântico” nas despesas com a defesa face às crescentes ameaças

Portugal vai reconhecer o Estado da Palestina no domingo

Parada militar em Belgrado pode revelar política externa da Sérvia