Os ataques russos acontecem enquanto decorre o prazo estabelecido por Donald Trump para que a Rússia ponha termo à guerra e celebre um acordo de paz com a vizinha Ucrânia, sob pena de lhe serem aplicadas tarifas e sanções severas.
As forças russas lançaram uma nova vaga de ataques contra várias cidades ucranianas durante a noite de quarta-feira, tendo pelo menos 15 pessoas ficado feridas num dos ataques.
Foram lançados 400 drones Shahed e drones de engodo, bem como um míssil balístico, durante a noite, segundo informou a força aérea ucraniana.
Os ataques tiveram como alvo o nordeste de Kharkiv, que é a segunda maior cidade da Ucrânia, a cidade natal de Volodymyr Zelenskyy, Kryvyi Rih, Vinnytsia no oeste e Odesa no sul.
"A Rússia não altera a sua estratégia", afirmou Zelenskyy. "Para combater eficazmente este terror, precisamos de um reforço sistémico da defesa: mais defesa aérea, mais interceptores e mais determinação para que a Rússia sinta a nossa resposta".
Uma barragem de drones Shahed de fabrico iraniano foi disparada nas primeiras horas da manhã de quarta-feira, tendo como alvo a região de Vinnytsia.
A Força Aérea da Ucrânia diz ter intercetado 18 deles, mas um atingiu infraestruturas civis.
Foram registados pelo menos dois ataques a edifícios civis na região. Oito pessoas ficaram feridas no ataque, cinco das quais sofreram queimaduras graves e pelo menos duas encontram-se em estado crítico.
Uma das vítimas foi submetida a uma intervenção cirúrgica após ter sofrido queimaduras em 50% no corpo.
Nove casas particulares na aldeia de Pysarivka sofreram vários graus de danos. Muitos dos imóveis sofreram abatimentos nos telhados, janelas rebentadas e paredes parcialmente desmoronadas. Os sistemas de abastecimento de eletricidade e de gás também sofreram danos.
Ataques em Zaporíjia
A cidade de Zaporíjia, no sul do país, também foi alvo dos ataques de Moscovo. Cerca de 30 apartamentos foram danificados depois de uma barragem de drones ter atingido pelo menos um bairro da região.
O governador da região, Ivan Fedorov, disse que não houve vítimas mortais na sequência dos ataques noturnos, mas referiu que vários civis sofreram ferimentos ligeiros durante as evacuações.
Já na terça-feira, Zaporijia foi alvo de mais de 400 ataques russos em 14 povoações, que visaram desde complexos residenciais a instalações energéticas.
Kramatorsk também foi alvo de ataques na manhã de quarta-feira. Uma série de explosões foi ouvida por volta da 01:00 da manhã, hora local.
Um dos drones atingiu um edifício residencial de vários andares, provocando um incêndio. O fogo tomou conta de parte dos apartamentos, danificando várias unidades.
Os serviços de emergência chegaram rapidamente ao local e conseguiram conter o incêndio pouco tempo depois de este ter deflagrado, segundo o chefe da Administração Militar da cidade de Kramatorsk, Oleksandr Honcharenko.
Os ataques fazem parte da mais recente escalada da campanha aérea do Kremlin contra zonas civis e ocorrem antes do prazo de 2 de setembro fixado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para que a Rússia chegue a um acordo de paz com a Ucrânia.
Trump ameaçou aplicar a Moscovo tarifas de "cerca de 100%", para além de tarifas secundárias, e tarifas de 100% sobre qualquer país que compre energia russa, se não chegar a um acordo de paz com o seu vizinho no prazo de 50 dias.