Embora 63% dos alojamentos europeus prevejam crescimento, é difícil preencher as vagas para funções altamente qualificadas. As expectativas salariais elevadas e a falta de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal são algumas das principais razões.
PUBLICIDADE
Quase metade (47%) dos hoteleiros europeus tem dificuldade em contratar e manter trabalhadores com as competências ou experiência adequadas, de acordo com o Barómetro do Alojamento Europeu 2025 do Booking.com e da Statista.
A quinta edição deste estudo baseia-se num inquérito a 1.160 executivos e gestores do setor do alojamento europeu.
Os hotéis independentes planeiam contratar 2,72 funcionários nos próximos 12 meses, enquanto os hotéis de cadeia esperam contratar cerca de 5,85 funcionários.
No entanto, este número varia significativamente consoante os países da UE.
A Grécia e a Espanha são os países com maior vontade de contratar novos funcionários, com planos de contratar 8,8 e 8,3 funcionários, respetivamente, nos próximos 12 meses.
Em contrapartida, Alemanha e Áustria são mais contidas nas suas intenções de contratação, com números que mostram que planeiam contratar 1,6 e 2,4 trabalhadores, respetivamente.
"Quanto maior for a empresa ou mais sofisticada, maiores serão as necessidades de contratação para os próximos 12 meses", afirma o relatório do Barómetro Europeu do Alojamento.
As necessidades mais comuns são para funções relativamente pouco qualificadas e sazonais, tais como limpeza, serviços de alimentação e bebidas e cargos de receção, que tendem a ser mais fáceis de preencher.
No entanto, o preenchimento de funções de gestão, incluindo cargos de diretor-geral e pessoal de marketing, apresenta desafios significativos.
Por cada alojamento que considera fácil contratar gestores, quase dez referem dificuldades.
Por outro lado, embora as funções de limpeza sejam procuradas, é relativamente fácil encontrar trabalhadores disponíveis para estas funções. De acordo com o Barómetro Europeu do Alojamento 2025, estas funções tiveram uma pontuação de "disponibilidade" de 0,6, uma das mais baixas registadas.
As funções de gestão, por seu lado, não são tão procuradas pelos empregadores, embora seja relativamente difícil encontrar trabalhadores para preencher estas vagas. O barómetro atribui a estes empregos uma pontuação de 9,6.
Em toda a Europa, o défice de competências atinge particularmente os pequenos estabelecimentos independentes devido à falta de recursos de formação. De facto, 17% dos alojamentos independentes não oferecem qualquer tipo de formação, ao passo que o mesmo acontece com apenas 2% dos alojamentos de cadeia.
As expectativas salariais elevadas e a falta de equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada são dois grandes desafios enfrentados pelos alojamentos turísticos europeus na contratação de candidatos qualificados.
Isto é particularmente verdade em Itália, onde 70% dos hoteleiros concordam que estes são os principais desafios, e nos países nórdicos, onde a percentagem é de 63%.
As preocupações com a sazonalidade e a estabilidade do emprego também são proeminentes, especialmente na Grécia, com 58%, e na Croácia, com 56%.
"Apesar do otimismo, os maiores obstáculos para os alojamentos europeus são o aumento dos custos, o pessoal e a falta de competências digitais", afirmou Peter Lochbihler, diretor global de Assuntos Públicos do Booking.com.