Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Fogos de Figueira de Castelo Rodrigo e Arganil são os que mais preocupam

Fogos florestais em Portugal
Fogos florestais em Portugal Direitos de autor  AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De João Azevedo
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

Combate às chamas em Seia e no Fundão teve evolução favorável na manhã desta sexta-feira e situação é agora mais calma nestes dois municípios. Incêndio de Almeida está controlado.

PUBLICIDADE

Os incêndios florestais que lavram em Portugal continental há mais de 20 dias e que já provocaram três vítimas mortais continuam a gerar apreensão, mantendo autoridades e populações do interior em alerta máximo.

Nesta sexta-feira, o fogo de Figueira de Castelo Rodrigo é um dos que mais meios mobilizam. Ao início da tarde, atuavam neste concelho do distrito da Guarda 231 bombeiros, apoiados por 71 viaturas e seis meios aéreos. O vento foi a principal dificuldade durante a noite, num incêndio que começou na quarta-feira e que alastrou a Almeida e Pinhel, consumindo mato em zonas de difícil acesso, ainda que a situação esteja agora sob controlo nestes dois últimos municípios.

"Durante a noite houve um reforço significativo de homens e viaturas, nomeadamente máquinas de rasto, que estiveram empenhados em trabalhos de contenção para debelar o incêndio e facilitar o trabalho dos meios aéreos hoje de manhã", declarou à agência Lusa o presidente da Câmara de Almeida, António José Machado, a meio da manhã de hoje.

Ainda no distrito da Guarda, mas mais a sul, o incêndio em Seia, que começou no passado dia 13 em Arganil, foi dado como circunscrito na noite de quinta-feira, "estando em curso trabalhos de consolidação e rescaldo, bem como vigilância ativa", confirmou o município na rede social Facebook. Ainda assim, também na Serra da Estrela, há focos de fogo no concelho vizinho da Covilhã, onde quatro localidades tiveram mesmo de ser confinadas: "uma nova frente, proveniente de Unhais da Serra, está a lavrar na cumeada que separa os dois concelhos, descendo para Alvoco da Serra, sem colocar a povoação em risco", adianta a autarquia de Seia na mesma publicação, dando conta de que não há condicionamentos na circulação rodoviária, "embora se recomende especial atenção ao atravessar zonas afetadas pelo incêndio".

O segundo fogo de grandes dimensões que está ativo esta sexta-feira progride em Arganil, em particular na freguesia de Piódão. Segundo a Proteção Civil, estão mobilizados para esta ocorrência, no início da tarde de hoje, 1640 operacionais, que contam com o auxílio de 537 viaturas e 21 aeronaves.

Já o incêndio do Fundão, no distrito de Castelo Branco, não apresentava esta manhã quaisquer frentes ativas, como relatou à Lusa o presidente da autarquia Paulo Fernandes. Decorrem, porém, trabalhos de vigilância "por causa de reacendimentos que podem acontecer durante este dia" e da "tentativa de consolidação de um perímetro absolutamente gigantesco".

No total, de acordo com a Proteção Civil, lutam contra as chamas, esta sexta-feira no território continental (13h30), mais de três mil bombeiros, auxiliados por mais de 960 meios terrestres e 35 meio aéreos.

Segundo dados oficiais provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares em Portugal, o que supera o registo de área ardida em todo o ano de 2024.

Isenções fiscais, apoios à tesouraria e comparticipação na reconstrução de casas

Debaixo de críticas da oposição, de autarcas e das populações afetadas, o governo aprovou na quinta-feira, num Conselho de Ministros extraordinário em Viseu, um pacote de 45 medidas de apoio a agregados familiares, agricultores, câmaras municipais e negócios.

Além de um plano a 25 anos para melhorar o ordenamento da floresta e de um novo instrumento legislativo que passará a orientar os governos em situação de emergência causada por incêndios, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou uma série de apoios financeiros para famílias com comprovada carência económica e para as empresas atingidas.

Estão previstas isenções totais ou parciais de contribuições para segurança social em atividades devastadas pelos fogos, bem como comparticipação a 100% para reconstrução de casas de primeira habitação até 250 mil euros e 85% no valor remanescente.

Uma das medidas que estão a causar polémica é a isenção de taxas moderadoras na saúde, nas zonas afetadas pelos incêndios. A antiga ministra socialista, Marta Temido, diz ter ficado chocada com o anúncio.

"Confesso que estremeci ao ouvir. As taxas moderadoras já não existem no Serviço Nacional de Saúde, salvo urgências não referenciadas, desde maio de 2022", escreveu na rede social X a antiga governante responsável pela pasta da Saúde, sublinhando que "em momentos tão difíceis para tantas famílias, era importante que a comunicação fosse rigorosa e clara".

Entretanto, no comunicado do Conselho de Ministros divulgado hoje, o executivo esclareceu que a isenção se aplica "nas urgências para doentes não referenciados".

Montenegro recusou ter menosprezado a ameaça dos incêndios e considerou as críticas injustas.

"Se porventura, em algum momento, foi criada alguma perceção de que esse acompanhamento não era tão próximo, intenso e profundo, eu só posso lamentar que isso tenha acontecido, porque sinto até injustiça dessa imputação", afirmou, apesar de ter admitido que pode ter "contribuído para isso que tenha acontecido”.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Incêndios continuam a assolar Portugal apesar da descida das temperaturas

Incêndios em Portugal: bombeiro morre na Covilhã e Governo prolonga situação de alerta

Diplomatas afirmam que decisão da UE sobre o objetivo climático para 2040 vai ser adiada