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Flotilha humanitária parte da Grécia sem o "Family Boat" devido a dificuldade técnica

A frota italiana da Global Sumud Flotilla parte do porto de Siracusa, Itália, na quinta-feira, 11 de setembro de 2025.
A frota italiana da Global Sumud Flotilla parte do porto de Siracusa, Itália, na quinta-feira, 11 de setembro de 2025. Direitos de autor  (Sebastiano Diamante/LaPresse via AP)
Direitos de autor (Sebastiano Diamante/LaPresse via AP)
De Euronews
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O "Family Boat" foi atingido por um drone a 8 de setembro, causando um incêndio no porão e no mastro principal. O presidente Mattarella apelou à Flotilha para que aceitasse a ajuda enviada por via do Patriarcado Latino de Jerusalém.

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A Flotilha Global Sumud anunciou na sexta-feira que o "Family Boat", o principal navio da frota que visa quebrar o bloqueio naval israelita na Faixa de Gaza, não continuará a sua viagem devido a uma falha técnica.

"Ontem à noite sofremos um contratempo grave devido a uma avaria mecânica no 'Family Boat', uma das embarcações de destaque da nossa frota", escreveu o movimento, numa publicação no Instagram.

Os ativistas a bordo do navio "foram redistribuídos para outras embarcações", ao passo que o navio permanecerá em Creta, onde a Flotilha chegou há poucos dias.

"O espírito de Sumud [firmeza, perseverança] que nos guia não pode ser quebrado por dificuldades mecânicas, condições adversas ou tentativas de desencorajar a nossa missão pacífica. Continuamos a navegar, unidos no nosso propósito e inabaláveis no nosso compromisso com o povo palestiniano", acrescentou o movimento.

A proposta italiana de levar ajuda a Gaza através de Chipre

Entretanto, o governo italiano tomou medidas para tentar encaminhar a ajuda humanitária por outros meios.

"Estamos a fazer tudo o que é possível para que a ajuda humanitária que a Flotilha transporta chegue realmente ao destino", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, numa entrevista ao Corriere della Sera.

Na quarta-feira, Itália propôs à Flotilha deixar a ajuda, cerca de 40 toneladas de bens essenciais, em Chipre, de onde seriam depois transportados para Gaza através do Patriarcado de Jerusalém, liderado pelo cardeal Pierbattista Pizzaballa.

A Flotilha recusou a proposta. "A nossa missão continuará. Nunca aceitaremos a oferta do governo italiano porque valida as ações do governo israelita. A nossa é uma missão humanitária e política, que procura acabar com o genocídio", declarou o Global Movement to Gaza Italy num vídeo publicado no Instagram. A resposta da diplomacia italiana foi clara: “Aqueles que continuarem, fazem-no por sua conta e risco".

Na sexta-feira, o presidente da República de Itália, Sergio Mattarella, fez um apelo aos membros da Flotilha para que aceitem a proposta.

"O valor da vida humana, que parece ter perdido todo o significado em Gaza, onde é gravemente desrespeitado, com sofrimento desumano para a população, exige que se evite colocar em risco a segurança de qualquer pessoa", escreveu Mattarella na sua mensagem.

"Para tal, e a fim de salvaguardar o valor da iniciativa empreendida – um valor que tem sido expresso com grande ressonância e significado –, parece ser necessário preservar o objetivo de fazer chegar a ajuda recolhida à população em sofrimento", acrescentou o chefe de Estado.

Mattarella afirmou ainda: "Apelo com particular intensidade aos homens e mulheres da Flotilha para que aceitem a oferta feita pelo Patriarcado Latino de Jerusalém – também firmemente e corajosamente empenhado em apoiar a população de Gaza – de assumir a tarefa de entregar em segurança o que a solidariedade destinou às crianças, mulheres e homens de Gaza."

Itália enviou duas fragatas para prestar assistência à Flotilha

Na quarta-feira, o ministro italiano da Defesa, Guido Crosetto, anunciou o envio da fragata "Fasan", da Marinha nacional, para acompanhar a flotilha com vista a permitir "potenciais atividades de resgate, assistência e proteção". A fragata não impedirá ataques aos barcos, mas prestará assistência em caso de emergência, especificou o ministro. Na quinta-feira, Crosetto anunciou também que o navio "Alpino" tinha sido enviado para apoiar a expedição em águas internacionais. Espanha também mobilizou uma fragata sua na quarta-feira.

"Devemos fazer tudo para evitar colocar em risco a vida dos ativistas da Flotilha, mas, permitam-me acrescentar, também a dos nossos militares que estão lá para uma missão de proteção civil, não para combater", acrescentou Tajani sobre a questão da assistência militar à expedição.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, anunciou que Portugal não disponibilizará navios para acompanhar a frota, da qual também fazem parte a coordenadora nacional do partido Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício.

"Family Boat" foi atingido por um drone

O "Family Boat" foi atingido por um drone no passado dia 8 de setembro, enquanto navegava nas águas da Tunísia. O ataque causou um incêndio no mastro principal e no porão do navio, que navega sob bandeira portuguesa. Nenhum membro da tripulação ficou ferido.

Nos últimos dias, a Flotilha sofreu vários ataques com drones, bombas sonoras e gás-pimenta. Na noite de quarta para quinta-feira, onze embarcações da expedição foram atingidas enquanto estavam em águas internacionais a sul de Creta. Os ataques tiveram como alvo os navios de Itália, Inglaterra e Polónia.

A expedição está ao largo da costa de Creta, onde as embarcações estão a ser alvo de manutenção.

"Estamos a reparar os barcos que foram atingidos há alguns dias durante o ataque com drones", declarou no Instagram Barbara Schiavulli, diretora da Radio Bullets que segue a bordo da missão humanitária. "Agora vamos perceber quanto tempo poderemos demorar a navegar em direção a Gaza".

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