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Flotilha Global Sumud segue para Gaza sem apoio militar da Frontex

Embarcações da Global Sumud Flotilla
Embarcações da Frota Global Sumud Direitos de autor  Copyright 2025 The Associated Press. All rights reserved
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De Fortunato Pinto
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A missão que partiu para romper o cerco de Israel continua, mas sem o Family Boat, parado ao largo de Creta devido a uma avaria grave. Após pressões do governo de Roma, dez italianos desistiram, mas a maioria decidiu continuar. A Frontex recusou apoio militar.

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A Global Sumud Flotilla continua a sua missão. Apesar das avarias no "Family Boat" e das pressões do governo italiano, o grupo de embarcações que visa romper o cerco israelita anunciou que a viagem para a Faixa de Gaza prossegue.

Num vídeo publicado na noite de sexta para sábado, um dos porta-vozes da flotilha, Thiago Ávila, informou que o "Family Boat" sofreu uma avaria técnica "catastrófica" no motor, impossibilitando a continuação da viagem.

A embarcação foi alvo, nas últimas semanas, de "ataques com drones incendiários" e enfrentou dificuldades burocráticas, mas devido à avaria atual, não pode mais partir.

Ávila sublinhou, no entanto, que a missão prossegue sem interrupções e que a carga de ajuda e as pessoas a bordo do "Family Boat" serão redistribuídas para as outras embarcações que fazem parte da flotilha.

"A necessidade de agir é hoje mais premente do que nunca, à luz das operações militares em curso em Gaza", acrescentou, apelando ao apoio internacional. A partida das embarcações está prevista para sábado, confirmou à Ansa, agência de notícias italiana, Silvia Severini, que segue a bordo do barco "Seulle".

Pressões do governo italiano sobre a Flotilla

Em Itália, as pressões para interromper a viagem para Gaza são fortes. Após o pedido da primeira-ministra Giorgia Meloni e do ministro da Defesa Guido Crosetto para estabelecer um corredor humanitário através do envio de ajuda para Chipre, para ser entregue aos palestinianos pelo Patriarcado Latino de Jerusalém, o presidente da República, Sergio Mattarella, também pediu à Flotilla para evitar "colocar em risco a segurança de todos".

Durante uma conferência em Roma, Giorgina Levi, porta-voz do Movimento Global para Gaza, destacou que cerca de dez pessoas da delegação italiana decidiram abandonar a viagem, mas a maioria dos cerca de cinquenta italianos a bordo das embarcações da flotilha decidiu continuar em direção a Gaza.

A porta-voz italiana da Global Sumud Flotilla, Maria Elena Delia, respondeu na sexta-feira ao apelo de Mattarella, explicando que a missão continuará. Delia, no entanto, está a regressar a Roma para continuar o diálogo com as instituições. Em entrevista ao Corriere della Sera, disse ter apreciado as palavras do presidente, mas aceitar a proposta desviaria o foco do ponto central.

"Estamos dispostos a encontrar um corredor humanitário, que gostaríamos que fosse permanente, mas isso não pode ser uma alternativa à navegação livre em águas internacionais. Estamos a tentar destacar uma injustiça", afirmou Delia, acrescentando: "Não queremos ir à força para nos prejudicarmos, pedimos aos governos: é possível dizer a Israel que, se atacarem esses barcos em águas internacionais, aplicarão sanções? Podemos considerar que Itália imponha um embargo de armas ou renuncie a alguns acordos comerciais?".

Delia concluiu com uma proposta: "Israel poderia garantir que, uma vez por mês, fosse aberto um corredor marítimo para que os navios da ONU, não os da Flotilla, pudessem levar ajuda por mar. Há muitas possibilidades, mas é necessário fazer mais do que apenas pedir-nos para não irmos a Gaza."

Ativistas: "A Israel não convém matar a tripulação ou afundar os navios"

Num artigo publicado no sábado no Il Manifesto, o jornalista Lorenzo D'Agostino, que participa com a sua embarcação na viagem da Flotilla, explicou que, segundo outros membros da missão, Israel tem como objetivo impedir que o maior número possível de navios chegue a Gaza.

Juan Bordera, deputado da Comunidade Valenciana, afirmou que também deputados de outros países receberam as ameaças que o Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano destacou aos italianos, mas considera que Israel pretende intimidar a missão, mas são ameaças vazias. "Matar alguém, afundar um navio, é a coisa que mais lhes convém evitar", disse Bordera.

Tajani: Acompanhamos minuto a minuto a Flotilla

O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, reiterou o interesse de Roma na missão e mostrou-se disponível para falar com a porta-voz Delia. O ministro afirmou ainda que o governo apoia o envio de ajuda à população palestiniana, mas através do envio para Chipre. Quanto ao apoio aos italianos a bordo da Flotilla, Tajani assegurou toda a assistência necessária.

"Todos os cidadãos italianos embarcados recebem assistência; aconteça o que acontecer, haverá assistência consular, como no passado. E, se houver alguma emergência humanitária, a Marinha Militar está pronta para fazer a sua parte. Prestaremos assistência a todos, o que não significa intervenção militar, significa assistência de proteção civil, também àqueles que a solicitarem. Falei nesse sentido com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Bélgica e de Portugal, portanto, estamos sempre presentes para a paz e para evitar um agravamento da situação." O governo italiano enviou dois navios militares para apoiar a Flotilla após os ataques sofridos nas últimas semanas; também de Espanha está a caminho um navio militar.

Frontex não ajudará a Flotilla

A agência Frontex informou que não poderá dar suporte à Flotilla. Em resposta à Ansa, um porta-voz da agência de controlo fronteiriço europeia explicou que, como organização civil e não militar, não tem capacidade para fornecer proteção ou escolta à Flotilla em direção a Gaza.

Nos últimos dias, 58 eurodeputados da Esquerda, Verdes, S&D e não inscritos enviaram uma carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, solicitando uma intervenção urgente da Frontex.

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