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Líderes da UE acolhem favoravelmente o plano de Trump para Gaza e instam o Hamas a aceitá-lo "sem demora"

Os líderes europeus instaram o Hamas a aceitar sem demora o plano de paz de Trump.
Os líderes europeus instaram o Hamas a aceitar sem demora o plano de paz de Trump. Direitos de autor  Manon Cruz/AP
Direitos de autor Manon Cruz/AP
De Jorge Liboreiro
Publicado a Últimas notícias
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Os líderes europeus, de Ursula von der Leyen a Emmanuel Macron, reagiram positivamente ao plano de Donald Trump para pôr fim à guerra em Gaza.

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A União Europeia saudou o plano de 20 pontos apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para pôr fim à guerra de Israel em Gaza e instou o Hamas a aceitá-lo "sem demora".

A proposta inclui, entre outros aspetos, a cessação das operações militares, a libertação dos reféns israelitas, a libertação de centenas de prisioneiros palestinianos, o desarmamento do Hamas e a entrega sem entraves de ajuda humanitária de emergência.

Prevê ainda a criação de um "Conselho de Paz" temporário, presidido pelo próprio Trump, para supervisionar a transição pós-guerra em Gaza.

Israel subscreveu o plano, enquanto o Hamas diz que está a analisá-lo. A Autoridade Palestiniana (AP), que governa a Cisjordânia ocupada, também manifestou o seu apoio.

"O plano do presidente Trump para Gaza é uma oportunidade para uma paz duradoura. Oferece a melhor hipótese imediata para pôr fim à guerra", afirmou a alta representante da UE, Kaja Kallas, na terça-feira.

"Israel subscreveu o plano. O Hamas deve agora aceitá-lo sem demora, começando pela libertação imediata dos reféns", acrescentou.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ecoou a mensagem, referindo que a UE "está pronta a contribuir" para o sucesso da proposta.

O bloco é o maior doador de ajuda externa aos palestinianos, tendo fornecido 1,44 mil milhões de euros adicionais desde o início da guerra, em outubro de 2023. Responsáveis em Bruxelas acreditam que estes fluxos financeiros tornam a UE um ator fundamental em qualquer estrutura pós-guerra.

"A solução de dois Estados continua a ser o único caminho viável para uma paz justa e duradoura no Médio Oriente, com os povos israelita e palestiniano a viverem lado a lado, em paz e segurança, livres da violência e do terrorismo", afirmou von der Leyen.

António Costa, presidente do Conselho Europeu, também destacou a necessidade urgente de alcançar uma solução de dois Estados, descrevendo a situação no enclave como "intolerável".

O plano de Trump prevê que, uma vez reconstruída a Faixa de Gaza e reformada a Autoridade Palestiniana, "estarão finalmente reunidas as condições para uma via credível para a autodeterminação palestiniana e a criação de um Estado".

No entanto, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que participou na apresentação de Trump na segunda-feira, afirmou posteriormente que iria "resistir com força" à perspetiva de um Estado palestiniano, lançando dúvidas sobre se os 20 pontos poderão ser totalmente concretizados.

UE mantém-se "vigilante"

Nos últimos dias, vários países da UE, como França, Portugal e o Luxemburgo, reconheceram o Estado da Palestina, aprofundando o isolamento internacional de Israel. Ao mesmo tempo, os Estados-membros estão a considerar a suspensão parcial do Acordo de Associação UE-Israel, que ainda não tem a maioria qualificada necessária para ser aprovado.

O anúncio de Trump é suscetível de influenciar as deliberações em Bruxelas.

O chanceler alemão Friedrich Merz, cujo voto é considerado crucial para quebrar o impasse, disse que o plano é "a melhor oportunidade" para acabar com a guerra desde os ataques do Hamas em 2023.

"Neste momento crucial, estamos em contacto próximo com os Estados Unidos, os nossos vizinhos europeus e os nossos parceiros na região", afirmou Merz.

O presidente francês Emmanuel Macron mencionou que seu país "permanecerá vigilante em relação aos compromissos de cada parte".

"Espero que Israel se comprometa resolutamente com base nisso. O Hamas não tem outra escolha senão libertar imediatamente todos os reféns e seguir este plano", afirmou Macron.

Em comunicado, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, saudou a proposta de Trump, considerando-o um "projeto ambicioso para a estabilização, reconstrução e desenvolvimento da Faixa de Gaza".

Meloni instou o Hamas a não aceitar "qualquer papel no futuro de Gaza" e a entregar as armas.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, uma das vozes mais críticas do bloco contra o governo de Natanyahu, afirmou que chegou o momento de "pôr fim a tanto sofrimento".

O sueco Ulf Kristersson, o romeno Nicușor Dan, o austríaco Christian Stocker, o português Luís Montenegro e o neerlandês Dick Schoof publicaram reações semelhantes ao plano, apelando à sua rápida implementação e ao progresso no sentido de uma solução de dois Estados.

No entanto, está longe de ser claro se o projeto conseguirá pôr fim à guerra.

Durante a conferência de imprensa de segunda-feira, Trump disse que Israel teria o "apoio total" dos EUA para tomar medidas para derrotar o Hamas se o grupo militante rejeitasse a proposta.

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