A Euronews recebeu os líderes da Albânia, Moldova, Montenegro, Macedónia do Norte, Sérvia e Ucrânia, bem como o presidente do Conselho Europeu e o responsável pelo alargamento da UE, numa cimeira que coincidiu com a divulgação do relatório anual de Bruxelas sobre o alargamento.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, a presidente moldava Maia Sandu, o presidente do Conselho Europeu António Costa e a comissária europeia para o Alargamento Marta Kos estiveram entre os convidados da Euronews na terça-feira, numa cimeira inédita sobre o alargamento da UE.
O evento, que decorreu ao vivo em Bruxelas e online, contou com a participação de líderes que discutiram os imperativos geopolíticos e económicos do alargamento do bloco europeu, enquanto a Ucrânia continua a lutar contra a agressão russa na fronteira oriental do continente.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, através de uma videoconferência a partir de um local não revelado perto da linha da frente, reafirmou o seu firme compromisso com o futuro europeu do seu país e criticou o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán por prestar "apoio específico" ao presidente russo Vladimir Putin, bloqueando a candidatura de Kiev à adesão ao bloco.
"Não creio que tenha de oferecer algo a Viktor Orbán", disse Zelenskyy à Euronews.
"Creio que Viktor Orbán tem de oferecer algo à Ucrânia, que está a proteger toda a Europa da Rússia, e mesmo agora, durante esta guerra, não recebemos qualquer apoio da sua parte, apoio à nossa visão da vida", acrescentou.
A cimeira coincide com Relatório anual sobre os progressos dos candidatos à adesão da Comissão Europeia.
No documento, relativamente a Montenegro, a UE indica que se Podgorica mantiver o ritmo atual das reformas, estará "no bom caminho" para cumprir o seu "objetivo ambicioso" de concluir as negociações de adesão até ao final de 2026.
As "tendências negativas recentes" no combate à corrupção devem ser revertidas e o ritmo das reformas acelerado para que a Ucrânia cumpra o seu objetivo de concluir as negociações de adesão até ao final de 2028.
O objetivo da Moldova de concluir as negociações de adesão até ao final de 2028 é "ambicioso, mas exequível", embora as reformas tenham de ser aceleradas.
A Sérvia precisa de intensificar os esforços para se alinhar mais estreitamente com a política externa e de segurança comum da UE e deve "reverter urgentemente o retrocesso" em várias áreas.
Por último, a Macedónia do Norte "não tomou medidas decisivas" este ano para avançar no processo.
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Direto finalizado
Cimeira da Euronews sobre o Alargamento da UE chega ao fim
Os líderes da Albânia, Moldávia, Montenegro, Macedónia do Norte, Sérvia e Ucrânia participaram no evento organizado pela Euronews, assim como o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a responsável pelo alargamento da UE, Marta Kos.
Um dos momentos altos do evento foi a participação de Volodymyr Zelenskyy, uma entrevista que pode ler no site da Euronews.
A cobertura continuará esta noite com a publicação dos principais pontos das entrevistas com os líderes sobre o alargamento da UE.
Obrigada por ter ficado connosco.
A equipa da Euronews
Meta da Albânia para 2030 é ambiciosa, mas o país é "a nação mais euro-otimista da Europa", afirma Rama
Ao discursar na Cimeira da Euronews sobre o Alargamento da UE, o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, reiterou o compromisso do seu país em aderir à União Europeia até 2030.
- Bruxelas finalmente "acordou"
Rama congratulou-se com o renovado interesse de Bruxelas no alargamento, após o que designou como "anos de humilhação", durante os quais o processo ficou parado.
"Infelizmente, foi necessária uma agressão em solo europeu, uma agressão militar, para que Bruxelas acordasse", afirmou, referindo-se à aceleração das negociações de adesão desde o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
O primeiro-ministro albanês expressou a esperança de que este impulso não se esvaia e que o seu país venha finalmente a ocupar o seu lugar à mesa da UE.
- 2030: um prazo realista
A Albânia pretende concluir as negociações de adesão até ao final de 2027 e tornar-se membro de pleno direito da UE até 2030.
"2030 não é uma data que vi num sonho, mas sim um prazo que resulta de um cálculo muito simples", afirmou durante a sua intervenção, acrescentando que espera concluir as negociações nos próximos dois anos, dando aos parlamentos nacionais de toda a UE mais dois anos para ratificar a decisão.
O calendário é considerado ambicioso tanto pela Albânia como pela Comissão Europeia — "ambicioso, mas exequível", acrescentou Rama.
Juntamente com o Montenegro, a Albânia é agora vista como um dos países na vanguarda do processo de adesão à UE. No entanto, Rama teve o cuidado de evitar comparações: "Cada um tem o seu próprio caminho e cada um deve cumprir as suas obrigações e fazer o seu trabalho de casa."
"No que nos diz respeito, posso afirmar em voz alta que somos a nação mais euro-otimista da Europa", acrescentou.
- "Ninguém nos dá lições sobre o combate à corrupção"
Um dos principais desafios que a Albânia enfrentou no seu caminho para a adesão à UE é o combate à corrupção.
"Neste momento, aceitamos apoio, aceitamos parcerias, aceitamos ajuda, mas não aceitamos lições de ninguém quando se trata do combate à corrupção", afirmou Rama.
Desde que apresentou a sua candidatura à UE, a Albânia introduziu vários instrumentos para combater a corrupção, incluindo a criação de um organismo especial anticorrupção, o SPAK, para combater a corrupção e o crime organizado nos mais altos níveis do governo.
Rama disse à Euronews que, até 2027, o país implementará um sistema de contratos públicos totalmente baseado em inteligência artificial, concebido para proporcionar níveis sem precedentes de rapidez, transparência e precisão.

Vučić afirma que Sérvia está empenhada nas reformas, apesar das divergências com a UE em matéria de política externa
Frequentemente acusado de ser a ovelha negra entre os países candidatos à adesão à UE, o presidente sérvio Aleksandar Vučić defendeu, na terça-feira, durante a Cimeira da Euronews sobre o Alargamento, a boa vontade do seu país em levar a cabo reformas.
"Temos de considerar todas as observações, todas as exigências da União Europeia", afirmou Vučić, acrescentando: "A Sérvia está muito empenhada no seu caminho para a UE e irá levá-lo a sério e de forma responsável."
A Sérvia (6,6 milhões de habitantes) está às portas da UE desde 2009 — ano em que apresentou o seu pedido de adesão —, mas as negociações de adesão têm sido difíceis desde então.
Para além da liberdade dos meios de comunicação social, da reforma eleitoral e do espaço concedido à sociedade civil, a política externa de Belgrado também está a causar dificuldades aos europeus.
Dúvidas sobre o resultado das sanções contra a Rússia
A presença do líder sérvio na parada militar russa de 9 de maio suscitou preocupações entre os europeus, enquanto as suas relações com a China são vistas pela Comissão como "uma preocupação estratégica".
"Não vou justificar-me por falar com alguém", disse Vučić à Euronews. "Acredito que todos devem conversar uns com os outros."
No seu relatório anual sobre o alargamento, a Comissão destaca a falta de apoio de Belgrado às sanções da UE contra Moscovo.
Vučić argumentou que as sanções são ineficazes e prejudiciais para as pessoas comuns.
"Estivemos sob sanções durante muitos anos. Isso prejudicou realmente as pessoas comuns", afirmou o líder sérvio. "Tenho algumas dúvidas sobre o resultado dos enormes pacotes de sanções que foram impostos à Rússia nos últimos três anos e meio ou quatro anos."
Vučić evitou uma pergunta sobre os protestos que assolam o país há um ano para destacar, em vez disso, o forte desempenho económico do país, com uma dívida pública que passou de 79% do PIB em 2014, quando assumiu a liderança da Sérvia, para os atuais 43%.

Peggy Corlin
Melhor país candidato à UE em teoria: Montenegro
Resumindo o relatório da Comissão Europeia divulgado hoje, Montenegro está, em teoria, entre os melhores países candidatos para aderir à União Europeia e tornar-se o seu 28.º Estado-membro.
A Comissão acredita que Montenegro está "no bom caminho" para cumprir o seu ambicioso objetivo de concluir as negociações de adesão à UE até ao final de 2026.
"O preenchimento atempado de cargos judiciais e procuradoria de alto nível continua a ser um desafio que precisa de ser enfrentado", afirmou a Comissão.
Filip Ivanović, vice-primeiro-ministro para os Negócios Estrangeiros e Europeus de Montenegro, afirmou na cimeira da Euronews que o seu país está onde está agora devido ao "trabalho árduo e dedicação política".
"O relatório que acabámos de receber é mais uma prova do plano que temos como governo. Queremos que cada relatório seja melhor do que os outros. Este é o melhor relatório de sempre", afirmou.
Acrescentou ainda que a adesão à UE sem plenos direitos de voto é "difícilmente aceitável".
Além disso, o vice-líder montenegrino elogiou a política de alargamento da UE, afirmando que é a "política mais importante" do bloco. A adesão de mais países ao bloco reforçaria a sua posição geopolítica, afirmou.
A adesão do Montenegro teria também um peso simbólico e mostraria que a adesão à UE é um objetivo alcançável para os seus países vizinhos, incluindo a Albânia, a Bósnia-Herzegovina, o Kosovo e a Sérvia.
Cynthia Kroet
Moldova aproxima-se da UE, mas a interferência da Rússia e os obstáculos políticos constituem um risco
A Moldova avança na sua adesão à UE, com a sua presidente, Maia Sandu, a reiterar o compromisso do país com as reformas durante a cimeira da Euronews sobre o alargamento, realizada na terça-feira em Bruxelas.
Eis os principais pontos da sua entrevista de 20 minutos:
- Adesão até 2030
Sandu afirmou que "em 2030, vejo a Moldova como parte da UE".
No Pacote de Alargamento recém-divulgado, a Comissão Europeia considera que a Moldova pode encerrar as negociações de adesão em 2028, desde que consiga acelerar o ritmo atual das reformas.
- Interferência "brutal" da Rússia
A interferência da Rússia na Moldova tem sido "tão brutal que a maioria dos cidadãos a percebeu", afirmou Sandu, descrevendo as formas como a Rússia está a tentar impedir o caminho da Moldova para o bloco.
A ação russa inclui desinformação, manipulação e mensagens ameaçadoras às pessoas, disse Sandu.
"Se votarem na UE, então o que está a acontecer até agora com a Ucrânia acontecerá com vocês", mencionou a presidente moldava como exemplo da propaganda russa.
A líder do país também disse que a Rússia está a tentar desacreditar as autoridades estatais, organizar agitação e comprar votos.
- O risco de não adesão a curto prazo
Durante o seu discurso, Sandu alertou para os riscos de não se registarem progressos na adesão da Moldova à UE durante os próximos três anos, quando o país voltará às urnas.
"Seremos usados contra a UE se não houver uma perspetiva real de integração", afirmou durante a cimeira.
Sandu disse à Euronews que a UE não deve "permitir que alguns países sejam usados por regimes autoritários contra a UE".
A Comissão espera que a Moldova cumpra as condições para abrir os três restantes grupos até ao final deste ano, o que abriria caminho para que o país seguisse o seu roteiro.
- Criatividade em matéria de "vetos"
Cada etapa do processo de adesão requer a aprovação de todos os 27 Estados-membros da UE. Isto pode facilmente atrasar a adesão de qualquer país, incluindo a Moldova, caso surjam questões políticas.
Sandu apelou à "criatividade" para contornar esta situação.
"Não é fácil. Mas penso que a UE precisa de ser um pouco criativa para resolver esta questão", afirmou durante a cimeira.
Eleonora Vasques
Albânia é o único candidato que usa IA para aplicar as regras da UE, afirma Edi Rama
A Albânia é o "único país" que usa inteligência artificial para adaptar a sua legislação interna às regras da UE, afirmou o primeiro-ministro albanês Edi Rama numa conversa com Sasha Vakulina.
Ele disse que o país está a "tentar avançar" no processo de adesão "o máximo possível".
Questionado se apoiaria a criação de um comissário europeu gerado por IA, Rama afirmou: "Não me cabe a mim dizer a Bruxelas o que fazer."
"Terei todo o prazer em apresentar a Diella a quem quer que esteja do lado da UE", acrescentou, referindo-se à ministra de IA que nomeou para combater a corrupção.
Jorge Liboreiro
Rama: "Não aceitamos lições sobre o combate à corrupção"
"Aceitamos apoio, parceria, ajuda, mas não aceitamos lições de ninguém sobre o combate à corrupção", afirmou Rama, alegando que a Albânia fez "algo único" na região para garantir a independência da justiça.
"Estamos a combater a corrupção de forma sistémica através da modernização", afirmou.
O novo relatório da Comissão afirma que a Albânia está moderadamente preparada para a luta contra a corrupção e tem demonstrado alguns progressos nesta matéria.
Vincenzo Genovese
Edi Rama: "A agressão militar despertou a UE"
Questionado sobre o rápido progresso da Albânia no processo de adesão ao longo do último ano, o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, afirmou que isso se deve, em parte, ao facto de Bruxelas "ter mudado a sua abordagem e acordado".
"Infelizmente, foi necessária uma agressão militar em solo europeu para despertar Bruxelas."
"Surgiu um novo impulso e espero que não desapareça", afirmou Rama, acrescentando que, antes da agressão da Rússia à Ucrânia, havia apenas muita "palavra" por parte dos Estados-membros.

Vincenzo Genovese
Vučić brinca sobre a Comissão ser "demasiado severa" no seu relatório sobre a Sérvia
Questionado sobre se a Comissão Europeia tinha sido "demasiado severa" no relatório sobre o alargamento à Sérvia, no qual sublinhava um "retrocesso no Estado de direito", o presidente sérvio Aleksandar Vučić respondeu: "Gostaria de dizer isso, mas prometi não o fazer. Vou fazer o meu melhor para manter a minha palavra", provocando risos na audiência.
Em vez disso, repetiu que "a Sérvia está muito empenhada no caminho da UE", chamando a esta frase "uma linguagem burocrática".

Vincenzo Genovese
Vučić: "Precisamos de vender as nossas munições"
O presidente sérvio afirmou que o seu país precisa de "vender as munições a quem quer que seja, para ganhar algum dinheiro", quando questionado sobre o motivo pelo qual reverteu a decisão tomada em junho de suspender todas as exportações de armas e munições, uma vez que estas acabavam por ser utilizadas por Israel ou pela Ucrânia contra Moscovo.
"Somos um país pequeno e precisamos vender as munições que produzimos, caso contrário, não conseguimos pagar aos nossos trabalhadores", afirmou.
Vincenzo Genovese
Vučić: "As sanções prejudicam as pessoas comuns"
O presidente sérvio Aleksandar Vučić afirmou ter "várias dúvidas" sobre o pacote de sanções que a UE impôs à Rússia nos últimos três anos.
"Não podemos influenciar isto. No entanto, há muito tempo que somos alvo de sanções e posso dizer-vos que as sanções normalmente prejudicam as pessoas comuns», afirmou.
Afirmou ainda que a Rússia tem sido um aliado tradicional da Sérvia ao longo dos últimos séculos.
Vincenzo Genovese
Aleksandar Vučić: "Todos devem dialogar entre si"
Questionado sobre as suas relações com Moscovo e a China, o presidente sérvio Aleksandar Vučić disse à Euronews: "Todos devem dialogar entre si. O facto de eu dialogar com alguém não significa que concordo com essa pessoa".
No seu relatório sobre o alargamento, a Comissão Europeia descreveu o acordo de comércio livre assinado por Belgrado com a China em 2024 como "uma preocupação estratégica".
A Comissão também apontou as relações ambíguas da Sérvia com Moscovo, observando que o país ainda não adotou as sanções da UE contra a Rússia.
Peggy Corlin
Macedónia do Norte "humilhada" no processo de alargamento da UE e "intimidada" pela Bulgária, diz primeiro-ministro do país
Em conversa com a correspondente da Euronews na UE, Sasha Vakulina, o primeiro-ministro da Macedónia do Norte, Hristijan Mickoski, refletiu sobre o caminho percorrido pelo país para aderir à UE.
• Presa no processo
Mickoski afirmou que a candidatura da Macedónia do Norte à UE pouco avançou num quarto de século: "Infelizmente, estamos no mesmo ponto em que estávamos há 25 anos. Devido a algumas razões artificiais. Não por causa dos critérios de Copenhaga, não por causa do cumprimento de alguns objetivos, mas por causa de algumas disputas artificiais. Tais como a nossa bandeira nacional, o nosso nome nacional, o nome do nosso país, a alteração disto ou daquilo da Constituição".
• "Intimidado" pela Bulgária com "disputas artificiais"
O primeiro-ministro criticou as condições impostas por Sófia para a adesão da Macedónia do Norte, afirmando que estas equivalem a pressão política e tratamento injusto.
"Eles estão dentro, nós estamos fora, isto é um pouco de intimidação, certo? Gostaríamos de nos ver à mesa em Bruxelas e saber qual é agora o preço e se este é o último preço que devemos pagar."
Mickoski alertou que a abordagem atual compromete os princípios fundadores da UE:
"Se alguém ousa intimidar outra pessoa que quer entrar para o clube, por que razão a outra pessoa deve ficar calada? Isto não é normal... provavelmente isto irá ocorrer no futuro repetidamente, porque funciona".
Mickoski apelou a Bruxelas para que reflita se a regra da unanimidade e os vetos dos Estados-membros ainda estão em conformidade com "os princípios e valores" previstos pelos fundadores da Europa.
• Falta de reciprocidade com a Bulgária
O primeiro-ministro da Macedónia do Norte questionou por que razão a UE espera concessões unilaterais de Skopje enquanto fecha os olhos à situação dos macedónios na Bulgária.
"Por que razão devemos alterar a nossa Constituição? Por que não falamos sobre a comunidade macedónia na Bulgária? E os seus direitos humanos? Eles não têm permissão para registar organizações não governamentais. Não estamos a falar de alterar a Constituição búlgara. Estamos a falar de uma espécie de reciprocidade".
Mickoski argumentou que o desequilíbrio compromete os próprios princípios da UE de justiça e igualdade entre os países candidatos e os Estados-membros.
• "O futuro está na UE", apesar das "humilhações"
Apesar das tensões e dos atrasos, Mickoski reafirmou que a adesão da Macedónia do Norte à UE é uma escolha estratégica:
"Acreditamos que o nosso futuro está na União Europeia. E acreditamos que a integração dos Balcãs Ocidentais na UE representa um valor acrescentado para a própria UE."
Ele insistiu que o país continua a partilhar os ideais fundadores da União:
"Apesar de todas essas humilhações e desilusões e apesar da frustração atual que existe nos nossos cidadãos, partilhamos os mesmos valores."
• Frustrações crescentes entre os cidadãos
O primeiro-ministro afirmou que os cidadãos comuns da Macedónia estão cada vez mais desiludidos e confusos com a falta de progressos, questionando o que a UE realmente representa hoje em dia.
"Os cidadãos do meu país estão cheios de frustração e perguntam-me: "Primeiro-ministro, o que se passa agora? Se fizermos isto, será a última vez ou provavelmente haverá mais alguma coisa no futuro?"

Romane Armangau
Eurodeputados David McAllister e Marc Botenga debatem o alargamento
Dois membros do Parlamento Europeu, David McAllister (PPE, Alemanha) e Marc Botenga (A Esquerda, Bélgica), debatem o alargamento da UE na primeira edição de "The Ring", o novo programa da Euronews.
McAllister defendeu a "integração gradual" dos países candidatos: "Até agora, pensávamos nos países como membros ou não membros da UE. Agora temos de pensar fora da caixa".
Botenga acredita que o alargamento não é uma estratégia negativa em si, mas deve ser feito tendo em conta o impacto social na UE e garantindo que o Estado de direito é respeitado nos novos membros.
"O alargamento já não é um processo baseado no mérito, mas tem uma dimensão geopolítica", afirmou Botenga, que diz também que a Ucrânia está atualmente a reprimir os sindicatos e a impor a lei marcial, condições que não são compatíveis com os valores da UE.
Questionou ainda a alegada interferência da Rússia em países candidatos, como a Moldova.
"A UE também financiou meios de comunicação social e organizações civis nestes países. Quando o fazemos, não há problema, mas quando a Rússia o faz, é uma interferência indevida?", questionou.

Vincenzo Genovese
"Temos de mudar a nossa narrativa sobre a UE", diz Vučić à Euronews
O presidente sérvio, Aleksandar Vučić, concedeu uma breve entrevista à Euronews à chegada ao evento onde foi questionado sobre o Relatório de Alargamento da Comissão, que critica a Sérvia pela polarização da sociedade e pela disseminação de narrativas anti-UE.
Vučić afirmou que a polarização é uma prova de democracia.
"Diga-me o nome de um país sem uma profunda polarização política. Não conheço nenhum. Se o encontrar, por favor, diga-me. É a Roménia? É a Bulgária? É a Alemanha? É a França? É a Grã-Bretanha? Não estou a falar apenas da UE. Isto está a acontecer em todo o mundo devido às redes sociais. É assim que as coisas funcionam no mundo de hoje. Isso será a prova da democracia, que é fundamental", afirmou.
O presidente sérvio prometeu tomar medidas contra a narrativa antieuropeia que está a ganhar terreno no país.
"Falando sobre a narrativa antieuropeia que está muito presente na Sérvia, acredito que, como governo, como presidente, temos de mudar a nossa narrativa. Tenho de me concentrar mais na narrativa pró-UE e no seu volume", explicou.

Kos: "O relatório sobre a Geórgia é o pior de sempre"
"O relatório sobre a Geórgia é o pior relatório de alargamento de sempre para qualquer país candidato", afirmou a comissária europeia Marta Kos, alegando que o governo de Tbilisi "não está a seguir os interesses do seu próprio povo".
Para a Comissão, a Geórgia é agora um país candidato "apenas no papel".
"A única opção é que o governo reveja muitas leis que são antieuropeias, que pare de prender jornalistas e opositores políticos e de oprimir representantes da sociedade civil", afirmou Kos, acrescentando que a Comissão fará o seu melhor para apoiar os meios de comunicação social e as organizações civis georgianas.

Vincenzo Genovese
Marta Kos: "Veto da Hungria à Ucrânia não é justo"
"A Hungria deu luz verde para conceder à Ucrânia o estatuto de candidato e para iniciar negociações, e agora está a bloquear [os passos seguintes]. Isto não é justo", afirmou Kos quando questionada sobre como superar a oposição da Hungria à abertura de um conjunto de negociações com a Ucrânia.
"Estou cheia de admiração pelo que estão a fazer, enquanto as bombas caem. Mas nós também devemos fazer a nossa parte", afirmou a comissária europeia, exortando os países candidatos a prosseguirem com as reformas, independentemente da oposição à sua adesão no seio do Conselho Europeu.
"Eles não precisam de Orban para fazer as reformas", afirmou.
Vincenzo Genovese
Sou totalmente contra uma classe diferente de adesão à UE, diz comissária europeia
A comissária europeia para o Alargamento, Marta Kos, afirmou ser "totalmente" contra uma "classe diferente de adesão" à União Europeia.
"Sou totalmente contra uma classe diferente de alargamento, mas esta é a minha opinião pessoal", especificou a comissária.
Há cada vez mais apelos dentro da UE para que o bloco se reforme antes de admitir novos membros, com uma ideia a circular em Bruxelas de que os novos membros devem passar por um período de prova durante o qual não teriam, por exemplo, plenos direitos de veto.
Eleonora Vasques
Marta Kos diz que apoio da Sérvia à Rússia não pode ser tolerado
A comissária europeia para o Alargamento fez uma crítica severa à política externa da Sérvia, que está apenas 61% alinhada com o bloco.
Kos disse que pode "compreender" por que razão o presidente sérvio Aleksandar Vučić mantém relações estreitas com a Rússia e a China, mas salientou que deve haver limites.
"Apoiar um regime russo que está a matar pessoas na Ucrânia, não aceitar as sanções que a UE está a aplicar contra a Rússia – há coisas que já não podemos tolerar", afirmou. "Todos temos de fazer escolhas geopolíticas".
Kos disse que alguns países da UE estavam a "sofrer" com o esforço para cortar a dependência dos combustíveis fósseis russos, mas estavam a aceitar o sacrifício para "punir" o Kremlin por ter lançado a guerra de agressão contra a Ucrânia.
Em seguida, apelou aos políticos sérvios e aos meios de comunicação alinhados com o governo para que parassem de acusar a UE de estar por trás dos protestos estudantis. "Não estamos", afirmou. "Eles devem parar imediatamente".
Jorge Liboreiro
Protestos na Sérvia mostraram o potencial democrático do país, afirma comissária da UE
A União Europeia quer ver uma Sérvia democrática na UE e os protestos no país mostraram um "potencial democrático", afirmou a comissária europeia para o Alargamento, Marta Kos, à Euronews.
"Queremos ver uma Sérvia democrática na UE. Estou feliz por todos os protestos desde novembro do ano passado, que mostram que existe um potencial democrático. As pessoas querem seguir o caminho da democracia e nós estamos a apoiar isso", afirmou Kos.
A comissária disse que convidou o presidente da Sérvia, Aleksandar Vučić, que subirá ao palco da cimeira da Euronews, para jantar.
"Será uma troca interessante", afirmou.
Eleonora Vasques
Marta Kos: "UE mudou a sua atitude em relação ao alargamento"
A comissária europeia para o Alargamento, Marta Kos, afirmou que "a Comissão, a União Europeia, mudou a sua atitude em relação ao alargamento".
"Nos últimos anos, isso não fazia parte dos planos. Agora, estamos também a ganhar o apoio do Parlamento Europeu e da maioria dos cidadãos da UE", explicou à Euronews.
"Hoje, existe uma possibilidade real de que nos próximos anos tenhamos novos membros", afirmou. "Se integrarmos os dez países, isso significará que a Europa estará unificada pela primeira vez na história".
Vincenzo Genovese
Montenegro espera adesão plena à UE
A adesão à União Europeia sem plenos direitos de voto é dificilmente aceitável, afirmou Filip Ivanović, vice-primeiro-ministro de Montenegro.
"Estamos em fase de avaliação há 15 anos e continuaremos assim até encerrarmos todos os capítulos das negociações. Quando encerrarmos todos os capítulos, na minha opinião, a fase de avaliação estará concluída", acrescentou, referindo-se à ideia de um 2período de prova" para os países candidatos à UE, durante o qual estes obteriam a adesão enquanto aguardavam a confirmação final.
Ivanović reiterou que a adesão sem plenos direitos de voto seria dificilmente aceitável.
Marta Iraola Iribarren
Ivanović diz que política de alargamento "é a melhor política da UE"
"O alargamento é a melhor política que a UE já teve", afirmou Filip Ivanović, vice-primeiro-ministro montenegrino para os Negócios Estrangeiros e Europeus.
"Irá transformar a UE num interveniente geopolítico, e Montenegro quer desempenhar um papel neste processo", explicou.
O primeiro-ministro Milojko Spajić já tinha manifestado a sua confiança de que o país, com pouco mais de 620 000 habitantes, irá tornar-se o 28.º membro da UE até 2028.
"Há anos que estamos alinhados [com a política da UE], temos dado o nosso contributo para todas as decisões da UE", afirmou Ivanović na cimeira da Euronews.
Questionado sobre o efeito na região se o país aderir à UE, Ivanović afirmou que "a UE confirmará a sua credibilidade". Isso "provaria que outras vozes estão erradas", acrescentou.
Filip Ivanović afirma que não permitir a entrada do seu país na UE enviaria um mau sinal a outros países candidatos.
"Para nós, seria uma situação devastadora e um sinal terrível para todos os outros países, porque eles pensariam que tudo o que fazem é em vão", afirmou.

Cynthia Kroet
Vice-primeiro-ministro de Montenegro: Resultados devem-se ao trabalho árduo e dedicação política
Filip Ivanović, vice-primeiro-ministro de Montenegro para os Negócios Estrangeiros e Europeus, afirmou que o seu país está onde está agora devido ao "trabalho árduo e à dedicação política".
O país pretende tornar-se o 28.º Estado-membro da UE até 2028 e, de acordo com o relatório da Comissão Europeia, está no bom caminho para atingir este objetivo.
"O relatório que acabámos de receber é mais uma prova do plano que temos como governo. Queremos que cada relatório seja melhor do que os outros. Este é o melhor relatório de sempre", afirmou na cimeira da Euronews.
"Isto deve-se ao trabalho árduo do governo e à introdução de uma conferência governamental que teremos no final do ano, bem como a um plano para o que devemos fazer nos próximos 12 meses", explicou.
Cynthia Kroet
Mickoski: "Intimidar um país com veto destruiria os valores da UE"
"Se alguém se atreve a intimidar outra pessoa que quer entrar para o clube, por que razão os outros devem ficar calados?", questionou Hristijan Mickoski, referindo-se ao litígio com a Bulgária e ao subsequente veto que o governo de Sófia ameaça impor aos passos da Macedónia do Norte no seu caminho para a UE.
"Se aceitarmos este princípio uma vez, ele destruirá todos os valores construídos por Schuman, De Gasperi e Adenauer", acrescentou.
Vincenzo Genovese
Mickoski: "Os cidadãos perguntam-me qual é o problema agora"
"Os cidadãos do meu país perguntam-me qual é o problema agora. Por que razão devemos alterar a nossa Constituição novamente?", afirmou Hristijan Mickoski, referindo-se ao impasse causado pelas exigências da Bulgária.
O governo búlgaro insiste que a Macedónia do Norte reconheça a "história comum" dos países e as raízes búlgaras da língua macedónia, mas também que altere a sua Constituição para reconhecer explicitamente a minoria búlgara.
Estas exigências são vistas por muitos macedónios como um ataque à sua identidade nacional.
Vincenzo Genovese
Hristijan Mickoski: "Alargamento aos Balcãs Ocidentais significa a reunificação da Europa"
O alargamento da União Europeia aos países dos Balcãs Ocidentais significaria uma "reunificação da Europa", afirmou o primeiro-ministro da Macedónia do Norte, Hristijan Mickoski, ecoando uma afirmação feita por Ursula von der Leyen no seu último discurso sobre o estado da União.
"Penso que o futuro do meu país está na União Europeia. Apesar de todas as humilhações e desilusões, que fazem parte da atual frustração dos nossos cidadãos, partilhamos os mesmos valores", afirmou.
Vinte anos depois de se ter tornado candidata à adesão à UE, a Macedónia do Norte continua à espera que se abra o seu primeiro capítulo de negociações.

Vincenzo Genovese
Interferência russa tem sido brutal e evidente, afirma Maia Sandu
A interferência russa na Moldova tem sido "tão brutal que a maioria dos cidadãos a percebeu", afirmou a presidente da Moldova, Maia Sandu, à Euronews.
A Comissão Europeia reconheceu as tentativas persistentes de Moscovo para desviar a Moldova da sua trajetória rumo à União Europeia no seu último relatório sobre o alargamento da UE.
"É fácil perceber a interferência da Rússia na Moldova porque tem sido brutal e a maioria dos cidadãos a percebeu", afirmou a presidente do país durante a cimeira da Euronews, explicando que as ações russas incluem desinformação, manipulação e mensagens ameaçadoras às pessoas.
"Se votarem na UE, então o que está a acontecer até agora com a Ucrânia acontecerá com vocês", mencionou a presidente moldava como exemplo da propaganda russa.
Maia Sandu também disse que as ações da Rússia passam por tentar desacreditar as autoridades estatais, organizar agitação e comprar votos.
A língua oficial da Moldova é o romeno, também referido como moldavo na Constituição do país. Entre os grupos minoritários, uma parte significativa dos quase três milhões de habitantes fala russo.
Esta é uma das razões pelas quais o país é historicamente mais sensível do que outros à influência da Rússia.
No entanto, nas eleições parlamentares de setembro, o Partido da Ação e Solidariedade (PAS) pró-europeu de Sandu conquistou uma clara liderança e uma nova maioria, considerada fundamental para o futuro do país no seu caminho para a adesão à UE.
A UE também está sujeita à interferência russa, mencionou Sandu, mas, em comparação com a Moldova, esta é menos evidente para os cidadãos europeus.
Eleonora Vasques
Maia Sandu espera adesão da Moldova até 2030
"Em 2030, vejo a Moldova como parte da UE", afirmou afirmou a presidente do país no comentário final durante a sua entrevista.
No Pacote de Alargamento recém-divulgado, a Comissão Europeia considera que a Moldova poderá encerrar as negociações de adesão em 2028, desde que consiga acelerar o atual ritmo das reformas.
Sandu: "Seremos usados contra a UE se não houver uma perspetiva real de integração"
A adesão da Moldova à UE "também é do interesse da UE" afirmou Maia Sandu à Euronews, "porque não se pode permitir que alguns países sejam usados por regimes autoritários contra a UE".
"É isso que vai acontecer se não houver uma perspetiva real de integração na UE", afirmou a presidente da Moldova quando questionada sobre o que espera após a publicação do pacote de alargamento.
"Precisamos de soluções nos próximos meses", afirmou.

Alice Tidey
Maia Sandu: "UE precisa de ser mais criativa em relação aos vetos"
"Não é fácil. Mas penso que a UE precisa de ser um pouco mais criativa para resolver esta questão", afirmou a presidente da Moldova, Maia Sandu, quando questionada sobre os vetos de um único país da UE que podem impedir o início de grupos de negociações.
De relembrar que todas as etapas do processo de adesão precisam de ser apoiadas por unanimidade por todos os Estados-membros.
Ucrânia só aceitará uma "adesão plena" à União Europeia, afirma Zelenskyy
A Ucrânia só aceitará ser membro pleno da União Europeia, afirmou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy à Euronews.
"Se falamos de adesão à UE, tem de ser plena. Parece-me muito importante que tenhamos países iguais à mesma mesa" afirmou o presidente ucraniano.
"É importante que partilhem valores semelhantes. Na minha opinião, não se pode ser membro semi ou demi da União Europeia".
Há cada vez mais apelos dentro da UE para que o bloco se reforme antes de admitir novos membros, com uma ideia a circular em Bruxelas de que os novos membros devem submeter-se a um período de prova durante o qual não terão, por exemplo, plenos direitos de veto.
Zelenskyy: "Espero que a Ucrânia entre na UE antes de 2030"
"Espero que a Ucrânia esteja na União Europeia antes dessa data", afirmou Volodymyr Zelenskyy, quando questionado sobre se vê o seu país como parte integrante da UE até 2030.
O presidente da Ucrânia não especificou um prazo para a adesão.
"Acho que seria injusto, porque estamos em guerra agora. Acho que, após o fim da guerra, a Ucrânia poderá tornar-se um membro de pleno direito da UE", afirmou.
Vincenzo Genovese
Zelenskyy: "Ninguém tem o direito de influenciar a escolha do povo húngaro"
Volodymyr Zelenskyy desvalorizou qualquer tensão pessoal com o primeiro-ministro húngaro e disse esperar que Budapeste dê apoio ao caminho de Kiev rumo à integração na União Europeia.
"Não podemos perder a boa vizinhança", afirmou o presidente ucraniano, que pediu sentido de Estado a Viktor Orbán.
"Ninguém tem o direito de influenciar a escolha do povo húngaro. Não temos direito, como líderes, de pensar em nós próprios e em eleições. Isto não é sobre personalidades. Estamos na luta pela nossa sobrevivência e não queremos outras frentes de batalha", salientou.
Zelenskyy diz ter "a certeza de que os húngaros são amigáveis e estão a apoiar os ucranianos".
"Esperemos que a Hungria nos apoie ou pelo menos que não nos bloqueie", reforçou.
João Azevedo
Zelenskyy aborda preocupações anticorrupção
O líder ucraniano abordou as "tendências negativas" identificadas no âmbito da adesão da Ucrânia à UE, que foram destacadas num relatório da Comissão Europeia. Nomeadamente as alterações feitas, no início deste ano, nos órgãos anticorrupção nacionais. As reformas originaram os primeiros protestos registados em tempo de guerra, em todo o país, e foram, posteriormente, revertidas.
"Não identifico isso no relatório. Sei que existem certas mensagens, mas vou verificar as citações exatas do relatório", afirmou Zelenskyy.
"Durante a guerra, implementámos a mais ampla infraestrutura anticorrupção da Europa. Não conheço nenhum país que tenha tantas autoridades", continuou. "Estamos a fazer tudo o que é possível."
Zelenskyy volta a pedir mísseis Tomahawk a Trump
Volodymyr Zelenskyy pediu ao presidente dos EUA, Donald Trump, que forneça mísseis de longo alcance como forma de dissuadir a Rússia, mas o dirigente norte-americano recusou-se a fazê-lo.
"Os EUA precisam de estar abertos às oportunidades oferecidas pelas armas de longo alcance. Mesmo que seja apenas como fator de dissuasão, precisamos de tê-las", afirmou. "Será um fator de pressão decisiva sobre a Rússia."
Volodymyr Zelenskyy participa na cimeira a partir da linha da frente
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, é um dos convidados de destaque na cimeira promovida pela Euronews, tendo-se conectado via videoconferência a partir de uma localização, não identificada, na linha da frente de batalha.
Em entrevista a Claus Strunz, CEO da Euronews, o chefe de Estado ucraniano começou por deixar uma mensagem de consideração pelos militares ucranianos, que continuam a lutar "pelas suas terras, pelas suas casas", mas, acima de tudo, "pelo futuro da Ucrânia, na União Europeia".
Ema Gil Pires
Costa: "UE não pode ser museu de prosperidade passada"
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, foi o segundo a discursar e fez um apelo aos Estados-membros da União Europeia para que diligenciem no sentido de alargar o atual bloco de 27 países.
"A União Europeia tem de decidir se se quer dar ao luxo de perder mais tempo ou adaptar-se às realidades geopolíticas de hoje", afirmou Costa, insistindo que é preciso "trabalho duro para tornar as perspetivas de alargamento uma realidade".
"A UE não pode ser um museu de prosperidade passada", sublinhou.
João Azevedo
«Vamos reunir o continente», afirma o presidente da Euronews, Pedro Vargas
O presidente da Euronews, Pedro Vargas, proferiu o discurso introdutório da nossa Cimeira sobre o Alargamento, elogiando cada candidato pelos progressos alcançados na sua ambição de aderir ao bloco. A adesão, afirmou, «garantirá um compromisso europeu de paz duradoura».
«Vamos completar e reunir o continente, vamos alargar a Europa», afirmou Vargas.
Já arrancou a Cimeira da Euronews sobre o Alargamento da UE
O primeiro orador será António Costa, presidente do Conselho Europeu, que fez do alargamento uma prioridade do seu mandato.
O que acontece com o orçamento da UE se um novo país aderir?
Quando a Comissão Europeia apresentou a sua ambiciosa proposta de um orçamento da UE de 2 biliões de euros, a perspetiva de alargamento era palpável.
O novo orçamento vigorará de 2028 a 2034, o que significa que um (ou mais) países poderá facilmente aderir durante esse período. Uma vez que o orçamento é composto por contribuições nacionais, a adesão de um novo Estado- membro alterará inevitavelmente a recolha e a distribuição dos fundos da UE, em particular os fundos de coesão, que beneficiam as regiões com menor poder de compra.
É por isso que a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, incluiu uma «cláusula de revisão específica» na sua proposta de 2 biliões de euros, que será ativada quando um candidato aderir ao bloco. A revisão será feita de acordo com a dimensão demográfica e económica do país recém-admitido.
«Funcionou nas adesões anteriores e funcionará agora», afirmou von der Leyen em julho.
No entanto, o projeto de von der Leyen ainda precisa de ser negociado pelos Estados- membros e pelo Parlamento Europeu, uma batalha sem limites que deverá durar até dezembro de 2026.
Jorge Liboreiro
As últimas adesões à UE foram mais rápidas
A Croácia foi o último país a aderir à União Europeia, em 2013. A sua adesão foi concedida 10 anos após o seu pedido inicial e nove anos após a concessão do estatuto de candidato.
A Roménia e a Bulgária aderiram conjuntamente à UE em 2007, após 12 anos de negociações. Ambos apresentaram a sua candidatura em 1995 e receberam o estatuto de candidato em 1999.
Este tempo de espera já foi excedido no caso da Macedónia do Norte (que se candidatou em 2004), Montenegro (2008), Sérvia e Albânia (2009).
Vincenzo Genovese
Qual seria o efeito do alargamento na força de trabalho europeia?
A adesão de novos países à União Europeia corre o risco de agravar a escassez de trabalhadores essenciais nos novos Estados- membros, agravando a fuga de cérebros em curso.
Embora uma maior integração da UE possa criar oportunidades de negócios e investimento, também pode levar a uma relocalização significativa de trabalhadores que procuram salários mais altos e melhores perspetivas de emprego em Estados- membros mais ricos, uma vez estabelecida a liberdade de circulação.
«Embora o êxodo de migrantes qualificados dos Balcãs Ocidentais já se verifique há décadas, a adesão à UE poderá intensificar este fenómeno, tal como observámos durante os alargamentos anteriores», afirmou Lien Jansen, investigador doutorado da Universidade KU Leuven, à Euronews.
Os especialistas sugerem que as soluções potenciais incluem melhorar a transição da educação para o emprego, reforçar setores-chave e oferecer melhores condições de trabalho.
Marta Iraola Iribarren
A Moldova precisa acelerar para concluir as negociações até 2028
De acordo com o projeto de conclusões visto pela Euronews, a Comissão Europeia estima que a Moldova possa concluir as negociações de adesão no início de 2028, desde que consiga acelerar o ritmo atual das reformas.
A Comissão considera que a Moldova cumpriu agora as condições necessárias para abrir o primeiro grupo (dedicado aos fundamentos), bem como o sexto (relações externas) e o segundo (mercado interno).
A Comissão espera que a Moldova cumpra as condições para abrir os três clusters restantes até ao final deste ano, o que colocaria o país em conformidade com o seu roteiro.
O projeto também observa com uma avaliação positiva que o país adotou na primavera passada roteiros sobre o Estado de direito, a reforma da administração pública e o funcionamento das instituições democráticas.
A Moldova candidatou-se à adesão à UE em março de 2022, poucas semanas após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Numa entrevista à Euronews, a presidente moldava Maia Sandu afirmou que, devido aos esforços da Moldávia para aderir ao bloco, o país precisa de um «compromisso sustentado e clareza por parte da UE para manter o alargamento como uma prioridade estratégica e para manter o ímpeto daqueles que cumprem».
Sandu apela à UE para que mostre “clareza” e “compromisso” na adesão da Moldova
Em declarações à Euronews, a presidente da Moldova, Maia Sandu, apelou à “clareza” da EU que tem elogiado os esforços no sentido da integração europeia. O país…
Pode a adesão à UE ser uma garantia de segurança para a Ucrânia após a guerra?
O alargamento tem sido frequentemente associado à prosperidade económica, à concorrência leal, ao Estado de direito, à democracia e aos direitos humanos. Mas, no caso da Ucrânia, ganhou uma nova dimensão: a garantia de segurança.
«É evidente que a adesão plena da Ucrânia à UE não é apenas a melhor garantia de segurança, é também o caminho mais eficaz para a prosperidade e para um futuro melhor para o povo ucraniano», afirmou António Costa, presidente do Conselho Europeu, em setembro.
Mas será que a adesão à UE pode realmente ser uma garantia de segurança?
Os tratados do bloco prevêem que, se um Estado- membro for alvo de uma «agressão armada», os outros Estados-membros ficarão vinculados por «uma obrigação de ajuda e assistência por todos os meios ao seu alcance». A assistência pode ser militar, diplomática, técnica, médica ou de qualquer outro tipo relevante. ( Áustria, Irlanda e Malta são neutras.)
A cláusula, estabelecida no artigo 47.º, n.º 2, tem sido frequentemente descrita como uma defesa coletiva semelhante ao artigo 5.º da NATO. No entanto, as formulações são marcadamente diferentes. A cláusula da NATO é mais forte, pois obriga a todas as medidas necessárias, «incluindo o uso da força armada, para restaurar e manter a segurança da área do Atlântico Norte». Além disso, a NATO beneficia da presença dos Estados Unidos, uma superpotência nuclear com um exército de alta tecnologia e bem financiado.
Jorge Liboreiro
Comissão Europeia afirma que a Macedónia do Norte deve cumprir compromisso constitucional
No projeto de conclusões visto pela Euronews, a Comissão Europeia elogiou o «total alinhamento» da Macedónia do Norte com a política externa da UE, mas alertou que as negociações de adesão permanecerão bloqueadas até que Skopje cumpra o compromisso de 2022 de incluir os búlgaros e outros grupos na sua Constituição.
O relatório salientou também a necessidade de mais progressos em matéria de Estado de direito, independência judicial e luta contra a corrupção.
Em abril, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Timčo Mucunski, manifestou à Euronews a sua frustração pelo facto de o seu país ter «mudado a sua bandeira, a sua moeda e até o seu nome» em troca de promessas da UE que continuam a mudar com cada nova condição.
«É claro que houve falhas por parte dos governos em termos de incumprimento em algumas questões, sem dúvida. Mas o que também é um facto é que temos sido vítimas de uma bilateralização excessiva do processo da UE», disse ele à jornalista da Euronews Shona Murray.
O país é candidato à UE desde 2005, mas até agora nenhum capítulo das negociações foi iniciado.
Comissão Europeia: Montenegro está no bom caminho para encerrar as negociações até ao final de 2026
A Comissão Europeia acredita que Montenegro está «no bom caminho» para cumprir o seu ambicioso objetivo de encerrar as negociações de adesão à UE até ao final de 2026, de acordo com o projeto de conclusões do novo relatório sobre o alargamento, consultado pela Euronews.
O objetivo de Montenegro é tornar-se o 28.º Estado- membro da UE até 2028.
No entanto, para o conseguir, a Comissão afirmou que o país terá de se concentrar em melhorias em várias áreas: Estado de direito, liberdade de expressão e liberdade dos meios de comunicação social, luta contra a corrupção e o crime organizado, bem como acelerar as reformas no setor judicial e o alinhamento com a política de vistos da UE.
«O preenchimento atempado de cargos judiciais e procuradoria de alto nível continua a ser um desafio que precisa de ser enfrentado», afirmou a Comissão.
«O consenso político alargado e contínuo sobre reformas fundamentais continua a ser crucial», acrescentou o executivo da UE.
Se o Montenegro mantiver o seu ritmo de progresso, a Comissão apresentará um projeto de pacote financeiro e projetos de posições comuns para encerrar as negociações sobre as disposições financeiras e orçamentais, segundo o projeto de conclusões.
Cronologia da adesão da Ucrânia à UE
28 de fevereiro de 2022
Poucos dias após o início da invasão em grande escala da Rússia, a Ucrânia apresenta uma carta formal de adesão à UE através de um «novo procedimento especial». A decisão recebe ampla atenção da mídia, mas os Estados-Membros estão divididos quanto à adesão acelerada.
1 de março de 2022
O presidente Zelenskyy dirige-se virtualmente ao Parlamento Europeu e defende apaixonadamente a adesão. «Provem que estão connosco. Provem que não nos vão abandonar. Provem que são realmente europeus», diz Zelenskyy aos legisladores, recebendo uma ovação de pé. O discurso leva o tradutor às lágrimas.
8 de abril de 2022
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, viaja para Kiev e entrega a Zelenskyy o questionário para dar início ao processo de adesão.
17 de junho de 2022
A Comissão Europeia recomenda que a Ucrânia receba o estatuto de candidata e estabelece sete condições, tais como medidas para combater a corrupção, para iniciar as negociações formais.
23 de junho de 2022
Os 27 líderes da UE aprovam a candidatura da Ucrânia, uma decisão considerada histórica. A Moldova, que apresentou a sua candidatura pouco depois de Kiev, também obtém o estatuto de candidata. Os dois países vizinhos ficam informalmente associados no processo de adesão.
22 de junho de 2023
A Comissão Europeia informa os Estados-membros de que a Ucrânia cumpriu integralmente duas das sete condições prévias e registou alguns progressos nas outras cinco.
14 de dezembro de 2023
Os 27 líderes da UE decidem abrir negociações com a Ucrânia e a Moldova.
18 de junho de 2024
Antes de assumir a presidência rotativa do Conselho da UE, a Hungria anuncia que irá congelar o processo de adesão da Ucrânia. Isto marca o início do veto húngaro.
28 de março de 2022
Um acordo proposto entre os Estados Unidos e a Ucrânia sobre minerais suscita sérias preocupações quanto à capacidade de Kiev cumprir as regras e normas da UE. Estas preocupações são posteriormente atenuadas.
1 de julho de 2025
A Comissão Europeia repreende a Hungria, afirmando que não existem «razões objetivas» para bloquear a adesão da Ucrânia. Budapeste justifica a sua posição com base nos resultados de uma consulta nacional.
23 de julho de 2025
Von der Leyen expressa «fortes preocupações» e exige explicações sobre uma nova lei na Ucrânia que enfraquece a independência de duas agências anticorrupção. A reação negativa obriga Kiev a reverter as alterações legais.
2 de setembro de 2025
Entre especulações persistentes, os ministros rejeitam a ideia de separar a Ucrânia e a Moldova para permitir que esta última avance no processo de adesão.
2 de outubro de 2025
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, inviabiliza um plano para alterar as regras de votação do processo de adesão que teria permitido à Ucrânia iniciar o primeiro conjunto de negociações.
Albânia pretende aderir à UE em 2030 – e está «no caminho certo»
A Albânia está no bom caminho para concluir as negociações de adesão em 2027, de acordo com o projeto de conclusões do novo relatório sobre o alargamento, a que a Euronews teve acesso e que será divulgado hoje.
O país espera aderir à União Europeia em 2030. Até agora, abriu cinco dos seis grupos de negociação necessários para a adesão à UE. Resta apenas o grupo que abrange a agricultura e a coesão, que a Albânia pretende abrir antes do final do ano.
As conclusões afirmam que a prioridade imediata é cumprir os objetivos de curto prazo relacionados com o Estado de direito e reforçar os esforços para investigar o tráfico de droga e desmantelar os grupos criminosos.
Antonio Costa, presidente do Conselho Europeu, disse à Euronews no início deste ano que a Albânia, juntamente com o Montenegro, está «claramente mais avançada do que os outros países».
As suas observações foram repetidas pela Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante a sua visita a Tirana, capital da Albânia, neste outono. «Quero salientar que houve uma aceleração impressionante e notável nos últimos três a quatro anos», afirmou numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro albanês, Edi Rama.
Marta Iraola Iribarren
Parlamento Europeu pede reforma interna para acomodar novos membros
O Parlamento Europeu acredita que qualquer nova adesão à União Europeia deve ser acompanhada de reformas fundamentais, uma vez que o alargamento tem “consequências institucionais”.
Numa resolução recentemente aprovada, o Parlamento salienta a importância de rever o processo de tomada de decisões do Conselho e o sistema de votação por maioria qualificada, a fim de melhorar o equilíbrio entre os países maiores e os mais pequenos.
A Comissária para o Alargamento, Marta Kos, deverá apresentar ainda este mês as revisões e reformas pré-alargamento, a fim de avaliar o impacto que o alargamento poderá ter em áreas políticas fundamentais.
Vincenzo Genovese
A Ucrânia tem como objetivo a adesão, mas também as reparações
Há mais de um ano que a Ucrânia tem vindo a pedir aos países da UE que saiam do impasse causado pelo veto húngaro e iniciem o primeiro conjunto de negociações, conhecido como "Fundamentos".
Mas há uma questão em Kiev que é mais urgente. O presidente Volodymyr Zelenskyy, que participará na cimeira de hoje, disse aos líderes da UE que o seu país precisaria de uma nova injeção de assistência financeira e militar no próximo ano, idealmente logo no "início".
Os Estados-membros concordam com a avaliação de Zelenskyy, mas não têm uma solução concreta para colmatar essa lacuna. A Comissão Europeia propôs um plano ousado para usar os ativos imobilizados do Banco Central Russo para emitir um empréstimo de 140 mil milhões de euros à Ucrânia, o que poderia ajudar a cobrir as necessidades para 2026, 2027 e até além. O projeto, no entanto, está a ser travado pela Bélgica, principal guardiã dos ativos.
Aqui está tudo o que precisa de saber sobre o chamado empréstimo de reparações.
Jorge Liboreiro
O que é o empréstimo de reparação para a Ucrânia?
O audacioso plano de utilizar os ativos imobilizados da Rússia para conceder um empréstimo de 140 mil milhões de euros à Ucrânia é travado pelos dirigentes da…
UE tem uma "responsabilidade" para com os países candidatos
A Euronews reuniu-se com Marta Kos na semana passada para uma entrevista coletiva, na qual a comissária para o alargamento afirmou que a UE aprendeu com os seus erros com o Reino Unido e a Geórgia e está agora preparada para ser «mais assertiva», nomeadamente investindo nos países candidatos para combater narrativas falsas.
Kos, que assumiu o cargo em dezembro do ano passado, afirmou que 2025 marcou uma mudança na forma como a Comissão Europeia abordou o alargamento, nomeadamente porque "foi a primeira vez que investimos recursos, investimos homens e mulheres para ajudar a afastar a interferência maligna estrangeira".
"Isto incluiu, pela primeira vez, a mobilização da equipa de resposta híbrida rápida da UE", acrescentou.
O beneficiário foi a Moldova, cuja candidatura à adesão à UE foi lançada poucas semanas depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia com os seus tanques, no início de 2022.
Leia mais abaixo:
UE é agora “mais assertiva” na proteção dos países candidatos contra a interferência estrangeira
A UE tem a “responsabilidade” de ajudar os países candidatos a manterem-se no seu caminho europeu, afirmou esta semana a responsável pelo alargamento do bloco,…
Prepare-se para um dia repleto de ação
Hoje é o dia decisivo para o alargamento, com os líderes de seis dos países candidatos a juntarem-se à Euronews em Bruxelas para uma cimeira exclusiva para discutir o progresso da sua adesão, no momento em que a Comissão Europeia divulgará o seu relatório anual.
Eis o programa da cimeira:
13:10: Discurso do presidente do Conselho Europeu, António Costa;
13:16: The Europe Conversation com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy;
13:38: The Europe Conversation com Maia Sandu, da Moldova;
13:59: Painel sobre as negociações de alargamento da UE com Edi Rama, da Albânia, Hristijan Mickoski, da Macedónia do Norte, e Filip Ivanović, do Montenegro;
15:00: The Europe Conversation com Marta Kos;
15:24: The Ring com os eurodeputados David McAllister e Marc Botenga;
15:53: The Europe Conversation com o presidente sérvio Aleksandar Vučić.
Mas antes disso, a nossa equipa de repórteres de excelência também lhe trará a cobertura da participação de Marta Kos na comissão dos assuntos externos do Parlamento Europeu, onde apresentará uma antevisão do relatório sobre o alargamento.
Alice Tidey