O líder do Hamas em Gaza diz-se disposto a entregar as suas armas a uma futura autoridade palestiniana em Gaza se a ocupação israelita terminar. Khalil al-Hayya diz que aceita uma força da ONU para supervisionar um cessar-fogo, mas recusa qualquer missão para o desarmar.
Esta é considerada uma condição essencial para a implementação da segunda fase do plano de paz do presidente americano Donald Trump. No sábado, 6 de dezembro, o Hamas declarou-se disposto a entregar as suas armas na Faixa de Gaza a uma autoridade palestiniana que governe o território, desde que o exército israelita ponha fim à sua ocupação.
"As nossas armas estão ligadas à existência da ocupação e da agressão", afirmou Khalil al-Hayya, chefe do Hamas em Gaza, numa declaração. E acrescentou: "Se a ocupação terminar, estas armas serão colocadas sob a autoridade do Estado". O principal negociador do movimento palestiniano islamita deixou claro que se tratava de um Estado palestiniano soberano e independente.
Recusa de envio de uma força internacional para Gaza
"Aceitamos o envio de forças da ONU como forças de separação, responsáveis por vigiar as fronteiras e garantir o cumprimento do cessar-fogo em Gaza", acrescentou Khalil al-Hayya, o que significa, assim, a sua recusa em enviar uma força internacional para a Faixa de Gaza para a desarmar.
Após dois anos de guerra devastadora entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, os países mediadores - Qatar, Estados Unidos e Egito - chegaram a um acordo de cessar-fogo, que entrou formalmente em vigor a 10 de outubro, embora os combates não tenham cessado por completo.
"O cessar-fogo é muito frágil e não pode ser considerado completo até que todas as forças israelitas tenham retirado", declarou o xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, primeiro-ministro do Qatar, no sábado.